O barulho das botas e armaduras ficam longe por um momento, então ela se torna testemunha da noite silenciosa ao redor das árvores, April corria deixando para trás os gritos de repreensão. Seus pés descalços formigam, mas são movidos pela esperança e pelo medo. Ela sabia que cada segundo contava, cada passo levando-a mais perto de Alexandria.
Como um nó, algo se formava em sua garganta, logo lágrimas ameaçavam transbordar de seus olhos exaustos. Com dificuldade, enxergou a fumaça e o fogaréu que vinham de sua casa. E como se fosse possível apertou seus passos, ainda ignorando este que vinha atrás de si, tentando impedi-la de agir de forma imprudente.
As enormes placas de metal invadem sua vista e seu interior gela como se algo estivesse errado. Ela tosse pela quantidade de fumaça que envolve seu rosto, e para quando se vê sem espaço para respirar, ela ofega com dificuldade enquanto sente sua boca dormente. A alcançando, ele toca em seu ombro, mas tem a mão empurrada abruptamente quando ela entrevê em meio a escuridão o que faz seu coração parar por segundos.
- Não. - sussurra e sua garganta falha.
Não houve tempo para para-lá outra vez, April dispara, desviando dos escombros, em direção a igreja empurrando alguns mortos pelo caminho. Quando seus pés gelados tocam a madeira quente do chão, devido ao fogo, ela desaba. É amparada por tal que respira em seu rosto e tem dois pares de olhos em si. Com esforço e dificuldade se arrasta até o corpo caído, sentiu um chute que há dias havia parado, e escuta o choramingo daqueles que estão dilacerados por dentro.
Fechou os olhos, não se permitia o ver naquela situação, e capturou a mão gélida e trêmula daquele que faz seu coração bater mais rápido, mas que agora, neste momento, poderia facilmente despedaça-lo em muitos pedaços. Ela queria gritar, queria implorar para que ele parasse com isso, que se levantasse e a ajudasse a limpar a bagunça que fizeram em seu lar, mas as palavras fugiram de seus lábios.
Com um fio de coragem abriu os olhos, estavam sozinhos, mas o cenário ainda era o mesmo. Há apenas um zumbido em seus ouvidos. Sentiu um aperto em seus dedos e o olhou, estava com o rosto pálido, boca seca e olheiras profundas, seu peito subia e descia com dificuldade, cada respiração um esforço agonizante. Mas quando a olha nos olhos, ele sorri.
Deixou escapar seu mais doloroso choro. A angústia agora era alguém que a rasgava de dentro para fora, o medo era alguém que esmagava seu coração e o desespero era quem a abraçava forte.
Agora deitada, ela mal consegue acreditar que isso esteja realmente acontecendo. Ela se culpava por não ter chegado mais cedo, por não ter sido capaz de o proteger de todo o sofrimento, se tivesse ficado isso não teria acontecido.
Amaldiçoou aquela noite na estrada onde conheceu aquelas pessoas. Se não tivessem se encontrado, isso seria diferente agora. Ela não queria se despedir, não queria deixá-lo partir. Não era o momento.
Então, ela deseja voltar para a noite em que o conheceu.
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TAKE ME BACK [carl grimes]
AcciónQuando o mundo se tornou assolado pelo caos do apocalipse zumbi, April Dixon é arrastada para o turbilhão do pesadelo. Em meio às ruínas da civilização e ciente de que a morte espreita a cada esquina, ela se vê confrontada com uma única escolha: fic...