Paulo Leminski dizia: "Acordei e me olhei no espelho, ainda a tempo de ver meu sonho virar pesadelo."
Tic tac. Tic tac.
Naquele lugar escuro havia um relógio que lhe angustiava.
Sentia-se balançando de um lado ao outro, como se estivesse navegando. Seu estômago embrulhava e sentia ânsia de vômito.
- Vejo que acordou, meu amor! - disse uma mulher carinhosamente.
- Q-Quem é você? - Perguntou, entre gaguejos de terror e falta de ar.
Suas mãos estavam atadas, nem sequer conseguia mexer os braços. Seus tornozelos estavam presos na grande cadeira de madeira. Não tinha mobilidade nenhuma e a única coisa que mexia, era seu pescoço, em busca de decifrar em qual lugar estava.
- Como assim, quem sou eu? - Deu uma risadinha de flerte. - Ora, você sabe que andou me esperando por toda sua vida.... estamos destinados a esse momento!.
Ela é louca. O garoto decifrou isso em poucos momentos, assim como também entendeu que iria morrer ali.
Fechou os olhos, lamuriando-se por todas as coisas que deveria ter feito e não aproveitou para fazer em sua vida. Por todos os sonhos que deixou escapar por suas mãos e por todas as chances que havia ignorado. No fim, não deixaria nenhum legado.
A mulher deu um beijinho em sua testa, algo suave e enjoativamente doce. Desceu seus lábios frios por sua bochecha, depositando outro beijo e, por fim, chegou aos lábios. O forçou a um beijo de língua, tomando-o de forma possessiva.
- Você finalmente está aqui e é meu! - Vangloriou-se.
Ele sentia que iria vomitar. A boca dela tinha gosto de vinho; tóxico e enjoativo.
Conseguiu ver um brilho fraco, no que supôs ser as mãos da mulher. Em poucos minutos, conseguiu afirmar que o brilho era uma seringa.
Sentiu o líquido ser injetado em sua veia.
- "A morte, que sugou-lhe o mel dos lábios, ainda não conquistou sua beleza."
O garoto conhecia aquela frase, sabia de onde vinha. Romeu e Julieta.
As engrenagens de seu cérebro começaram a trabalhar, mas já era tarde demais.
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Jisung era acostumado a ter longas noites de pesadelos. Contudo, naquela noite, não eram só pesadelos: eram monstros lhe visitando em seus sonhos. Como se Morfeu houvesse aberto as portas para demônios entrarem.
"É sua culpa, os garotos morreram por sua causa!", sussurrava um dos corpos ceifados.
"Você também tem nossos sangues em suas mãos!", outro murmurou, se aproximando de Jisung, o encurralando.
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Causa Mortis: obssesio
FanfictionEm meio a uma onda de assassinatos perturbadores que assola Incheon, as autoridades policiais são forçadas a tomar medidas extremas. Com o objetivo de desvendar o mistério por trás dos crimes, Lee Minho e sua equipe de elite são chamados para inter...