Harriet Beecher Stowe dizia: "Às vezes, o confronto é a única maneira de romper as correntes que nos mantêm cativos."
Minho caminhava a passos rápidos, sentindo o próprio estômago roncar com o cheiro do fast-food que segurava. Sabia que não estava se alimentando e nem dormindo direito e que, mais uma vez, o trabalho estava dominando cada parte de seu dia.
Havia um bom motivo, é claro. Quanto mais perto estivessem da assassina, logo Jisung estaria livre dela. Aquilo sempre era o pensamento que causava mais força de vontade em Minho. A ideia de ver alguém tão insana atrás das grades era uma motivação diária em seu trabalho.
Foi com esse pensamento que chegou até o quarto que dividia com Jisung. Abriu a porta com o cartão magnético e logo de cara percebeu que algo estava errado ao não ver o garoto lhe esperando, enquanto lia algum arquivo do caso.
Fechou a porta silenciosamente em suas costas e deixou a comida em cima da mesa rodeada de papéis. Pegou sua arma do coldre e a destravou. Escutava o barulho da água no banheiro. Se dirigiu até lá, vendo que ela estava transbordando com espuma. Desligou a torneira e averiguou cada parte do apartamento. Jisung não estava ali. Fez questão de analisar o chão, a procura de gotas de sangue e, para seu alívio, não viu nada parecido.
Na verdade, não parecia haver quaisquer sinais de luta no ambiente. Tudo parecia tão organizado… Apertou a arma em sua mão, sentindo o ferro do punho machucar sua pele. Aquilo não poderia estar acontecendo. Jisung deveria estar ali. Ele só havia saído por meia-hora!
Respirou fundo, buscando qualquer controle e chamou:
— Jisung?
Não achava que Jisung fosse o tipo de pessoa que brincaria de esconde-esconde em uma situação daquelas, mas quem sabe ele poderia ter se escondido por outro motivo? Nada. Nenhuma resposta. Somente o silêncio assustador.
Estava prestes a sair do quarto e procurar no dos demais companheiros de equipe, quando um toque de celular lhe chamou atenção. Avistou a tela acendendo no chão, perto da porta. Pegou o aparelho, verificando se tratar do de Jisung e atendeu o contato “mãe”, com certa esperança de que ele estivesse com ela.
— Jisung? Ah, graças a Deus. O que aconteceu? — A voz demonstrava seu desespero.
Minho sentiu sua garganta se fechar. Não queria assustar a mulher, porém, aparentemente, ela poderia ter alguma pista do que havia acontecido com o filho.
— Senhora Han, aqui é Lee Minho, colega de seu filho. — Tentou soar educado, mas sabia que a voz havia saído em um som duro.
— Ah, sim, Jisung me falou sobre o senhor… Onde ele está, afinal? — A mulher estava impaciente, urgente.
Minho abriu a boca para falar. Como poderia dizer algo assim a mãe de alguém?Deu uma volta de 360 graus no quarto, vendo qualquer coisa que pudesse lhe dar respostas. Percebeu que a arma de Jisung e seu distintivo estavam na mesinha de centro, ao lado do sofá. Engoliu em seco. Jisung poderia sair sem seu celular, mas Minho sabia que ele nunca sairia sem aqueles dois objetos. Ainda mais por estar vivendo no meio de um caos que o envolvia diretamente e o fazia ficar em constante perigo.
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Causa Mortis: obssesio
FanfictionEm meio a uma onda de assassinatos perturbadores que assola Incheon, as autoridades policiais são forçadas a tomar medidas extremas. Com o objetivo de desvendar o mistério por trás dos crimes, Lee Minho e sua equipe de elite são chamados para inter...