My Angel (CONCLUÍDA)

Por que você apareceu?

Olha quem voltou 😌👏👏👏

Confesso que amei os comentários de vocês, li todos e tenho que responder vocês com mais frequência ( não me orgulho disso)

Estou gostando bastante de escrever mais detalhes dessa fase da Sofia e acredito que no próximo tenha um POV do Louis com as mães.❤

Espero que gostem e comentem bastante sobre as expectativas de vocês.❤

Boa leitura.

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POV Camila

"O pai dela está esperando."

A frase ecoava na minha mente e as lágrimas caíam, não conseguia acreditar que de uma hora para outra o caos se instaurou aqui em casa. O meu corpo depois de anos em tranquilidade dava sinais claros de sobrecarga e tudo por um gatilho, um maldito gatilho. Eu nunca sequer tive uma crise com assuntos relacionados a ele, aliás, nem mesmo tive crises nesses últimos anos. E agora estou aqui sentindo o meu corpo tremer, o meu coração apertar, a respiração descompassada e eu não conseguir voltar para a realidade.

-Mami?

-Mami?

-Lou, corre e vai chamar a mamãe.

-Tá.

-Mami?

Eu tentava responder, tentava me acalmar, mas meu cérebro simplesmente não enviava os comandos me fazendo ficar ainda mais nervosa. Não era mais comum que eu tivesse crises, elas foram diminuindo com o passar dos anos e depois de cinco anos sem ter uma, eu estava assustada. Raramente eu fazia uso de calmantes, só quando estava sobrecarregada no trabalho, então meu medo parecia aumentar cada um dos sintomas que eu sentia.

-Camila? Camz? Olha pra mim... Sou eu, princesa. Olha pra mim.

Senti Lauren me puxar para seu colo e me abraçar como se eu pudesse fugir, e talvez minha mente realmente quisesse fugir da realidade ou voltar para a manhã, quando nada disso tinha acontecido. Suspirei sentindo as batidas do meu coração irem acalmando e me permiti chorar agarrada na única pessoa que me acalma sem dizer uma palavra. O meu anjo.

-Lo...

-Calma, não precisa dizer nada agora.

-Está tudo bem, mamãe? A gente pode fazer alguma coisa?

-Pega o calmante dela, por favor.

-N-não vai... A Sofia...

-Fica tranquila. _ Lauren falou praticamente me ninando e Sofi estendeu um comprimido seguido de água. _ Toma o remédio, hm? Vai ficar tudo bem.

Engoli o calmante que eu já não tomava há meses e apertei sua camisa quase me fundindo em seu corpo, estava com vergonha dos meus filhos terem me visto assim tão frágil. Acho que nunca tive uma crise perto deles, e não fazia idéia de como eles reagiram, mesmo que já tenhamos conversado com eles sobre isso em vários momentos, quando acontece é totalmente diferente.

-Vamos para o quarto descansar um pouquinho?

-N-não leva a Sofia.

-Tudo bem, mas fica tranquila.

-Promete?

-Eu prometo, minha princesa. _ Lauren confirmou beijando minha testa e vi meus filhos completamente assustados. _ Vamos para o quarto?

Subi em silêncio, mas minha cabeça só pensava agora na conversa que quero ter com a Sofia, a conversa que deveria ter acontecido dois meses atrás. Não que eu quisesse esconder algo dela, mas como foram só curiosidade bobas sobre seu cabelo ser castanho claro ou alguns traços físicos, preferi não sujar sua cabeça com coisas que achei irrelevante. Só não esperava que depois de quinze anos ele quisesse aparecer do nada e pior, por uma rede social como se fosse um colega de turma mandando solicitação de amizade.

-Linda?

-Oi.

-Está se sentindo melhor?

-Não. _ Confessei e vi seu olhar preocupado, talvez achando que eu pudesse estar sentindo alguma coisa. _ Não é nesse sentido, Amor.

-Ainda bem. Quer me contar?

-Eu não quero que a Sofia conheça o Matthew antes que eu converse sobre tudo, não é justo com a gente.

-Como assim?

-Não acho justo que ele diga meia dúzia de palavras e ela acredite por eu ter omitido coisas que não achei importante antes.

-Entendo. _ Ela murmurou ajeitando a coberta em meu corpo e beijou minha testa. _ Me desculpe ter agido por impulso, fiquei possessa quando ela disse que ele era o pai e acabei tomando atitudes erradas.

-Você me deixou falando sozinha, eu odiei.

-Me desculpe por isso também. Não vai se repetir, prometo.

-Tudo bem, Lo. Só queria que soubesse. _ Falei sentindo meu olhos pesarem e me aconcheguei em seu peito. _ Acho que o remédio está fazendo efeito.

-Dorme, eu converso com as crianças.

-Não vai mesmo sair?

-Não, eu prometo.

Fechei os olhos sentindo seu carinho e me permiti descansar um pouco, acho que amanhã o dia será bem longo. Preciso deixar acalmar os ânimos aqui em casa primeiro e amanhã converso melhor com Sofia antes de resolvermos o tal encontro... Que eu sinceramente preferia que não acontecesse.

[▪▪▪]

POV Lauren

Desci para a sala depois de deixar Camz dormindo no quarto e vi meus filhos sentados no sofá em silêncio, talvez esteja confusos com o que viram, já que a Camila nunca teve uma crise perto deles. Sentei no sofá ganhando o olhar dos dois e senti o meu celular vibrar indicando uma mensagem do Matthew, que apenas respondi que não iríamos mais e bloqueei a tela do celular. Notei Louis ameaçar falar e me ajeitei no sofá esperando pela primeira pergunta.

-Isso foi uma crise de ansiedade?

-Foi, mas gerada por causa de um estresse pós-traumático.

-Ele machucou a minha mãe? _ Sofia perguntou direta e dei de ombros, não tinha muito o que responder sobre isso. _ Não sabe?

-Sim, ele já encostou na mãe de vocês.

-AQUELE FILHO DA PUTA...

-Louis, fala baixo. A mãe de vocês precisa descansar.

-Ela nunca falou sobre isso com a gente. _ Ele comentou e assenti, Camz não gosta muito de falar sobre isso. _ Fica longe desse cara, Sofia.

-Por isso ela toma calmante?

-Não, ela já tomava por causa dos pais. A Camila já sofreu demais e por quem supostamente deveria protegê-la, isso desencadeou traumas que ela precisa tratar por toda a vida.

-Eu não quero ver o Matthew, mãe.

-E você não vai, filha. _ Falei recebendo o seu olhar aliviado e passei a mão pelo cabelo. _ Foi um erro eu ter mandado mensagem para ele, agi com raiva e sem pensar. Desculpe.

-Não quero ver a mamãe assim.

-Ela só foi pega de surpresa, filha. Eu errei em querer forçar uma situação de tanta mudança assim, ela não processou bem e ficou assim.

-Mas se eu não pedisse para conhecer o Matthew, isso não teria acontecido.

-Não foi por isso, ela entende que você quer conhecê-lo. Eu que não entendo muito bem. _ Confessei olhando para a TV desligada à minha frente e Sofia veio para meu colo. _ Sua mãe só precisa de um tempo.

-Desculpa.

-Está tudo bem, filha. Coloca um filme, feioso.

-Minha mãe diz que eu sou sua cópia. _ Louis falou risonho e dei língua, nem tem como zoar esse garoto. _ Qual filme?

-Pode ser uma comédia.

-Vou fazer a pipoca, me esperem.

Observei Sofia sumir pelo corredor em direção à cozinha enquanto Louis me dava algumas opções de filme e aproveitei para olhar mais uma mensagem do Matthew. Ele reclamava por eu ter desmarcado o encontro que deveria ter acontecido meia hora atrás, mas simplesmente bloqueei seu número. Se a Camila quiser e estiver pronta, falo com ele em outro momento, mas ainda não esse momento.

Subi para dar mais uma conferida na Camila que ainda dormia e desci para a sala novamente encontrando meus filhos já preparados para assistir o filme escolhido. A preparação deles consistia em Louis largado num sofá e Sofi me esperando para assistir deitada comigo, fazemos esse mesmo "ritual" desde que ela era pequena. Chega a ser curioso perceber que Camila e eu tivemos um "grude" para cada, Louis passa o dia agarrado na minha esposa se deixar.

[▪▪▪]

-Amor?

-Oi, linda. _ Levantei do sofá depois de ajeitar a Sofia que apagou na metade do filme e me aproximei. _ Tudo bem?

-Estou um pouco cansada. Vocês já tomaram café da tarde?

-Não, as crianças apagaram na metade do filme.

-Vou preparar então.

-Não precisa, eu vou fazer.

Segui com ela para a cozinha e fui direto para a geladeira pegar as frutas que Camila gosta, queria mimá-la um pouco depois da grosseria que fiz de deixá-la falando sozinha. Por alguns minutos eu realmente perdi a cabeça e sequer medi a gravidade das coisas que eu estava fazendo ou causando para quem eu amo. Nossa relação sempre foi baseada no cuidado, carinho e o respeito que temos uma pela outra, acho que consigo contar nos dedos da mão todas as vezes que tivemos algum atrito em quase dezesseis anos juntas.

Não que sejamos perfeitas, longe disso. Mas sempre aprendi com meus pais que ficar longos dias brigando ou gritando para ser ouvida, não resolve nada. E que principalmente, eu deveria sempre zelar por quem está comigo todos os dias, até porque mesmo eu me desentendendo no trabalho ou em outro lugar, não saio gritando ou agindo feito uma idiota. Às vezes acho que se as pessoas entendessem isso, as relações não seriam quebradas tão facilmente.

-Quer leite condensado, linda?

-Não, só as frutas mesmo. Obrigada.

-Quer sanduíche? Eu deixei o recheio pronto na geladeira. _ Sugeri e Camila negou me olhando da bancada. _ Então acho que está pronto o seu café da tarde.

-Obrigada, Lolo. Que carinha é essa?

-Você me desculpa mesmo? Estou com isso na cabeça até agora.

-Claro que sim, Amor. Não se preocupa.

Sentei ao seu lado na bancada e Camila me deu um pouco da salada de frutas na boca antes de voltar a comer em silêncio. Já tínhamos passado da fase do silêncio ser "assustador" na relação, o nosso silêncio me traz paz e mostra o quanto nossa relação é real. Aprendi tanto com a Camila nesses anos.

-Vou conversar com a Sofia amanhã, tudo bem?

-Claro, como você achar melhor. _ Beijei seu ombro dando um leve sorriso e ela continuou comendo sua salada. _ Eu bloqueei ele.

-Tudo bem. Acho que pelo menos por enquanto é bom não ter contato com ele, para evitar situações que não estamos preparadas.

-Será que ela vai querer ter uma relação de pai e filha?

-Não sei, Amor. Mas no momento o que ela tem é pura curiosidade, conheço bem a sua bonequinha.

-Ele pode querer registrá-la?

-Querer até pode, mas poder é outra coisa. _ Ela virou de frente para mim e senti sua mão em meu rosto fazendo um carinho com o polegar. _ Matthew não foi enganado em relação a paternidade, lembra? Quando ele assinou o documento, não foi porque você seria a mãe. Foi para que a justiça tivesse a ciência de que ele não queria assumir a paternidade abrindo mão de todos os direitos e deveres.

-Mas tem como ele reverter isso?

-Acho que não, mas podemos ver isso.

-Tenho medo.

-Ela sempre vai ser a sua filha, sempre.

[▪▪▪]

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