Três

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— Eu sempre sonho com você, mas nos sonhos não tem som, eu só vejo as coisas acontecendo.

— Como tem certeza que sou eu, Lira?

— É o mesmo rosto, só que você não tem esses olhos dourados.

— Eu conheci uma Mary e não não uma Lira.

— A Mary se parecia muito comigo? — ela o olha.

— Vocês são idênticas até na voz — ele parecia triste.

— Eu não tenho uma irmã gêmea, não que eu saiba.

— A Mary já faleceu tem muito tempo, Lira.

— Agora eu estou um pouco confusa. Ela era mais velha do nós dois?

— Tem algo que eu não tenho como te explicar.

— Não acho que seja tão difícil assim, Edward.

— Ela morreu e não teve filhos, então não tem como você ser descendente dela.

— Como você conheceria uma pessoa com essa idade? Do jeito que você fala é como se ela pudesse ser minha vó.

— É melhor parar por aqui — ele tenta se levantar, mas ela segura a mão dele.

Mary estava em um hospital, ela falava com um médico, ele tinha os olhos dourados, e a pele perfeita assim como Edward. Ele parecia falar algo para Mary, a garota começa a chorar, parecia que ela buscava informações sobre alguém. A jovem sai dali ignorando o médico que a chamava, na visão de Lira não existia som, então não dava para ouvir o que eles diziam.

A garota corre sem rumo, ela não para até suas pernas fraquejarem, ela cai de joelhos no chão. Mary olha para o céu, seus olhos castanhos se arregalam, ela abre a boca para tossir, e sua mão vai até sua barriga. Algo tinha lhe atingido, ela sente a vida ir lhe deixando, seu corpo cai no chão imóvel, ela murmura algo antes de fechar os olhos, provavelmente o nome de Edward.

— Eu tive uma visão estranha, era como me ver por outros olhos, e eu morria.

— Me conta o que exatamente você viu, Lira.

— Ela pedia informação para um médico, ele tinha olhos dourados e cabelo loiro.

— Ela deve ter procurado por mim — ele parecia perdido.

— Ela recebe alguma notícia e sai correndo, então ela acaba levando um tiro, acho que ela estava no lugar errado, não parecia que a intenção era matá-la.

— Carlisle deve ter contado que eu morri.

— Como você morreu se está aqui, Edward?

— Eu morri no hospital no dia em que tudo mudou.

— O que aconteceu naquele lugar? — ela precisava de respostas.

— Tem coisas que você não conhece, Lira.

— Eu tenho visões que me fizeram parar na ala psiquiátrica do hospital, acho que posso lidar com qualquer coisa.

— Eu deveria ter morrido em 1918 junto com a Mary.

— Ninguém vive por tanto tempo assim, Edward.

— Monstros como eu sim, naquele ano eu deixei de ser humano.

— Você só pode ser um psicopata — ela corre em direção a porta.

Lira sai correndo do apartamento, ela parecia sem rumo assim como Mary, naquele momento ela se dividia entre as duas, era como se o passado e o presente se misturassem. Ela só para quando suas pernas perdem a força, mas um barulho de buzina a assusta, fazendo um grito escapar de sua garganta.

...

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Reincarnated - Edward Cullen (Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora