Sete

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Lira estava sentada num balanço, ela se sentia dividida, em parte ela era a Lira uma garota que nunca foi feliz, mas ela também tinha as lembranças de Mary, era como ser duas pessoas num mesmo corpo, ela tinha a essência de Mary, mas não deixava de ser a Lira. Ser a Mary parecia uma boa fulga, assim ela teria um passado com lembranças bonitas, já como Lira ela só sentia dor ao lembrar do passado, mesmo assim ela sabia que não podia deixar de ser ela mesma, afinal como Lira ela era filha de uma mulher incrível, a única pessoa que a amou com sinceridade.

— Será que ainda sou sua abelhinha, mamãe? — ela olha para o céu cinzento, parecia que iria chover a qualquer momento.

— Lira, me desculpe, eu não deveria tentar decidir por você.

— Você sabe que eu não tenho ninguém nesse mundo, e que infelizmente me apeguei a você mais do que deveria, então me senti abandonada outra vez.

—  Eu prometo que não vou te abandonar.

— Mesmo se eu pedir para me transformar?

— Isso não é algo bom, você sabe que ser vampiro só trás coisas ruins.

— Eu já estou morta por dentro, morri no dia que me trancaram naquele hospital — ela caminha até o outro lado da rua.

— Você não precisa disso para ser feliz, Lira.

— Talvez o melhor então fosse ter o mesmo destino outra vez, reencarnar diversas vezes, a espera do dia em que ficaremos juntos.

— Se eu tivesse morrido naquele dia, nós dois teríamos reencarnado, assim viveríamos uma vida normal como humanos.

— Mas não foi assim que aconteceu, e como vampiro você não vai morrer, então eu envelheceria e morreria.

— Eu sinto muito mesmo, queria que as coisas fossem diferentes — ele segura o queixo dela e a olha.

— Temos a oportunidade de fazer diferente dessa vez.

— Vamos com calma, Lira — ele a puxa para os seus braços.

— Só não deixe que seja tarde demais, Edward — ela apoia a cabeça em seu peito.

...

Era mais um dia de aula, ele já estava atrasado, seus fios cor de bronze bagunçados, seu jeans surrados e sua camisa ao avesso. O jovem humano corre até a escola, ele não poderia ter mais uma falta, então ao entrar na sala ele solta um suspiro de alívio. Sua amiga lhe da um sorriso, em advertência pelo atraso, ela sabia que ele nunca tomaria jeito.

— Se quiser passar de ano compre um despertador — eles se sentam para almoçar.

— Eu prometo que vou me esforçar, não quero ser o único a não me formar — ele sorri.

— Você tem que ter mais responsabilidade, Timmy.

— A minha mãe também deveria, mas ela passa o seu tempo no bar.

— Se você quiser pode dormir lá em casa.

— Acho que seria bom, ao menos sua família é normal.

— A sua mãe só está passando por um momento difícil.

— Esse momento difícil já tem seis anos.

— Acho que ela não superou ter ficado viúva.

— E eu também não superei, além de perder meu pai  ficar sem minha mãe.

Reincarnated - Edward Cullen (Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora