Capítulo 2.
11 de maio, 2023. Sexta.Fome.
Muita, muita fome!
- Andrew... - Resmunguei. - o quanto falta?
- Muito, Ashley. Ainda é manhã e a gente tá aqui desde as onze da noite de ontem.
- Ahhh! Eu não aguento mais! Meu corpo todo dói, e minha barriga não para de roncar.
- Você aguentou três meses e vai aguentar dois dias!
- Andrew, por favor, para o carro no próximo posto. Uma barrinha de cereal e um refringente vai ser um baita banquete pra mim.
- Não.
Cruzei os braços e encarei ele séria, mesmo que seus olhos ficassem fixos na estrada.
- Andrew, para esse carro!
- Não, Ashley! Além disso, não vamos usar o dinheiro que temos com anda inútil. Vamos usar só quando chegarmos lá, ou quando for uma emergência.
- E comer não é uma emergência?!
- Agora não.
- Hm, a pouco tempo atrás era!
- Deixa de ser mal criada e espera! Uma hora a gente vai chegar!
Afundei no banco, irritada!
- Eu posso pelo menos ligar o rádio?
- Ah... - Ele suspirou. - tudo bem, pode!
- Ha! Isso ai!
Me levantei, um pouco mais animada, e liguei o rádio.
"Queridos e nada importantes telespectadores, a rádio EatShit tá sempre ligada nas músicas mais atuais e prontíssima pra te atender! Tocando agora, 'The Weekend, Starboy'! "
- Ai, dizem que esse cara é bom! Vou aumentar.
Girei o pequeno botão até que chegasse ao último volume.
- Abaixa isso, Ashley!
- Nem fodendo! Se eu vou ficar dois dias inteiros aqui dentro, quero pelo menos, escolher o que eu vou fazer! Fecha a matraca e dirige, maninho.
- Urg, você cansa
- Não, querido. Eu sou revigorante, você cansa!
- Tsc! Tanto faz! Se vai ser assim, só fica quieta e escuta sua música.
- Eu vou!
Cruzei os braços e afundei no banco mais uma vez, ouvindo a música.
Meu corpo parecia meio mole, considerando que não consegui dormir nessa última madrugada.
A música era boa, o vento que via das frestas abertas das janelas não era tão ruim.
Era, e-era até confortável, e aconchegante e...
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Sangue nas Rodas - The Coffin of Andy and Leyley
FanfictionEra um fato inegável, Andrew e Ashley eram criminosos desde sua infância. E, agora, eram fugitivos, também. Pais mortos. Dinheiro em mãos. Um carro para pegar a estrada. Um amuleto sobrenatural. Depois de tudo que fizeram e dos crimes hediondos que...