capítulo 22: calmaria

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Pov:Narrador*

O encontro das garotas terminou de maneira divertida e confortável, com as mesmas pegando um ônibus rumo ao bairro que Enid morava.

Estavam sentadas lado a lado dentro do ônibus, apenas vendo as casas de diversas cores passar rapidamente pelas janelas, deixando suas fisionomias distorcidas e estranhas.

Estava a noite, com nuvens pesadas cobrindo o céu estrelado, indicando que mais tarde iria chover, o que já não era surpresa para Enid que nasceu e viveu a vida inteira naquela cidade de clima úmido.

Mas algo que a loira não conseguia se acostumar era com os trovões e relâmpagos que lhe assustavam com seus sons altos como estrondos e colisões.

Wednesday e Enid se mantinham em um silêncio confortável, enquanto a loira via as casas passar, a morena olhava fixamente para frente, como se estivesse prestando atenção no trajeto ou se estivesse desconfiada do motorista.

Quando de repente um trovão ressuou alto, fazendo Enid estremecer, a mesma apertava as duas mãos para tentar conter seu medo.

Wednesday desviou sua atenção por míseros instantes do trajeto, levando a loira que tinha o olhar para seus pés, enquanto suas mãos estavam juntas sendo apertadas com toda a sua força.

Enid respirava devagar e pausadamente, como se tentasse concentrar em sua respiração, enquanto recitava palavras de sua mãe, ditas quando a mesma tinha medo dos trovões quando pequena.

- Você não é fraca, Enid - Enid murmurava em palavras trêmulas.

- Você não é uma qualquer, não é patética para ficar com medo de trovões - A loira recitava com certa irritação em suas palavras baixas e trêmulas.

- Larga de ser medros- Enid foi interrompida por Wednesday que deslizou sua mão até a da loira.

Enid olhou rapidamente para a morena que olhava para as mãos da loira, enquanto delicadamente as separava, vendo que nas palmas das mãos de Enid havia as marcas de suas unhas fincando em sua pele.

Wednesday passou seus dedos lentamente pelas marcas de Enid. Logo pegou uma de suas mãos e entrelaçou seus dedos com os próprios.

Palavras não era necessário naquele momento, estava explícito no olhar de Wednesday, sua maneira de acalentar e acalmar a loira de olhos azuis que sentiu suas bochechas arderem, que o amor e carinho estava presente.

O resto do trajeto, Enid passou com os dedos entrelaçados com os da morena, enquanto sentia seu coração mais turbulento, mas não por medo dos trovões e sim por outra grandeza da natureza de seu mundo, que lhe tirava do chão e a fazia viajar pelas estrelas e ler as letras formadas com as mesmas, a história que sua imaginação lhe proporcionava.

- Enid, sua parada - disse o motorista com semblante cansado.

A loira levantou rapidamente com Wednesday, as duas desceram, sentindo vento uivante lhe acariciar os rostos e bagunçar os cabelos.

Estava frio, o vento carregava as folhas friamente arrancadas das árvores, tendo suas copas e galhos em constante movimento, pela força que o vento lhe atravessava carregando a notícia da eminente da chegada da chuva.

Wednesday olhou no poste da esquina, onde havia a placa dizendo que rua era aquela, e se tratava da rua Resef, fazia parte do centro, mas não havia muito movimento naquele momento.

- Vamos, Wed, antes que chova - disse Enid puxando Wednesday em direção a rua bem iluminada.

Wednesday ficou em silêncio por alguns segundos, apenas deixando ser levada pela loira, pois estava prestando atenção no vento que assobiava e nas árvores que se mexiam de maneira enlouquecida e ameaçadora.

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