capítulo 41: Encontro 2

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Pov:Narrador*

O início de um sonho?
Não, não era o início de um sonho, o início foi quando aquelas duas garotas saíram da Mansão Addams sem olharem para trás, sentindo frio do vento do inverno, porém seguindo em frente. Aquele sim, foi o início.

Naquele instante, era enfim a realidade, era a realização do sonho, onde com apenas uma caneta conseguiu escrever o nome que lutou para conquistar "Wednesday Frump".

- Seja bem vinda a editora, senhorita Frump - uma mulher lhe deu as boas vindas com um sorriso simpático e amistoso, estendendo sua mão em direção a morena.

Wednesday com o coração anestesiado pela ficha que ainda não havia caído, apertou sua mão com vigor.

- Será um prazer tê-la como uma de nossas escritoras - A mulher disse vendo um brilho satisfeito e talvez um pouco eufórico nos olhos de Wednesday que assentiu.

- Obrigada - a morena agradeceu com sinceridade.

[...]

Do lado de fora, a neve caía vagarosamente, tingindo os cabelos negros de Wednesday com flocos brancos. A morena estava ali em frente ao prédio da editora, suas mãos estavam frias, as colocou nos bolsos de seu sobretudo em busca de calor.

Olhava para o céu, uma enorme lua era vista, tão linda, em sua mais virgem claridade a encarando de maneira convidativa e amigável, sentiu um aperto no peito.

Havia uma teoria da religião espírita que consisitia em dizer o quão forte era os sentimentos da alma. Dizia que se uma pessoa mesmo que longe, pensasse verdadeiramente em uma pessoa, essa pessoa iria pensar nela também, iria sentir sua saudade, sentir sua falta, iria corresponder seus pensamentos.

Podia talvez ser apenas coincidência, mas naquele instante, a morena desejou, um desejo puro e sem inibições a presença da loira ali, desejou seu abraço quente capaz de transmitir calor ao seu corpo, segurar sua mão quente, enquanto escutava de seus lábios rosados as parabenizações que com certeza ela não iria economizar palavras ao expressar tamanha felicidade. Porém, longe, bem longe, em Los Angeles, Enid havia acabado de acordar, o Sol nascia devagar no horizonte, invadindo o quarto com seus raios sonolentos.
Quando a loira firmou os pensamentos, olhara para o Sol, sentira uma imensa vontade de desenhar, vira em sua escrivaninha o caderno que usava para escrever os rascunhos de cartas para Wednesday.

Se levantou da cama descalça, apanhou o caderno junto de um lápis e começara a desenhar, de maneira expressiva e espontânea, passou uma hora perdida em seu mundo, quando enfim havia acabado.

E lá estava ela, em tom cinzento do lápis, uma linda mulher de traços delicados e olhos vibrantes, seus lábios possuíam um discreto sorriso. Enid ao ver seu desenho, sorriu, sentiu o peito apertar, mas estava serena em uma felicidade muda, presente em um silêncio que era quebrado apenas pelas juras de saudade emitidas de seu coração.

- Continua me inspirando mesmo que de longe.. mi amor - Enid murmurou docemente encarando o Sol que já havia levantado o suficiente para iluminar todo seu quarto.

Naquela manhã, Enid iria conhecer um professor novo, estava alegre aquela manhã, sentia-se bem, esperando, esperando o dia que a carta de sua morena iria chegar.

Ao adentrar a sala e se sentar, o professor entrou, um homem alto de cabelos negros bagunçados, tinha olheiras abaixo dos olhos, mas um olhar espirituoso.

- Olá, sou Joseph e vou conhecê-los de acordo com suas obras em outras aulas - o mesmo disse calmamente depositando um conjunto de telas pintadas em cima da mesa.

Enid e os demais estavam curiosos e um tanto quanto surpresos, ele pegou uma tela de cada vez, leu o nome do aluno e analisou suas pinturas dizendo características do aluno, as vezes errava o que tirava uma risada divertida dos demais, mas mostrava hábil em ler os alunos apenas com seus desenhos.

Fã número 1°Onde histórias criam vida. Descubra agora