A GAROTA DA CASA AO LADO

Capítulo 1: A Casa ao Lado

Capítulo 1: A Casa ao Lado

Jack Foster estava tomado pela ansiedade. Tendo recém-graduado em jornalismo, ansiava por uma grande reportagem que lhe proporcionasse destaque e reconhecimento. Seu sonho era trabalhar em uma prestigiada editora ou em uma famosa emissora de TV, mas ele sabia que precisava começar de baixo e provar o seu talento.

Foi por isso que ele aceitou o convite de um velho colega para trabalhar em um pequeno jornal local situado em Darkwood, uma cidadezinha isolada e pacata, cercada por densas florestas e majestosas montanhas. Era um local conhecido por sua tranquilidade, onde os habitantes levavam vidas simples e monótonas.

Jack não sentia muita empolgação com a ideia de viver em Darkwood, mas enxergava nisso uma oportunidade valiosa para descobrir alguma história envolvente e inédita, capaz de conquistar o público e os editores. Talvez houvesse um segredo escondido naquela cidadezinha, algo desconhecido ou oculto pelas pessoas.

Assim, Jack mudou-se para Darkwood levando consigo apenas algumas poucas bagagens e uma quantia modesta em dinheiro. Decidiu alugar uma casa antiga e barata, que situava-se ao lado de uma construção abandonada, rodeada por rumores sombrios de assombração. Porém, Jack não se importou com essas histórias, pois não acreditava em fantasmas. Ele apenas desejava um local para dormir e escrever.

Em seu primeiro dia de trabalho, Jack foi apresentado ao seu chefe, o Sr. Jones. Era um homem idoso, careca e rabugento, que não parecia satisfeito com a chegada do novo funcionário.

— Então você é o Jack Foster? — perguntou o Sr. Jones, enquanto ajustava os óculos e analisava Jack com um olhar perspicaz..

— Sim, sou eu. É um prazer conhecê-lo — respondeu Jack, tentando transmitir confiança.

O Sr. Jones fez um gesto de leve desinteresse.  — O prazer é todo meu. E o que te trouxe até aqui?

— Eu vim para trabalhar como jornalista — explicou Jack, mantendo o tom firme.  — Acredito que Darkwood pode ter mais histórias do que aparenta.

— Jornalismo, hein? — murmurou o Sr. Jones, com uma sobrancelha arqueada. — Você acha que vai encontrar algo interessante para escrever aqui?.

— Eu espero que sim — respondeu Jack, com um sorriso confiante, embora uma pequena dúvida o assombrasse.

— Hmm, esperança é uma coisa boa — comentou o Sr. Jones, parecendo cético.  — Mas, meu jovem, devo te avisar que não é todo dia que Darkwood nos presenteia com uma grande história. Aqui geralmente é um marasmo, só temos notícias chatas e sem graça. Você pode acabar escrevendo sobre a festa da colheita ou sobre o aniversário da vovó Ruth.

 Jack balançou a cabeça, mantendo o interesse. — Entendo. Mas será que não há algo mais intrigante acontecendo por aqui?

O Sr. Jones pausou por um momento, como se ponderasse sobre o que dizer a seguir.  — Bem, talvez haja algo que te interesse — ele disse, finalmente, com um brilho misterioso nos olhos. —Você já ouviu falar da casa ao lado da sua?

Jack inclinou a cabeça, curioso. — A casa ao lado da minha?

— Sim, exatamente — confirmou o Sr. Jones, com um aceno de cabeça. — Aquela casa onde ocorreu um crime brutal há dez anos

— Um crime brutal? — Jack sentiu um calafrio percorrer sua espinha.

— Sim, uma família foi assassinada naquela residência de forma cruel e misteriosa — explicou o Sr. Jones, mantendo um tom sério.  — Até hoje, ninguém sabe quem cometeu esse ato horrível e por qual motivo. Foi um dos casos mais chocantes e intrigantes da história desta cidade

— Isso é sério? — Jack mal conseguia esconder sua surpresa. 

— Extremamente sério — confirmou o Sr. Jones, assentindo gravemente.  — Mas o que torna a história ainda mais interessante é que a única sobrevivente daquele massacre foi a filha do casal, uma jovem chamada Evelyn Smith.

— Evelyn Smith? — Jack repetiu o nome, sentindo uma pontada de curiosidade.

— Sim, ela era uma moça bonita, inteligente e enigmática — continuou o Sr. Jones.  —Desapareceu logo após o crime e nunca mais foi vista.

Jack ficou pensativo por um momento, absorvendo a informação. — E o que aconteceu com a casa depois disso?

— Bem, a casa ficou vazia e trancada desde então — disse o Sr. Jones. — Ninguém quis morar lá ou comprá-la. As pessoas dizem que a casa é assombrada, que há fantasmas e coisas do tipo.

— Você acredita nisso? — Jack perguntou, intrigado.

O Sr. Jones deu de ombros. — Eu não sei ao certo. Mas algo estranho acontece naquela casa, isso eu posso garantir.

"Interessante..." murmurou Jack, sua mente já começando a girar com ideias.

— Quero dizer que às vezes vejo coisas acontecendo naquela casa — revelou o Sr. Jones. — Coisas que não deveriam estar ali.

— Que tipos de coisas? — indagou Jack, curioso.

— Coisas como... luzes, sombras, vozes, barulhos estranhos — explicou o Sr. Jones.

— E o que você acha que são essas coisas? — perguntou Jack, absorvido pelo mistério.

— Eu não sei. De qualquer forma, seja cauteloso — aconselhou o Sr. Jones, com um olhar sombrio. — Há mistérios em Darkwood que vão além da nossa compreensão.

Com essas palavras ecoando em sua mente, Jack olhou pela janela para a casa ao lado, seu interior escuro e impenetrável. Uma sensação de intriga e um leve arrepio percorreram sua espinha, enquanto ele se perguntava sobre os segredos sombrios que poderiam estar escondidos ali.

Após a intrigante conversa com o Sr. Jones, Jack voltou ao seu trabalho no jornal local. Ele tentou se concentrar nas tarefas diárias, mas sua mente continuava voltando para a casa ao lado, onde o crime brutal ocorreu há uma década.

Enquanto digitava em seu computador, Jack ocasionalmente lançava olhares furtivos pela janela do escritório. A casa misteriosa estava ali, ao longe, envolta em sombras e mistérios, como se estivesse chamando por ele.

A cada olhar, uma sensação estranha o envolvia, uma mistura de curiosidade e medo. Ele se perguntava sobre os segredos que a casa guardava e sobre o destino da jovem Evelyn Smith, a única sobrevivente do terrível incidente.

Mesmo tentando se concentrar em seu trabalho, Jack sentia-se cada vez mais atraído pela casa ao lado. Era como se algo o puxasse naquela direção, uma força inexplicável que o instigava a descobrir a verdade por trás daquele lugar sombrio.