Ao acordar Volker sentiu seu corpo balançar, só depois percebeu que estava sendo carregado. Bruscamente a altura diminuiu, a pessoa que o carregava se ajoelhou para pegar folego antes de continuar.
— Você é muito pesado... — resmungou em tom baixo.
— Então me largue, não preciso da sua ajuda!
O príncipe parou surpreso do dragão ter acordado.
— Você consegue andar? — quis saber o príncipe, mas Volker nem se mexeu em suas costas.
Abel, então, continuou carregando-o e tentou começar uma conversa.
— Volker... A espada falou comigo, ela pediu que o ajudasse.
O dragão não respondeu, seus olhos fechados denunciavam seu estado de cansaço. O príncipe, portanto, achou melhor continuar em silêncio.
~ ~ ~
Algum tempo depois ele chegou a uma parte escura e fechada de floresta, só parecia ter a parede de pedra da montanha à frente. Cercado por espinheiros de ora-pro-nóbis e cupuaçu. Aquela área possuía várias montanhas com o topo chapado, como blocos irregulares fazendo labirintos pela floresta.
O príncipe olhou para a espada na cintura, como se quisesse confirmar algo, então seguiu em frente entrando pela parede, que na verdade era como uma ilusão mágica e ali dentro havia uma caverna gigantesca escavada na rocha, onde um dragão verdadeiro andaria sem dificuldade.
Continuando pelo túnel Abel se deparou com um salão ainda maior que o túnel de onde viera. Era circular e todo revestido em mármore, com lustres acessos, como que por mágica, no teto. Uma luxuosa escadaria finamente trabalhada, em granito e mármore, descia dando acesso ao piso inferior.
No salão três gigantescas portas, uma em frente à escadaria e mais duas em cada extremidade. O príncipe se demorou um tempo, contemplando toda aquela riqueza. Era inacreditável que algum reino pudesse possuir algo como aquilo — Assim é o covil de um dragão? Tão rico e belo... — devaneava.
Até que a porta em frente à escadaria abriu sozinha convidando-o a entrar.
— Como... Encontrou esse lugar? — resmungou Volker ainda acordando.
Mas nem deu tempo para o príncipe responder. Na posição que estava cruzou os braços tentando enforca-lo.
— Ficou louco!? Me solte! — ordenou Abel se soltando dos braços daquele meio dragão ingrato. Volker estava muito frustrado e bravo, mas não tinha forças para lutar contra o príncipe.
Abel o soltou no chão e se afastou um pouco. Nesse momento iria dizer alguma coisa a ele, mas passos pesados vindos do túnel interromperam o raciocínio dele.
— Você foi seguido, Maldito! Como achou esse lugar?! Agora eles vão roubar meu tesouro! — Enquanto Volker só reclamava os dois dragões se aproximaram.
— Obrigado por nos mostrar o caminho pequeno humano, como prometido pode sair com a vida desse mestiço.
A expressão de frustração de Volker evoluiu para total desesperança. Ele não tinha forças para lutar, se sentia humilhado por ter sido salvo e carregado por um humano.
"Agora tudo que me resta será roubado..." lamentava em sua mente.
— Não me lembro de ter feito acordo nenhum com vocês. — afirmou Abel pondo-se na frente de Volker já com a espada desembainhada em punho.
— Oh! Hahaha Acha que deixamos você levar esse 'cadáver' por medo da sua espada? — mas Abel não recuou, sua postura firme encarando os dragões fez o mais esquentado deles avançar para esmaga-lo com sua pata.
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Guerra e Dragão
Aventura🥉Colocado no Concurso Nove Caldas / Categoria Fantasia 🥉 Colocado no Concurso Nove Caldas / Categoria Especial: Melhor Sinopse O dragão Merak só estava interessado em pilhar livros e obras de arte, para embelezar seu covil. Quando foi importunado...