𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝐓𝐡𝐢𝐫𝐭𝐞𝐞𝐧

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The Serial Killer.

A raiva, o desejo, a perturbação, a fúria.
Tudo isso me consome quando ela está por perto.
E quando ela esteve mesmo em minhas mãos, eu jurei que o mundo fosse explodir.

Eu não sei onde eu consegui o controle.
Enfiar os dedos no meio de suas pernas, jogar minha mão a seu pescoço e deixá-la sem ar....um simples corte na coxa?
Isso não é nada quando tudo o que eu queria era rasgar a pele do seu peito e devora-la.
Então eu sou a porra de um canibal.

Eu nunca me senti humano o suficiente para este mundo, mas perto dela foi como uma certeza.
Tocando nela, aquecendo nossos corpos, fervendo nosso sangue, partilhando energias raivosas.

Eu não pertenço a humanidade.

Depois de deixá-la ali, no piso gélido, na escuridão, seus punhos cerrados e a cabeça baixa, eu fugi, fugi de mim mesmo.
E se eu pudesse ler seus pensamentos eu diria que ela procurou fugir dela mesma quando decidiu entrar naquele jogo comigo, quando arrancou uma faca da gaveta, e subiu as escadas com os dentes cerrados, e mesmo assim, mesmo ela tentando demonstrar toda a sua coragem, eu vi o medo transparecer em seus olhos enquanto ela se esforçava para abrir as portas, sem saber se eu estaria do outro lado.

Foi divertido pra caralho.
Deixar meus rastros propositais pelo corredor, ver a confusão em seu pequeno rosto.
Ela me deixa com raiva, raiva da minha existência, raiva da existência dela, mas mesmo assim eu a quero, quero consumir cada pedaço dela, quebrar todos os seus ossos, beber seu sangue e sugar sua alma, e então, ela faria o mesmo comigo.

Eu não aguento.
A pequena mesa de vidro em minha frente voa após o ato de minhas mãos, então ela se quebra em mil partículas de cristal derramado pelo piso negro da minha casa.

— É sério que uma par de seios faz isso com você? — A voz de Chase soa em meus ouvidos, o garoto dos cabelos amarrados, com o corpo apoiado na parede da entrada, enquanto passa a língua na mortalha do breve baseado.
Ás vezes é como se ele estivesse chapado o tempo inteiro, pois ele pode estar dizendo o mais cruel possível, mas seu tom de voz é sempre descontraído.
Ele simplesmente não se importa.

Afundo os dedos entre os fios escuros do meu cabelo, os penteando para trás.
— Calado você seria um ótimo poeta. — Eu rosno, procurando a latinha de cerveja que eu havia jogado algures.

Mesmo ao lado do sofá, a latinha de cerveja tombada no chão, não derramando nada no piso mas ainda assim eu lembro que não a terminei.
Eu a pego imediatamente, em busca de algo que acabe com a minha adrenalina do momento.

Meus dedos afundam no material da lata vermelha, a dobrando, enquanto viro o pequeno resto do líquido para dentro, deixo minha mão amassar por completo a latinha, e então, eu a jogo em direção a janela, que apenas cai como nada no piso, pois a janela estava fechada.

Jogando meu corpo no sofá de couro e deixando minha cabeça afundar no material, Chase está agora sentado ao meu lado em menos de nada.
— Você sabe que o áudio estava ligado e eu consegui ouvir tudo? — Ele diz, antes de aproximar o isqueiro do baseado preso entre seus lábios.

Tudo o que faço é mover minha cabeça sutilmente em sua direção e soltar uma leve risada.
— Ela gritou alto, não? — Eu digo, o sorriso ladino se curva no canto dos meus lábios.

Chase bufa, com aquela expressão do óbvio.
— Você tem certeza que foram apenas dedos? — Ele questiona, e não posso tirar-lhe a razão, Serena gritou bem mais alto com meus dedos a circulando do que quando eu passei a lâmina em sua coxa.
Acho que o choque daquele corte não a permitiu esboçar certas reações.

Que aquela cicatriz seja eterna, e que a faça lembrar de que eu não sou a porra do Dave.
Que eu não a irei machucar como ela acha que vou, que eu entrei em sua vida para lhe mostrar o que é a adrenalina do perigo, terror e medo.
Ela irá gostar tanto disso como uma droga.

Punk Obsession - The Serial Killer.Onde histórias criam vida. Descubra agora