CAPÍTULO 8

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   Meus olhos se abrem lentamente e
feixes de luzes surgem em minha visão, sentada ao meu lado no sofá, Amelie está lendo algum livro, sua concentração é tão tamanha que não percebe que eu despertei. Estou coberta, com isso não consigo ver como está minha perna, olho pela janela e vejo uma linda manhã... O inverno acabou.
  - Abby, está acordada?
  - Sim Am.
   Ela fecha seu livro e se aproxima de mim segurando minha mão. Descubro então que estive desacordada durante os últimos três dias, tive muita febre e delirei enquanto isso acontecia, o sangue fora estancado e Angeline sempre vinha limpar o curativo que foi feito.
  
   E então o restante de minha semana havia sido assim, deitada o dia inteiro em minha cama, sendo limpa pelas criadas. Às vezes Amelie vinha e me contava algo diferente, seu último pretendente tinha sido descartado de suas opções, ele lhe parecia perfeito, mas ela não conseguiu sentir qualquer atração que seja por ele, quem dirá amá-lo algum dia, então ela iria conhecer o próximo neste domingo.     Estava a ponto de enlouquecer, não sentia mais dor, apenas quando tentava ficar de pé sentia uma pontada, então aos poucos fui tentando voltar a andar. Enquanto isso, Amelie e minhas primas estavam aproveitando o máximo que podiam, foram andar de carruagem pelo reino, fizeram piqueniques e tomaram chá da tarde, enquanto fiquei mofando neste quarto. Ao menos hoje de manhã, pude escolher novos tecidos para meu novo vestido com elas.
  - Branco lhe caí muito bem Abby- Marjorie afirma.
  - Quer parecer com uma noiva prima?
  - Ela deve estar planejando Genevieve, que assim que se levantar da cama, irá pular nos braços do príncipe bonitão e irá casar com ele- Penelope fala por entre risadinhas e as outras fazem o mesmo.
  - Não vejo onde está a graça, aliás, também não vejo onde está o bonito dele.
  - Então não enxerga bem, já viu aqueles ombros fortes?
  - Por favor, não comece, irei vomitar se continuarem- faço uma pausa dramática - Oh não, veja! Minha ferida até já começou a latejar -digo com o tom mais sarcástico que posso.
   Elas riem da minha fala.
  - Esta cor é maravilhosa Amelie, combina com você!- Marjorie diz com um tecido amarelo de cetim.
  - E essa valoriza seus olhos Abby.
   Pego o tecido azul escuro das mãos de Penelope, e é como se ele tivesse sido feito para mim, era pesado, grosso e intensamente azul, fiquei encantada.
  - Como não vi ele antes? É meu favorito até agora!
  - Vossa Alteza gostou dele? É um novo pano que estamos criando, ninguém nunca usou algo igual- diz o homem baixinho que havia trazido as opções para nós.
  - Pois então parem de fazer, ou melhor, façam ele apenas para mim, quero que ele seja exclusivamente feito para mim.
  - Sim Vossa Alteza- ele concorda com a cabeça em meio de um sorriso largo.
  - Acho que alguém realmente gostou do tecido- Amelie sorri e eu a retribuo.
   E então Kristine entra pela porta, acompanhada por um rosto conhecido.
  - Bom dia meninas.
  - Bom dia majestade- todas falam em uníssono e se curvam, com exceção de eu e Amelie.
  - Vejam quem está de volta.
  - Vossa majestade, Vossa Alteza- ela se curva ao falar.
  - Olá Jasmine.
  - Quanto tempo Jas.
  - Jasmine finalmente voltou de sua terra natal e vai voltar a dar aulas de etiqueta para vocês, estão no período de se casarem e ainda não têm os modos que necessitam para conquistar seus pretendentes- a cada palavra de Kristine, eu me entristecia- Amelie, principalmente você precisa, não só por já ter alguém em mente, mas por virar rainha em breve, e Abigail, se apresse em encontrar alguém.
  - Bem meninas, por hoje é só, semana que vem iremos iniciar, hoje estou atrasada, até logo.
   Ela saí pela porta após sua fala, mas Kristine não.
  - Adorei as cores que escolheram para seus vestidos, é bom se prepararem, pois logo mais irá haver um baile na região.
  - Ainda iremos estar aqui?- pergunta Penelope.
  - Não posso afirmar, mas acredito que não, ainda nem começaram a organizar.
  - É mesmo uma pena.
  - Desde que seja da vontade de tio Jasper, vocês estão convidadas a virem.
  - Duas coisas muito difíceis vão ser nosso pai nos permitir vir e o caminho que não é nada perto.
  - Bem, quem sabe não dão sorte dele estar de bom humor? E a carruagem será por nossa conta Marjorie.
   Conversamos até pouco antes do meio dia e uma por uma foram se retirando do meu quarto.

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