Alguns dias haviam se passado desde que a família de Aires chegou a Cair Paravel e não demorou muito para se introsarem com Caspian e os irmãos. Pedro estava sentado no jardim com Marelyn e Evelyn, enquanto a mais velha das duas lia em voz alta um de seus livros sobre fadas e elfos para o rei loiro. A caçula um pouco receosa puxou o cunhado para deitar a cabeça em seu colo, como fazia com o irmão.
— As profetizas diziam que um dia viria um soldado. Ele carrega uma espada poderosa e distruiria cidades. Os povos clamavam por misericórdia, não aguentavam mais guerras. Oh lei divina, oh lai, oh deuses não aguentamos mais sofrer, piedade de nós. E um dia os oráculos disseram, virá um poeta para encanta-los com suas preciosas palavras. Oh lei divina, oh lai, oh deuses, toque o coração do guerreiro e aplaque sua furia. Oh lei divina, oh lai, oh deuses. E o poeta com suas palavras tocou o coração do soldado, vendo a esperança e uma possibilidade de vida sem lutas, sem sangue. Mas elas precisam demais, precisavam de um líder. Oh lei, oh lai, oh deuses, suplicou o povo. Nos mande alguém para cuidar de nós. As profetizas disseram que viria um rei, bom e justo para cuidar do povo. Vindo de uma terra distante, governou com força e amor, fez o reino prosperar e o povo ter esperança. Sua beleza era ensolarada e pura. Aranwe o rei do sol.
Evelyn sorriu encantada, os dedos correndo pelos cabelos de Pedro, que também sorria.
— Parece você, majestade.
O rei loiro riu baixinho.
— Não acho, mas obrigado.
Enquanto os três continuavam a leitura, um pouco mais distante estavam Edmundo, Aires e Caspian conversando baixinho.
— Você acha que ele aceitará?
Edmundo revirou os olhos.
— Eu que não irei, não é.
Aires olhou para o rei justo com uma expressão de tédio.
— Com todo respeito, meu cunhado real. Mas você não faz o meu tipo.
O Pevensie de cabelos escuros se virou lentamente para o Zypherionano, um olho piscando repetidamente.
— Como é?
Aires sorriu.
— Ah, você sabe meu rei, eu só tenho olhos para seu irmão. E sua majestade é muito monossilábico e introvertido, gosto quando são descontraídos, interagem e falam mais do que três palavras curtas.
O príncipe deu dois tapinhas no ombro do cunhado e saiu em direção ao seu reizinho loiro e sua irmãs, deixando para trás um Caspian divertido e um Edmundo indignado.
— Eu sou o tipo de muita gente, TÁ?
O rei Telmarino sorriu e abraçou o Pevensie pelos ombros e beijou sua bochecha.
— Claro que sim meu amor, acontece que seu cunhado está apaixonado. Para ele só existe Pedro, assim como para mim só existe você.
Edmundo deu um pequeno sorriso discreto e deixou seu corpo relaxar contra o de Caspian.
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Enchanted
FanfictionPedro estava sobrecarregado desde muito antes de voltar à Nárnia. Aires sempre teve curiosidade de conhecer o grande rei Pedro. Ambos estavam encantados em se conhecer. **** Também disponível no Spirit por Arlequinaforeve