CAPÍTULO 7 - Calafrios

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CAPÍTULO 7

CALAFRIOS 

MALU SEO-ARI

Enquanto caminho pelos corredores do colégio, percebo um alvoroço nos murais. Aqueles avisos coloridos estão por toda parte, anunciando a temida semana de provas que se aproxima em três semanas. Sinto uma pontada de ansiedade percorrer meu corpo, o peso das responsabilidades acadêmicas começando a se fazer presente. Mas, curiosamente, nesse mar de cartazes, há algo que me chama mais atenção do que as datas das avaliações: a falta de sinal de Jungkook.

É estranho como as semanas voaram e eu não o vi pessoalmente há tanto tempo. A vida agitada e as rotinas puxadas de estudos parecem ter nos afastado um pouco, mas felizmente, ainda nos mantemos conectados através de mensagens matinais. Todos os dias, antes mesmo do despertador tocar, nossas conversas pelo celular são como um raio de sol que ilumina meu dia.

Por mais difícil que seja conciliar os estudos, sinto uma certa paz ao saber que Jungkook também está enfrentando os mesmos desafios. Nós dois sabemos como é lutar contra o cansaço e a pressão acadêmica, mas, de alguma forma, conseguimos nos apoiar mutuamente, mesmo que seja por mensagens de texto. Compartilhamos dicas de estudo, incentivamos um ao outro e, às vezes, até desabafamos sobre o dia a dia.

Mesmo que nossos encontros tenham sido substituídos por texto na tela de um smartphone, e apesar das horas dedicadas aos livros, fichas de estudo e trabalhos, tudo flui normalmente entre nós. Parece que nem o tempo nem a distância conseguiram abalar essa conexão especial que construímos ao longo dos meses.

À medida que a semana de provas se aproxima, uma mistura de excitamento e nervosismo toma conta de mim. Sei que o tempo é escasso e as horas de sono são cada vez mais raras. Mas, independente disso, quero acreditar que, no final das contas, mesmo com as rotinas exaustivas, sempre encontraremos um jeito de nos apoiarmos. Nossas mensagens matinais são como uma linha invisível, um fio condutor que nos une em meio a esse turbilhão de responsabilidades.

Enquanto me preparo para enfrentar essa maratona de provas, sinto saudades dos momentos compartilhados com Jungkook nos corredores do colégio. Mas, ao mesmo tempo, conforta-me saber que, mesmo distantes fisicamente, nosso vínculo continua forte e resiliente. Estamos juntos nessa jornada de crescimento e aprendizado, e isso me dá a confiança necessária para encarar o desafio que se aproxima. Porque, no fim das contas, o que temos é como uma chama que nunca se apaga - mesmo que momentaneamente distante, o calor permanece.

No meio dessa rotina agitada e repleta de tensão que permeia os corredores do colégio, encontro-me imersa em um universo de estudos e preparação para as provas de final de semestre. O sol brilha intensamente lá fora, pintando o céu com um azul radiante, enquanto a calmaria se instala nas salas de aula. Observo minhas colegas de classe, algumas nervosas, outras tranquilas, todas focadas em absorver o máximo da matéria possível.

Após horas a fio sentada na sala de aula, decido que é hora de fazer uma pausa e recuperar um pouco de energia. Dirijo-me à professora, pedindo sua permissão para ir beber água e encher minha garrafinha. Em meio ao percurso até o bebedouro, meu caminho cruza com o de Park Leehi. Estranhamente, nenhum som é emitido, nenhum cumprimento é feito, parece que estamos mergulhadas em um silêncio constrangedor.

Concentrada na tarefa de encher minha garrafa de água, sinto uma leve manifestação vinda de Leehi. Um "oi" tímido e sem jeito escapa de seus lábios, mas antes que eu possa responder ou dar continuidade à conversa, ela desiste e segue em direção à sua sala de aula. Fico estática, sem reação, enquanto Leehi se afasta e se perde no mar de alunos pelos corredores.

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