Capítulo 11: Demônios, Raios e escuridão.

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Rei Fajardo

Ele me deu um soco. Consegui proteger o corpo com o uso do braço. Ainda assim, o impacto me deixou travado. Em sequência Henrique me deu um soco na barriga que me fez voar pela Avenida.

— Não tem como bloquear meus ataques, garoto. Você vai aprender isso da pior forma.

Não o respondi. Diana, sua companheira, logo correu para trocar golpes contra mim. Desviava daquela garra vermelha. Eu ainda não sabia o que ela podia causar, mas era perigosa demais. Alguns dos ataques rasgavam meu sobretudo. Dei um chute no alto do peito para fazê-la recuar.

Henrique saltou pelas costas da companheira. Usou do tempo entre meu chute para vir contra mim. "Lança de Zeus", ele equipou uma lança de raio, e aterrissou em meu peito. A arma me atravessou. — Tsc! — Reclamou. — Essa tua habilidade de trocar de corpo é irritante. — Eu ri enquanto minha imagem se liquefazia.

Um barulho estrondoso alçou a atenção deles para o alto do prédio dos protetores. A janela deles foi quebrada. E um corpo arremessado. No caso. O meu.

Havia sido expulso pelo poder explosivo de um rapaz de cabelos brancos. Havia cruzado os braços para me proteger. As mangas da minha roupa queimaram por conta da magia dele. Minha pele também. Ele saltou junto comigo. Íamos em queda livre para o solo.

O mago de cabelos brancos carregava novamente seu poder azulado nas mãos.

"Lidar com dois já é difícil. Agora três magos federais..."

— Explosão cósmica! — Ele juntou as mãos, e delas uma pulsão de luz saltou contra mim.

— Portal das sombras. — Criei um portal a minha frente, e o abri ele na cabeça de Henrique.

A explosão queimou o asfalto e deixou um grave rastro de poeira. Aliados se atacaram sem notar. Henrique não teve reação para desviar.

O rapaz ficou chocado e assustado pelo que fez ao aliado. — Ei! — chamei a atenção dele. — Espada das sombras. — Fiz a espada se estender até acertá-lo no estômago. Em seguida a girei, para rasga-lo.

"Se eles querem me matar. Que estejam prontos para morrer."

— CHRIS! — Diana gritou, desesperada.

Consegui cair de pé. Como um gato. O rapaz de cabelos brancos, não pude dizer o mesmo. Mas ele conseguiu amortecer a queda. Ainda estava vivo. Olhei para Diana. Ela cruzou o dedo médio e o indicador. — Abertura do segundo contrato. O abutre. — Uma redoma negra me engoliu. Não tinha mais controle de braços e pernas. Na verdade, elas haviam ficado imobilizadas.

"Eu estou crucificado?" De fato, estava.

Até que entendi a magia do pacto dela. Os demônios eram Slaafs, talvez de uma categoria que nunca havia estudado. Minha risada começou a ficar cada vez mais alta.

— Você vai parar de rir quanto for destroçado pelo abutre! Seu verme!

A redoma negra não era apenas escura. Como havia me adaptado em minha magia. Lá dentro, sentia-me fora da existência. Eu e o "Abutre" estávamos em algum lugar fora da consciência dos homens. Um ambiente onde nada era capaz de existir.

— Abutre. Qual é o acordo que posso fazer a vós? — Alcei minha voz contra o vazio, a presença de qualquer tipo de gás fez com que apenas pudesse ser ouvido o silêncio.

Nada via. Mas era capaz de sentir, que mesmo que não fosse observável, algo me olhava. Um demônio. Uma criatura tão poderosa quanto os mensuráveis Reis-Slaaf. Algo acima de todo o conhecimento adquirido na escola, faculdade, o que fosse...

DEUSES DE SANGUE - VOLUME 2Onde histórias criam vida. Descubra agora