Capítulo 5.

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Laís.

Entro no carro e o clima muda totalmente.

- oi - falei disfarçando o clima pesado.

- hm, oi - seu tom entrega tudo, porém não julgo, talvez por um um lado meu pai até tenha razão em não se sentir a vontade, mas também o que meus pais propuseram foi algo horrível.

Nunca vou esquecer do dia em que eu e Guilherme contamos á eles que iam ser avós, minha mãe entrou em choque, meu pai simplesmente achou um absurdo, e nós dois ficamos muito tristes pois eles não quiseram nos apoiar, lembro até hoje de todas as palavras que saíram da boca deles e cada uma delas me destrói um pouco mais.

Flashback on (3 meses atrás)

- é que a gente tem algo importante para contar - disse Guilherme com entusiasmo.

- pois não espere mais , me conte garoto - disse meu pai com animação, eu estava amando o quão animada eles estavam, mas a animação não durou muito.

- vocês vão ser avós - falei com alegria.

E foi aí que minha mãe ficou perplexa, parecia que ia ter um treco, seu queixo caiu, e vi o desgosto nos seus olhos.

- não não não, vocês só podem estar de brincadeira ficaram loucos??? - disse meu pai - você tem dezessete anos Laís DEZESSETE ANOS .

- mas pai - fui interrompida por ele falando novamente.

- vocês não vão ter esse filho.

- quer matar a gente de desgosto?" Disse minha mãe - vocês vão ir agora mesmo tirar esse filho ou se não quem sai da minha casa é você! E não volte nunca mais!!!.

É... e foi isso o que aconteceu, saí da casa dos meus pais com 17 anos, apenas com algumas roupas e sem um tustão no bolso. Doeu , doeu muito mas eu nunca iria suportar viver com a culpa de ter abortado um filho.

A pesar de tudo a gente foi tão feliz, fomos morar com os pais dele , que aceitaram e amaram a ideia de ter um neto, eles foram tão atenciosos, tão amorosos, em um mês eu recebi o amor que eu nunca havia recebido dos meus pais a vida inteira, eu senti o que era ter uma família de verdade.

Até ter o Guilherme arrancado de mim , arrancado das minhas mãos, arrancado da minha vida.

Foi aí que meu mundo desabou, ver ele jogado no chão com uma bala no peito foi o meu fim, nunca soube certo o porquê daquilo ter acontecido, mas porquê com ele?

Esse é o tipo de coisa que a gente se pergunta, porquê logo ele? Tinha que ser? Daria tudo pra tar no lugar dele...

Flashback off

As gotas de chuva caem no vidro enquanto eu olho pela janela , tentando me manter o mais longe possível de qualquer conversa com o meu pai, só quero chegar em casa e dormir.

...

Chego em casa e minha mãe me espera na porta, me dá um leve e falso abraço e me chama para entrar.

- já jantou filha?

Até queria comer mas isso sería dar o braço a torcer logo de cara, então respondo.

- não estou com fome -

- a quanto tempo não come?-

- semana passada talvez? - digo sarcásticamente.

Minha mãe me olha tentando esconder a cara de irritada

- bom , estou cansada da viajem, vou dormir se não for problema - á encaro por um tempo e ela simplesmente fica parada em minha frente sem dizer uma palavra.

É aí então o momento em que eu me tranco no quarto e saio daqui três dias.

Antes De VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora