Quando pensamos e "narrativa" pensamos em primeira pessoa, segunda pessoa e terceira pessoa. E por mais que não seja fácil escolher entre as três, uma vez que o escritor escolhe, acha que tudo resolvido: Pode começar a escrever!
E não é assim que funciona. A escolha do narrador é sim uma questão delicada, mas há outras categorias e detalhes para se planejar numa narrativa antes de começar a escrever. Escolher um tipo de narrador é complicado, e será um tema futuramente abordado nessa revista, mas hoje, em especial, falaremos de SEIS QUESTÕES PARA ANALISAR E PLANEJAR na sua narrativa antes de escrever seu livro.
1. QUEM FALA
Essa é a questão que mencionei acima: escolher que tipo de narrador você quer pra sua história.
2. QUEM FALA PRA QUEM
Nós sabemos que quem conta a história é o narrador, mas você sabia que o narrador conta a história pra quem chamamos de "Narratário"?
E você, como autor, precisa escolher um narratário.🌟 Lembrando que: Um narratário e seu publico-alvo não são a mesma coisa. O público-alvo é o público pra qual seu livro é dirigido. Mas seu narrador não conta a história diretamente pro público alvo, não é?
Por exemplo: Em "As Vantagens de Ser Invisível", Charlie (o narrador) conta a história, através de cartas, para um amigo. Mas o do livro tem como público-alvo jovens e young adults. Ou seja, não são o mesmo.
• De modo geral, dividimos o narratário em duas categorias:
> Explícito
> ImplícitoUm narratário explícito é aquele que é específico, definido pelo narrador. Um bom exemplo é "O Ladrão de Raios" do Rick Riordan. Já na primeira página do livro, o narrador (Percy Jackson) se refere ao narratário de forma direta, no trecho:
"Se você é uma criança normal, que está lendo isso porque acha que é ficção, ótimo. Continue lendo."
Nesse caso, o narratário é uma criança normal, lendo porque acredita que é ficção. Ele é mencionado. Explícito.
Já o narrador implícito funciona mais como um leitor ideal pra determinado tipo de livro. Ele pode não ser especificado, mencionado, mas o narrador tem consciência de quem ele é, apesar de não revelar. Tanto que a narrativa se molda para o narratário entender.
Um bom exemplo seria "Sua Alteza Real", da Rachel Hawkins, onde a Millie (narradora) não sabe que está narrando, mas tem consciência de quem é o narratário, pois sempre usa referências atuais e juvenis — Cuja são as referências que o narratário irá entender.
3. QUEM FALA QUANDO
É o tempo que seu narrador usa. E os tempos, nós bem conhecemos, são os seguintes:
• Presente.
Os verbos são conjugados no presente
Como em "Como Sobreviver à Realeza", da Rachel Hawkins:"— É um palácio — Isabel diz, virando-se pra mim".
Ou, se o livro fosse em terceira pessoa:
"— É um palácio — Isabel disse, virando-se pra Daisy"
• Entre uma série de acontecimentos.
Mais uma vez citando "As Vantagens de Ser Invisível", do Stephen Chbosky: Charlie narra o que aconteceu no período entre uma carta que ele envia e outra. Desse modo, o tempo verbal varia. Veja dois trechos do livro onde o tempo verbal muda:
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Estante Semanal
CasualeA Estante Semanal é a revista do Estante do Escritor! O Estante do Escritor é um grupo que tem como objetivo a visibilidade para escritores sem alcance, que publicam suas obras em sites gratuitos. Em foco, claro, temos o Wattpad e os escritores dele...