Capítulo 5

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Assim que chegou ao endereço da mensagem, Victor estacionou o carro e ligou para Louise.

— Eu tô aqui embaixo. Você tá pronta?

— Oi, ainda não — ela respondeu, rápido. — Acabei atrasando um pouco porque fui almoçar com um amigo. Sobe pra cá, eu já falei com o porteiro que você vinha. Meu apartamento é o 26 no quinto andar — ela acrescentou e V revirou os olhos.

— Tá. — E desligou, colocando o celular no bolso da jaqueta antes de descer do carro.

Em menos de cinco minutos, ele apertou a campainha do apartamento de Louise, mas ela atendeu apenas um minuto depois, uma das mãos ocupadas segurando um cílio postiço no olho e Victor reparou na touca que cobria seu cabelo.

— O que você tá fazendo? — ele empurrou a porta para entrar e fechou, antes de segui-la até a sala.

Louise parou em frente a um espelho na parede.

— Colocando cílios falsos e naturais pra ter olhos lindos. Ninguém vai saber que não são meus — ela explicou.

— E essa touca na cabeça?

— Eu fiquei com medo de sujar o cabelo de maquiagem e coloquei.

— Certo, mas pra que tudo isso? — ele quis saber. — Achei que a gente só ia passear um pouco e pronto.

Louise o encarou com uma careta.

— Você já se olhou no espelho? — ela perguntou, como se fosse óbvio.

V a encarou, confuso.

— O que você quer dizer?

Louise revirou os olhos e o puxou pelos ombros, colocando-o em frente ao espelho.

— Como você espera que eu possa competir com isso? — ela apontou para ele, o encarando pelo espelho. — Você é lindo. E eu não quero me sentir insegura perto de você. Nem que as pessoas achem que você é bonito demais pra mim.

— Que besteira. Não tem nada de errado com você.

— Isso porque você nunca me viu sem maquiagem. Eu pareço um panda — Lou disse. — Mas não leve a mal. Eu sei que sou bonita, mas também tenho olhos e sei que você é bonito além do normal. Eu nem sabia que era possível alguém ter um rosto tão simétrico — ela acrescentou e Victor a encarou em silêncio por um segundo, sentindo o rosto esquentar de repente.

— Que besteira — ele resmungou, se afastando. — Você vai se apressar ou não?

— Só falta passar o batom e escolher um sapato. Vem cá — Lou o puxou pela mão, mas Victor parou no lugar depois de um passo.

— Ir pra onde?

— Pro meu quarto — ela o puxou de novo, mas V não saiu do lugar.

— E por que eu iria ao seu quarto?

— Preciso de ajuda com os sapatos. E eu sei que você é bom em moda. Agora, vem — Lou o puxou novamente, dessa vez conseguindo fazer que ele a acompanhasse.

O quarto de Louise ficava na última porta à direita do corredor e Victor pôde notar outras duas portas, que ele supôs ser um banheiro e outro quarto. À primeira impressão, Victor achou que Louise tinha um quarto simples e comum, até virar a cabeça e dar de cara com um mural cheio de informações diversas, como um daqueles que se via em dramas policiais.

— Você é uma detetive ou o quê? — ele perguntou, olhando o mural, enquanto ela desapareceu dentro do closet.

O quarto, na verdade, era uma suíte com banheiro e closet, além de ser maior do que ele imaginava, considerando o restante do apartamento.

Perspicaz (Determinados - Livro 3) - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora