Eu quero morrer

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Desmond pov

-Com licença Sr. Desmond

-Olá Grace - Cumprimentei terminando de tomar minha xícara de café - Aceita tomar um café comigo?

-Gentileza sua, mas não obrigada

-Esta tudo bem?

-Sim, eu só não consegui encontrar o Harry para chamá-lo pro café

-Como assim?

-O carro dele esta na garagem, mas eu não o encontrei em lugar algum

-Ele não dormiu em casa?

-Sim, as funcionárias viram quando ele chegou ontem a noite, mas a cama dele ainda está arrumada então ele não dormiu no quarto

-Ah Grace... - suspirei - Eu já sei onde ele está, deixe comigo eu vou falar com ele

-Esta bem, se precisar de alguma coisa estou a disposição

-Eu agradeço

Deixei Grace na sala e desci até o porão, eu tinha certeza que meu filho estaria no estúdio, ele não sai mais de lá

-Harry???

Chamei batendo na porta, mas não tive resposta então resolvi abrir

-Filho? Eu posso entrar?

O estúdio estava escuro, apenas as luzes dos eletrônicos iluminavam o lugar, havia uma música tocando, música não, era apenas uma frase na voz que eu reconheci ser do Louis e ele cantava "for you eyes only" repetidamente, eu sabia que Harry sentia falta do namorado, mas não pensei que fosse pra tanto.

-Harry?

Meu filho estava deitado no sofa encolhido

-Filho, o que você tem?

Me aproximei e me dei conta de que ele estava dormindo, por sinal um sono muito agitado, se mexendo e gemendo

-Harry!! Acorde filho!!

Então ele deu um pulo e se sentou

-NÃO, EU NÃO QUERO

-calma, calma, você estava sonhando - Falei rápido abraçando-o - Está tudo bem agora

Harry respirava rápido e seu rosto estava molhado por lágrimas

-Eu quero morrer...

Ele me assustou com essa frase

-O que está dizendo filho?

-Eu não quero viver sem ele...

Segurei seu rosto fazendo-o olhar pra mim

-Harry! Do que você está falando?

-Do Louis eu não quero viver sem ele

-Ah filho... tem coisas que não dependem de nós

-Não, eu não quero

-Você precisa confiar que tudo acontece por alguma razão e devemos desejar que seja feito o que for melhor para ele - Expliquei

Harry balançava a cabeça em negação

-Eu quero ir com ele, eu não quero ficar sozinho

-Não diga isso nunca mais! Eu sei que é difícil, mas ainda há esperança

-Pra mim não... já acabou

-O que? Não fale assim

-Eu perdi o Louis pai, ele se foi e agora?

-Que loucura Harry, de onde você tirou isso?

-Eu vi, ele estava comigo... ele se foi nos meus braços

-Harry deve ter sido só um pesadelo, o Louis continua no hospital

-O que?

Finalmente ele parou e olhou ao seu redor se situando

-Ele está se recuperando, você não se lembra? Filho estivemos lá ontem

-Eu... pensei que...

-Você estava sonhando- Interrompi - Passou a noite toda aqui?

Soltei meu filho e me levantei pra desligar o som

-Eu acho que sim - Ele se sentou diteito

-Você está bem ?

-Eu sonhei que estava no hospital e... O Louis morreu nos meus braços

-Esqueça isso filho, não aconteceu!

Harry respirou fundo e soltou um longo suspiro de alívio fechando os olhos

-Não aconteceu? Você tem certeza?

-Mas é claro que eu tenho! Harry estou muito preocupado com você... Você está adoecendo

-Não estou não

-Olhe pra si mesmo! Você está péssimo e agora disse que quer morrer

-Eu não ligo pra mim, eu vou ficar bem quando o Louis estiver fora de risco

-Ok, eu vou procurar um terapeuta pra você

-Eu não preciso disso

-Sim! Você precisa e você vai! Esse comportamento não pode ser normal

Ele abaixou a cabeça, Harry não é mais o mesmo, ele está carregando um peso muito grande

-Vamos lá filho... já faz três meses, você precisa ser mais forte, nós já passamos pela pior parte, o Louis está melhorando devagar... Falta pouco pra ele voltar pra casa, falta muito pouco

-Tem razão

-Agora vá para o seu quarto e durma mais um pouco na sua cama

-Mas eu quero ir até a clinica, eu preciso ter certeza de que ele está bem

-Depois, mais tarde eu mesmo levarei você, por enquanto va dormir

-Eu tenho que ir pro colégio

-Agora não filho, vá descansar você está precisando, pode entrar no colégio na segunda aula - Insisti

-É que eu estou com medo de ter  pesadelos de novo - Ele confessou

-Eu tenho certeza que não vai, mas se tiver lembre-se que é apenas um sonho, quando você acordar estará tudo bem

-Ta bom

Harry se levantou devagar e ao passar por mim me deu um abraço rápido

-Obrigado pai, eu te amo

-Eu também te amo filho

Whatever Tears You Apart - Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora