Capítulo 1 - Pretendente (im)perfeito

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Ômegas, betas e alfas.

A evolução humana tinha particularidades imprevisíveis.

A união de genes dos homens aos dos lobos há algumas centenas de anos era impensável e mesmo assustadora, mas de alguma forma aconteceu. Na via oposta ao que deveria ser o progresso, a hierarquia da sociedade voltou a basear-se em características biológicas e instintos primitivos.

Inicialmente, os alfas eram aqueles que estavam no topo, por sua força bruta, corpos musculosos robustos e maiores aptidões físicas. Os frágeis ômegas e os pacíficos betas não ousariam tentar tomar o poder, mas ao longo dos anos as coisas mudaram.

A pirâmide se inverteu, e os alfas se tornaram a base para que os ômegas alcançassem o topo.

As suas características e dons naturais eram mais nobres e interessantes para cargos de importância.

Os ômegas eram compreensivos, acolhedores, protetores, amorosos, graciosos, sedutores —também podiam ser ótimos manipuladores —, inteligentes, pacientes, atenciosos e capazes de realizar múltiplas tarefas com maestria.

Eles mereciam ser reconhecidos, os seus preciosos ventres eram capazes de gerar vidas, seus corpos e espíritos eram fortes o suficiente para trazer filhotes ao mundo, alimentá-los e cria-los — inteiramente sozinhos se necessário, alfas não eram indispensáveis —, proteger e zelar de suas crias, enquanto também cuidavam de seus companheiros alfas ou betas, da casa e de si próprios.

Ômegas eram bons aprendizes, e suas habilidades físicas também eram notáveis. Podiam não ser um amontoado de músculos capaz de levantar o triplo do seu peso, mas seus corpos esguios e leves, sua flexibilidade e autoconhecimento os possibilitavam serem ainda mais capazes do que alfas em determinados encargos físicos, por exemplo nos que exigiam maior precisão.

E assim eles ascenderam na hierarquia social, rearranjando totalmente a dinâmica alfa-beta-ômega.

Ômegas eram a autoridade máxima em suas famílias, eram quem controlava as finanças, quem aconselhava — decidia — questões importantes dos filhos e companheiros, e quem tinha prioridade para estudar e trabalhar se fosse necessário optar.

Alfas geralmente faziam as tarefas relacionadas aos esforços físicos, tanto em seus empregos quanto em suas casas, como: limpar, cozinhar, consertar, lavar roupas, cuidar das crianças — afinal os ômegas já tinham todo o trabalho de gestar, parir e amamentar, nada mais justo que o restante ficasse a cargo de seus alfas, exceto pela educação, que era uma obrigação compartilhada por toda a família.

Não que os ômegas estivessem tentando deixá-los com todas as tarefas, mas a biologia fez os corpos dos alfas mais resistentes por uma razão, certo?

Alfas sonhavam em encontrar um bom ômega de quem poderiam cuidar, por isso se preocupavam muito mais com sua aparência e comportamento do que seus ancestrais costumavam fazer.

Era inadequado agir de forma descontrolada, animalesca, territorial e irritante. Não era de bom tom ser desleixado e imprudente aqueles que estavam em busca de pretendentes.

Ômegas eram naturalmente belos, então só precisariam se preocupar em manter uma boa saúde e condicionamento físico para executarem suas obrigações do dia a dia e construírem uma carreira de sucesso, mas muitos gostavam mesmo de ser vaidosos e cuidar bem da aparência.

Alguns não tinham casamento ou família como objetivos, eles preferiam apenas se divertir com relações casuais e já que detinham a maior parte dos meios anticoncepcionais e o poder de escolher se queriam filhos ou não, suas aventuras não eram mal vistas.

Mr. Alpha (in a dress) | SasuNaruSasuOnde histórias criam vida. Descubra agora