Capítulo 4 - Esclarecendo as coisas

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Naruto gostaria que Sasuke o explicasse melhor o que quis dizer, mas ele ficou distante e em silêncio pelo resto da refeição. Ele parecia decepcionado, e o loiro se perguntava o que tinha feito de errado. Só pôde presumir que devia ter sido por dizer que não se importava em se casar com alguém que só quisesse o seu dinheiro.

(Não gosta de nós. Vai nos machucar. Vamos embora). O lobo dele choramingou.

Uma dorzinha insistente incomodava o seu peito, porque ele podia imaginar que o Uchiha devia estar o achando patético e digno de pena...

Estava tão desesperado assim para pagar por amor?

Parecia que sim. A diferença era que dessa vez havia decidido usar apenas dinheiro e não a própria saúde mental.

Ele não se orgulhava disso, mas preferia se depreciar dizendo a verdade do que tentar enganar a alguém. E, bem, o próprio Uchiha o disse em alto e bom tom que seu interesse no casamento era dinheiro e fugir da cobrança dos pais, então ele não tinha direito de julgar os sonhos ingênuos de Naruto!

A senhora Chiyo finalmente serviu a si própria depois de se certificar que a mesa de jantar tinha variedade e qualidade. Ela era uma senhora gentil e simpática que manteve um diálogo divertido com o Uzumaki, que elogiava a comida e tentava incluir o alfa no assunto, mas o mais alto não fazia mais do que concordar com a cabeça e parecer desinteressado.

Uma vez que terminaram de almoçar, resolveram saborear a sobremesa ao ar livre: pudim de pão e compota de amoras; observando os peixes que saltitavam nas águas esmeraldas do lago e depois o Uchiha o ofereceu um passeio nos pedalinhos que lá haviam.

Naruto tentou não pensar demais e se divertir, então aproveitou o tempo para meditar e abstrair as preocupações, já que Sasuke não vocalizava mais do que duas ou três palavras a cada tentativa sua de iniciar um diálogo.

Quando voltaram para as dependências da casa, o ômega quis consertar de uma vez por todas o que pudesse ter se quebrado entre eles. Não era do tipo que deixava negócios inacabados, então, enchendo o peito de coragem e blindando seu emocional para o que quer que viesse do Uchiha, ele perguntou:

— Sasuke, eu disse algo errado?

— Não. Fui eu que disse — suspirou.

O loiro o encarou por uma centena de segundos, analisando suas expressões enquanto aguardava que continuasse, mas ele não o fez. Identificando um toque de tristeza no olhar opaco do mais alto, o Uzumaki assegurou:

— O quê? Não, está tudo bem! Você não falou nada demais, você tem sido gentil e engraçado. Não se preocupe... Sobre o que eu disse na mesa, apenas seja você mesmo. Porque tentar ser uma pessoa diferente para agradar alguém é um tipo de sacrifício em vão, machuca enquanto você se esforça e quando finalmente a máscara cai, e isso é inevitável, tudo rui.

Eu disse algo errado. Eu disse que meu pai quer me obrigar a me alistar porque sou um alfa sem emprego fixo ou um namorado, mas isso não está certo.

Naruto franziu o cenho.

— Não foi isso que o fez perder a paciência comigo... — Sasuke se colocou de pé e enfiou as mãos nos bolsos. — Você é um cara legal, Naruto. Eu gostei mesmo de você e queria que também se sentisse assim sobre mim. Sobre o Sasuke de verdade.

Antes que o loiro pudesse dizer algo mais, ele prontamente o cortou:

— Vou te mostrar onde é o seu quarto, descanse um pouco, voltamos a nos falar mais tarde.

E assim eles fizeram.

Em sua suíte aconchegante, o Uzumaki se deleitou com a bela visão do lago através da janela ampla de madeira, inalou profundamente o ar límpido e permitiu que o verde da vegetação que recobria os arredores enchesse seus olhos cansados.

Mr. Alpha (in a dress) | SasuNaruSasuOnde histórias criam vida. Descubra agora