07. O Fardo Que o Beta Suporta

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ATENÇÃO.
Contém conteúdo sensível,
incluindo violência física,
tortura e referências a
traumas passados.

Ps. O que está em itálico
refere-se ao passado.

Bocejando, sonolento e com os olhos levemente avermelhados, Felix adentrou o quarto

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Bocejando, sonolento e com os olhos levemente avermelhados, Felix adentrou o quarto. Tocou a parede à procura do interruptor, acendeu a luz e dirigiu-se à cama. Lançou-se nela de frente, afundou o rosto no colchão e resmungou sons inaudíveis, exausto tanto fisicamente quanto mentalmente.

Passar horas a fio, por vezes até dias, confinado no laboratório, tentando criar, combinar e até aprimorar medicamentos, venenos e outras substâncias para uso interno na máfia, bem como para vendê-los no mercado, tinha um preço; ele não vivia, apenas trabalhava.

"E que outra opção lhe resta?" pensou amargurado, sorrindo com desdém.

Virou-se, deitando-se de barriga para cima, e retirou o celular do bolso. Desbloqueou-o e acessou as mensagens, seu polegar tremendo e hesitando antes de clicar na mensagem que vinha evitando há três dias.

Uma única imagem: uma maldita foto. Nela, uma sala luxuosa e opulenta, decorada com lustres de cristal, tapete persa e móveis estofados com tecidos de alta qualidade. No centro, a elegante lareira de mármore exibia cinzas e brasas ainda acesas, caídas no chão à sua frente. Um pouco acima, o corpo masculino sem vida, pendurado, com um gancho de aço atravessando-lhe a garganta. Mesmo sendo apenas uma foto, percebia-se que o homem havia morrido poucos minutos antes da captura da imagem. O sangue escorria como filetes por seu pescoço, tórax desnudo e barriga, esta marcada por escoriações e ferimentos abertos, provavelmente causados por facas.

Encarou fixamente a tela por quase um minuto antes de soltar um suspiro desanimado. Excluiu a conversa, bloqueou o número desconhecido e apagou a foto da sua galeria. Largou o iPhone no centro do tórax, acima do coração, e os olhos abatidos pousaram no teto branco.

Desejava tanto escapar, correr para longe, esconder-se, mas não tinha para onde ir. A partir do momento em que ousasse abandonar a proteção de Chan, nada mais lhe restaria. Seria forçado a encarar seus pecados, a enfrentar o demônio que o aguardava na esquina. Ergueu o braço esquerdo, colocando-o sobre o rosto, tampando os orbes castanhos escuros.

Felix nunca ambicionou integrar-se à máfia, viver enclausurado naquela fortaleza, onde apenas conseguia sair se fosse acompanhado de guarda-costas. Os sonhos que nutria na época do Composto Hellevator, que mantinham acessa a chama da esperança de escapar daquele inferno e ter uma vida feliz, nada se assemelhavam à medíocre e miserável existência que levava agora.

"Bom, quem é o culpado?" sussurrou sarcástico, rindo com desgosto, e uma memória trilhou seu caminho em sua mente, uma das muitas lembranças que era seu fardo...

Diante da enfermaria, ele permanecia imóvel, a mão apoiada na maçaneta. Faltava-lhe coragem para girá-la e adentrar o recinto. Seus ombros tremiam, a cabeça curvada, enquanto lágrimas escorriam, embaçando sua visão e molhando seu braço. Minutos se arrastavam sem que ousasse se mover, até que alguém do outro lado finalmente abriu a porta. Sobressaltado, retirou apressadamente a mão, enxugando as lágrimas das bochechas com afobamento. Virou-se abruptamente, ficando de costas para a entrada.

Cárcere: máfia Oddinary {Chanmin Minsung Hyunlix}Onde histórias criam vida. Descubra agora