◈ Arco do passado - Parte final

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Desde chegou ao palácio o príncipe já não era mais mesmo. O jovem parecia um pouco mais distante e depois de suas obrigações sempre preferiu ficar sozinho. Seu pai sempre muito ocupado sequer chegou a perceber qualquer mudança no filho.

   Sua mãe no entanto via que alguma coisa de diferente havia acontecido. Depois do jantar o filho havia se recolhido e ela foi procura-lo em seu quarto.  

      — Posso entrar?  – a mulher colocou apenas a cabeça para dentro do quarto esperando a resposta do filho.

      — Claro, mãe.  – ele fechou o livro que lia dando atenção a mulher. A rainha caminhou até o filho lhe fazendo um  afago nos cabelos.

     — Você mal tocou na comida na hora do jantar, está sempre no quarto e não vi você montado no seu cavalo desde que chegou de viagem. Aconteceu alguma coisa? – a rainha era uma mãe zelosa, a ômega havia se casado quando tinha dezoito anos e sua beleza era invejada por muitos.

       — Apenas me sinto um pouco cansado. – não era mentira, ele mal conseguia dormir porque estava sempre pensando em William. E quando conseguia sonhava com os momentos que viveram naquele dia festivo, era torturante para si acordar.

      — Suas obrigações estão chateando você?

      — Não, não é isso.

      — Então, o que está deixando meu filho tão triste? – a ômega beliscou as bochechas do rapaz tentando lhe fazer rir.

      — É complicado. 

      — Não sou tão velha a ponto de não entender. Que mal há de falar com sua mãe?

      — Você não é velha mãe. Na verdade você é a rainha mais linda que este reino já viu. A mais bela de todas. – a ômega riu,  mas sabia que o filho estava divagando tentando desviar do assunto.

      — Filho?

      — Não é nada. Mas eu posso fazer uma pergunta?

        — Sempre. 

        — Como você soube que o papai era sua alma gêmea? – a mulher riu com a pergunta,  aquela era  a primeira vez que seu filho de dezesseis  anos  lhe perguntava algo do tipo.  

       — Eu tinha dez anos de idade quando comecei a ser preparada para me casar com seu pai. Fui ensinada a admira-lo mesmo sem lhe conhecer e a gente só se viu a primeira vez no dia do nosso casamento. Eu amei seu pai conforme fui conhecendo ele, no entanto ele me disse que sabia que eu era o amor de sua vida no exato momento em que me viu. Você sabe, coisa de alfa Lúpus. – ela explicando sentando ao lado dele. — Mas não precisa se preocupar com isso agora, tenho certeza de que quando chegar o momento de você se casar vai sentir o mesmo pela sua ômega. É o que acontece quando nossos lobos se escolhem.

     — Claro. – respondeu com um sorriso fraco. 

     Ele pensou que seu lobo havia escolhido aquele jovem, ele tinha certeza disso.

       — Se isto está lhe preocupando ...

      — Não há nada desse tipo. Não estou tendo boas noites de sono, mas não deve se preocupar com isso. – ele beijou a mão da ômega esperando que o assunto se encerrasse. Ele odiava mentir, principalmente para sua mãe.
     — Irei pedir que lhe tragam um chá calmante e um pouco de leite quente para lhe ajudar a dormir. Está bem?

     — Obrigado, mãe.

A mulher olhou com ternura para o filho, ele podia ver que havia algo mais. Todavia, não iria insistir no assunto.  Seu filho tinha o direito de guardar um pouco de seus pensamentos para si próprio.

The Promisse || N.B Onde histórias criam vida. Descubra agora