capítulo 1:

231 28 8
                                    

Sob a fúria da tempestade, o coração de Hyunjin está tão turvo quanto o céu acinzentado. O som das gotas de chuva atinge o carro roubado, ecoando em seu interior como uma sinfonia de desespero que combina com seu estado de espírito. Ele é um jovem de 17 anos, mas naquela noite, sua rebeldia o leva a uma estrada perigosa, em alta velocidade, enquanto o mundo desmorona em torno dele.

A chuva cai em torrentes, obscurecendo sua visão e tornando a condução ainda mais arriscada. Cada gota que se choca contra o para-brisa é como um lembrete das lágrimas que ele não consegue conter. Hyunjin está furioso, não apenas com o mundo, mas consigo mesmo. Sua namorada o traiu e, numa explosão de raiva, ele brigou com sua mãe, a pessoa que mais se importa com ele.

É no calor do momento que ele rouba o carro da mãe, ignorando todos os avisos em sua mente. Agora, a chuva é um lembrete constante de sua imprudência, o som das rodas deslizando na pista molhada é um eco das más escolhas que ele fez.

A mãe de Hyunjin, em meio a lágrimas, exige que ele vá para a Austrália passar as férias com uma "tia", irmã de seu padrasto. A ideia de qualquer conexão com a família Lee do padrasto dele é insuportável para o jovem rebelde. Ele recusa a proposta com veemência, alegando que não precisa da compaixão deles.

Enquanto o carro avança, Hyunjin se sente preso entre a fúria que o impulsiona e a culpa que o consome. Ele não quer aceitar a ajuda da família Lee, mas, ao mesmo tempo, sabe que sua atitude impulsiva está arruinando sua vida. Ele se sente um estranho em sua própria pele, como se está preso em uma espiral de autodestruição.

As luzes dos outros veículos o cercam na estrada molhada, mas ele não se importa com mais nada além de sua própria raiva e dor. Cada relâmpago que corta o céu parece uma metáfora para sua vida despedaçada, e o trovão ecoa seus pensamentos tumultuados.

Enquanto Hyunjin continua a dirigir sob a intensa chuva, seus pensamentos tumultuados obscurecem ainda mais sua visão. O estresse e a fúria que o dominam tornam cada decisão que toma ainda mais perigosa. À medida que ele se aproxima de um cruzamento, o sinal de trânsito fica vermelho, forçando-o a frear bruscamente.

A raiva o cega momentaneamente, e ele não percebe que o carro à sua frente parou de repente por causa do sinal vermelho. O som de pneus freando bruscamente preenche o ar, mas é tarde demais. O carro de Hyunjin colide com a traseira do veículo à frente com um impacto surdo.

A cabeça de Hyunjin é lançada para a frente e bate no volante com força, um golpe que faz sua visão turvar por um instante. Ele solta um gemido de dor e frustração, sentindo sangue escorrer pelo corte que a colisão causou em sua testa.

Enquanto os airbags inflam ao seu redor, ele percebe o que acabou de acontecer. O choque o traz de volta à realidade, e ele se vê cercado por fumaça e destroços, o carro danificado à sua frente.

O motorista do outro veículo sai do carro, visivelmente abalado, e Hyunjin luta para sair de seu próprio carro, sentindo-se tonto e ferido. A chuva continua a cair impiedosamente, e os flashes dos faróis dos carros que passam iluminam o cenário caótico.

A frustração que Hyunjin sentia antes da colisão agora se mistura com o desespero e a culpa. Ele percebe que sua rebeldia o levou a um ponto de não retorno, com consequências graves. A dor latejante em sua testa é um lembrete constante de sua imprudência e do perigo que ele representou para si mesmo e para os outros.

A sirene de uma ambulância ao longe se aproxima, e Hyunjin finalmente compreende a gravidade da situação. Seu comportamento impulsivo o levou a um acidente, um marco na jornada turbulenta de sua vida. Agora, ele terá que enfrentar não apenas as consequências legais, mas também a necessidade de confrontar seus próprios demônios internos.
____________________________________

- Suas malas estão prontas, você vai pra Austrália hoje.- Hwang Yena diz firme.

Hwang Yena se mantém firme, determinada a garantir que seu filho, Hyunjin, siga o plano que ela estabeleceu para ele. Ela olha para ele com olhos preocupados, sua expressão séria refletindo a urgência da situação.

Hyunjin, com o curativo na cabeça do recente acidente, suspira profundamente, ainda atordoado pelos eventos que o levaram até ali. Ele não tem palavras para responder, apenas acena com a cabeça, reconhecendo a situação que enfrenta.

Sua mãe continua empacotando suas coisas, apressando-se para terminar antes de sua partida iminente. O som das zíperes sendo fechados e as malas sendo arrastadas pelo chão ecoam pela sala.

- Eu sei que não dei bronca o suficiente, Hyunjin, mas estou com pressa, e pelo amor de Deus! Não faça besteiras lá - ela o adverte mais uma vez, sua voz cheia de preocupação materna enquanto fecha a última mala.

Hyunjin finalmente reúne coragem para falar, sua voz carregada de emoção.
- Mãe, eu entendo... eu só... eu só preciso de algum tempo para pensar sobre tudo o que aconteceu. Vou tentar, prometo.

Ele olha para as malas prontas, uma sensação de tristeza o envolvendo. Sair de sua casa, escola e do país não era o que ele planejara, mas a vida o empurrara para essa direção, e agora ele precisa enfrentar o desconhecido na Austrália.

O garoto de Sardas - Hyunlix 🤍Onde histórias criam vida. Descubra agora