➳ 𝘤𝘩𝘢𝘱𝘵𝘦𝘳 𝘵𝘸𝘦𝘭𝘷𝘦

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[✓] CAPÍTULO REVISADO: 21-12-23.

A pequena apresentação, como todos os anos, foi um grande sucesso. Os pais e filhos ali presentes aplaudiram com regalo. Ao final, Florence avistou Carlos, que havia acabado de chegar junto dos amigos.

— Ei! — A garota exclamou antes de abraçá-lo. — Que bom que veio.

— Não perderia isso por nada. — Carlos sorriu.

Virando-se, Florence notou que Mal, a filha da Malévola, lhe encarava com um olhar um tanto agastado. Elas nunca haviam conversado de fato, uma vez que Mal parecia querer ficar reclusa em seu próprio mundo. Mas não custava ser simpática.

— Oi, tudo bem? Não fomos apresentadas devidamente. Sou Florence. — A garota tentou sorrir, porém quase sem sucesso.

— É, eu sei quem você é. Filha da Rapunzel, não é? — Mal perguntou com a voz ensaiada para parecer simpática, porém a pitada de sarcasmo nunca desaparecia. — Carlos me contou muito sobre você.

— Coisas boas espero. — Florence ouviu a voz de seu pai lhe chamando. Virando-se novamente, notou que o mesmo acenava como quem pedia para que se aproximasse. — Tenho que ir... Mas espero poder conversar com você novamente, Mal.

A garota de cabelos roxos deu um sorriso forçado antes de ir embora.

Carlos e Florence aproximaram-se do casal real de Corona, que estava feliz por ver o rapaz. A conversa não durou muito, apenas os típicos bons comentários. Quando enfim puderam ficar sozinhos, Carlos estudou o espaço uma última vez.

— Por que não me ensina a jogar essa coisa? — Ele sugeriu com sarcasmo em sua voz, referindo-se ao típico jogo de croquet. — Prometo não acertar nenhuma bola em você.

Florence riu.

— Certo, atrapalhado, eu te ensino a jogar. — Respondeu no mesmo tom.

As coisas estavam indo bem, todos os presentes pareciam estar se divertindo muito no evento. Até que, de repente, um comentário surpreso e até mesmo incrédulo chamou a atenção de todos. O mesmo havia sido feito pela rainha Leah, mãe da Aurora, também conhecida como Bela Adormecida.

— Como está aqui? E como permanece tão jovem? — A mulher mais velha perguntou. Sua voz era de puro espanto. Audrey estava ao seu lado, o que fez com que Florence deduzisse que aquela confusão teria surgido a partir de algum comentário ou semelhante.

— Rainha Leah, está tudo bem. Malévola ainda está na Ilha. Esta é a filha dela, Mal. — Ben interveio rapidamente. — Não se lembra da minha proclamação? De dar uma chance à nova geração.

— Uma chance de que, Ben? Nos destruir? — Leah rebateu. A mesma virou-se para a Fada Madrinha. — Oh, por favor. Você se lembra, não? As maçãs envenenadas, os feitiços. Feitiços... — Virou-se para Mal. — Minha filha foi criada por fadas por causa da praga da sua mãe. As primeiras palavras, os primeiros passinhos... Eu perdi tudo isso!

— Olha, eu... — Mal começou.

— Ei! — Chad entrou em sua frente. — Não chegue perto dela.

— Não faça isso, Chad. — Ben alertou.

— O quê? — Chad perguntou, incrédulo. — Eles foram criados pelos pais deles, Ben. O que você acha que os vilões ensinam para os filhos, hein? Bondade? Honestidade? Nem pensar. — O mesmo olhou para Mal. — Você roubou o namorado de outra garota. — Apontou para Jay. — Você gosta de magoar as pessoas. — Virou-se para Evie. — Você é uma falsa e mentirosa.

Quando o rapaz de cabelos loiros fez menção de comentar algo sobre Carlos, Florence deu um passo à frente. Pela primeira vez em muito tempo, a garota sentiu raiva de alguém. Chad não tinha direito de fazer nenhum daqueles comentários.

— Cale a boca, Chad. — A jovem disse. — Não ouse dizer uma palavra sequer.

Chad deu uma risada anasalada.

— E você, Florence? De que lado está? — Ele perguntou de forma satírica. — Desde quando gosta desse tipo de gente? Você tinha tudo para ser a garota perfeita, mas decidiu se envolver com gente que não presta...

O rapaz não conseguiu completar a frase. Um soco o atingiu bem em seu rosto, o que fez com que com que algumas pessoas arfassem em surpresa. E, para surpresa de todos, não havia sido Carlos quem desferiu o golpe. Na verdade, ele parecia tão surpreso quanto o restante. Nunca pensou que Florence um dia pudesse ser agressiva.

— Você enlouqueceu?! — Audrey exclamou.

Este comentário fez com que Florence voltasse à realidade. Todos lhe encaravam, especialmente seus pais. Eles estavam surpresos, porém não irritados. Receber tantos olhares desapontados, surpresos e até mesmo raivosos fez com que a garota quisesse começar a chorar. Ao notar isso, Carlos agarrou seu braço e a tirou do jardim o mais rápido possível.

[...]

— A culpa é minha. — Carlos murmurou enquanto andava de um lado para o outro. — Eu não deveria... Se eu não tivesse... Agora essa situação... A culpa é minha...

— Não é sua culpa. — Florence respondeu. A onda de remorso havia passado. — E nem de seus amigos. Audrey e a rainha Leah causaram tudo isso. Por favor, não jogue tudo para suas costas.

O rapaz suspirou numa tentativa de acalmar-se.

— O que vamos fazer agora? — Perguntou. — Não podemos simplesmente fingir que isso não aconteceu. Todos estão contra nós, agora mais do que nunca. E você socou a cara do Chad.

— Um soco merecido.

— Flor, estou falando sério.

— Vamos fugir! — Florence exclamou. — Não precisamos ficar aqui se não quisermos. Vamos para algum outro lugar, distante daqui.

Apesar de ser uma ideia bastante precipitada, Carlos pareceu considerá-la. Bem, se fugissem, não precisaria lidar com as consequências do ocorrido no dia da família e ele não precisaria mais ajudar no plano para roubar a varinha da Fada Madrinha. Não, o que ele estava pensando? Caso não o fizesse, quando os vilões invadissem Auradon, as consequências para si seriam piores ainda.

— Carlos? — Florence chamou. — ... Está tudo bem?

— E-Eu... — Ele começou. — Eu... Eu... Preciso te contar uma coisa...

𝐈 𝐒𝐄𝐄 𝐓𝐇𝐄 𝐋𝐈𝐆𝐇𝐓 • carlos de vilOnde histórias criam vida. Descubra agora