Um mês se passou desde aqueles eventos, e ainda não há notícias sobre Henrique. Em duas semanas, meu pai e sua tropa partirão para as regiões com maiores revoltas.
E com isso, papai começou a correr com os transmites do casamento.
Desde aquele dia, Átilla mudou completamente; ele evita meu olhar e ouvi dizer que passa as noites fora, sempre retornando com cheiro de álcool.
Já não me afeto mais com isso, afinal, meu casamento está próximo e é nisso que tenho que me concentrar.
Naquela noite, Caio ficou comigo até eu adormecer, acariciando meus cabelos e me tranquilizando. Sofri um breve episódio de estresse pós-traumático, mas ele esteve ao meu lado. Curiosamente, meu coração se acalmava ao ver seus olhos verdes.
Este mês foi maravilhoso, conheci Caio melhor. Ele me acompanha na estufa sempre que possível e busca artigos que eu não poderia encontrar.
Seu olhar intenso às vezes me deixa atordoada, mas ele respeita meu espaço.
Ele faz a senhora Celine se exasperar com debates políticos, valoriza minha opinião em tudo e fica sempre por perto. Minha madrinha, mais liberal, se diverte com suas travessuras.
Ele sempre me traz flores; inicialmente brancas, depois variadas tonalidades de rosa, e recentemente, flores púrpuras, símbolos de um amor intenso.
No nosso jantar de noivado, um evento íntimo com nossas famílias, ele me presenteou com um anel de noivado. Em troca, dei-lhe um medalhão com meu retrato e uma mecha do meu cabelo, que ele não tira e mantém sob a camisa, junto ao coração.
– Helene? – minha madrinha bate na porta entreaberta para chamar minha atenção.
– Sim, madrinha, entre.
– Trouxe alguém para você. Helene, quero apresentar Louise, que será sua assistente pessoal. Como Caio mencionou que já têm uma governanta e você levará Eliza como camareira, achei por bem indicar uma amiga que conheci na França.
– Não sou tão velha assim. É um imenso prazer conhecê-la, mademoiselle, e servir-lhe, se for de seu agrado. – Louise brinca ao se apresentar.
– O prazer é meu, Louise. Podemos conversar antes de eu decidir?
– Claro.
Tomamos chá e o tempo passou agradavelmente. Louise era divertida e seu charme francês era evidente.
– Com todo respeito, mademoiselle, seu noivo é um homem muito atraente. A senhorita teve sorte por não precisar se casar com um homem mais velho. – Louise comenta, provocando risos.
– Louise! – repreende minha madrinha.
– Deixe-a, dinda. Louise, você está contratada.
– Será um prazer trabalhar com a senhorita, muito obrigada. Deixei meu último emprego por ordem do patrão, após a morte de sua esposa, que Deus a tenha, embora ela já estivesse doente há bastante tempo.
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A filha do Red Coats
RomanceHelene sempre foi vista pela sociedade como a filha de um Red Coats, herdeira de um duque influente e o centro de todas as fofocas e especulações sobre a família LeBlanc - mesmo que ela nem mesmo tivesse nascido quando esses eventos começaram. Mais...