Eu estava finalizando o arranjo da mesa na minha estufa para receber as convidadas, apesar dos protestos da governanta que insistia que aquilo não era tarefa para mim, especialmente na minha condição.
Afinal, estar grávida não significa estar doente.
Consciente de que as primeiras semanas são delicadas, mantenho a fé e faço tudo ao meu alcance para proteger meu bebê.
Segui todas as recomendações de Louise, que afirmava que, à medida que as semanas passassem, ela prepararia meu corpo para o parto. Embora não fosse muito comum, ela já tinha experiência suficiente em partos para saber do que falava.
Assim, convidei minha sogra, madrinha, Amália e Judith para celebrar antes que as meninas partissem para mais um ano de compromissos sociais.
Enquanto arrumava um buquê, um pardal entrou na estufa e voou ao meu redor antes de pousar na mesa. Sorri para o pequeno pássaro.
– O que faz aqui, amiguinho? Pode se machucar nas vidraças.
Ele voou rapidamente para cima e desapareceu de vista, e o mais estranho foi uma pétala azul cair do teto da estufa diretamente na palma da minha mão.
– Estranho, minhas flores azuis nem germinaram ainda. – falei confusa e com uma sensação peculiar.
– Vossa graça, suas visitas chegaram.
Virei-me para a entrada da estufa, vi-as chegando e sorri, dissipando a sensação estranha.
– Sejam bem-vindas a Yorkshire.
– Querida, como estou feliz em vê-la novamente, e meu filho então... Caio está com um sorriso que vai de orelha a orelha.
Senhora Alexandra disse enquanto me abraçava, e eu retribuí o abraço às outras mulheres presentes.
Sentamo-nos todas, e após algum tempo atualizando as conversas e tomando chá, decidi falar antes que a ansiedade me dominasse.
– Então... há um motivo maior para eu ter chamado todas vocês aqui hoje, e sogra, há também um motivo especial para o enorme sorriso no rosto do Caio. – começo, hesitante.
– Será que...
– Estou grávida! Estamos esperando nosso primeiro filho! – anuncio, exultante.
A partir daí, uma celebração se formou ao meu redor.
~Caio~
Helene estava tão serena nos últimos dias, apesar dos enjoos ocasionais e do mal-estar, como tonturas e um sono excessivo que a deixava frustrada por não conseguir realizar suas atividades adequadamente.
Seu rosto se iluminava ao tocar sua barriga ainda discreta.
Ela parecia tão bela dormindo ao meu lado, despida, com a mão sobre meu peito.
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A filha do Red Coats
RomansaHelene sempre foi vista pela sociedade como a filha de um Red Coats, herdeira de um duque influente e o centro de todas as fofocas e especulações sobre a família LeBlanc - mesmo que ela nem mesmo tivesse nascido quando esses eventos começaram. Mais...