E que o Tempo faça.

Capítulo 20

Miriam, com uma nota de preocupação em sua voz, perguntou: "Izadora, onde você está? Sua voz está diferente."

Izadora, do outro lado da linha, deu uma risada suave. "Estou em um barzinho, tia. Só precisava de um tempo para mim, mas prometo que não vou demorar."

Miriam, ainda um pouco preocupada, mas aliviada, respondeu: "Tudo bem, querida. Só não demore muito, está bem?" E com isso, ela desligou o telefone, deixando Isadora para aproveitar o resto de sua noite no barzinho.

Depois de desligar o telefone, Miriam se recostou em sua cadeira, perdida em pensamentos. Ela se lembrou de Isadora quando era apenas uma menina, sempre sonhadora e cheia de energia. Agora, ela se tornou uma mulher forte.

Enquanto isso, no barzinho, Isadora estava sentada sozinha em um canto aconchegante, perdida em seus pensamentos. A luz suave das luminárias penduradas acima dela lançava um brilho quente sobre sua mesa, e a música suave ao fundo criava um ambiente tranquilo.

Isadora pegou sua bebida e levantou em um brinde silencioso para si mesma. "Para a jornada", ela murmurou, antes de tomar um gole.

O dia seguinte foi uma loucura. Izabella foi trabalhar, mas logo teve que voltar para casa para se preparar. Ela e seu tio Valter iriam buscar Izadora, Alice e tia Miriam no aeroporto. No entanto, Valter teve um imprevisto no quiosque e disse a Izabella que ela teria que ir sozinha.

Justo nesse momento, o telefone de Izabella tocou. Era Paulo, perguntando que horas ele deveria buscá-la para irem ao parque de diversões. Izabella se sentiu mal, lembrando que havia esquecido que o passeio ao parque era no mesmo dia em que precisava buscar Izadora e as outras no aeroporto.

Desculpando-se com Paulo, ela explicou a situação. Paulo, sempre compreensivo, se ofereceu para ir com ela ao aeroporto. "Podemos ir ao parque depois, não vejo problema nenhum", disse ele.

Izabella não pôde deixar de sorrir, um sorriso largo e ligeiramente desalinhado que iluminou seu rosto. Eles combinaram de se encontrar na frente do quiosque de Valter.

Depois de desligar o telefone, Izabella correu para o chuveiro. Ela tinha um longo dia pela frente. E quem sabe, o dia poderia até se tornar uma aventura inesperada.

Na casa de Paulo, Rodrigo chamou Vicente, questionando o paradeiro de seu filho. "Onde está Paulo?", perguntou ele, sua voz tranquila.

Vicente, sempre calmo e compreensivo, respondeu: "Senhor, Paulo saiu. Ele foi encontrar a garota, Izabella, a irmã de Izadora."

Rodrigo, longe de estar preocupado, apenas assentiu. "Vicente", disse ele, sua voz serena, "siga os dois e veja até onde isso vai dar."

Vicente assentiu, mas antes de sair, ele se voltou para Rodrigo. "Senhor, eu acho que já sei o motivo da saída de Paulo com Izabella. Eles foram buscar Izadora, Alice e tia Miriam no aeroporto."

Ao ouvir isso, Rodrigo pareceu surpreso. "No aeroporto?", ele perguntou, intrigado. "Bem, nesse caso, acho que vou junto. Quero ver essa situação de perto."

Rodrigo, embora mantivesse a calma, não estava nada satisfeito com a aproximação de Paulo e Izabella. Ele tinha outros planos para seu filho, planos que não incluíam Izabella.

Em sua mente, ele sempre imaginou Paulo seguindo seus passos, assumindo os negócios da família e se casando com alguém de sua escolha. A presença de Izabella na vida de Paulo parecia ameaçar esses planos.

Vicente, o segurança de confiança de Rodrigo, assumiu o volante do robusto carro de Rodrigo. Com a postura rígida e os olhos fixos na estrada, Vicente dirigia com a habilidade de alguém que tinha anos de experiência.

Ao seu lado, Rodrigo olhava atentamente para os carros que passavam. Sua expressão era séria, os olhos analisando cada veículo, cada movimento.

Eles dirigiram até o bairro onde Izabella morava, um lugar pacato e acolhedor que contrastava fortemente com a tensão que Rodrigo sentia. Eles estacionaram a uma distância segura da casa de Izabella, onde poderiam observar sem serem notados.

Rodrigo observou atentamente enquanto Izabella saía de sua casa. Ele viu quando Paulo chegou e os dois partiram juntos. Rodrigo deu um sinal para Vicente, e eles começaram a seguir o carro de Paulo, mantendo uma distância segura.

Eles seguiram o carro de Paulo e arrancaram dali até o aeroporto, observando cada movimento deles.