Capítulo 24

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A tensão na cozinha atingiu o ápice quando Paulo, enfurecido, jogou seu copo no chão. O som do vidro se estilhaçando ecoou pela sala, e a expressão de Rodrigo mudou de raiva para choque. "Paulo, você é algum louco? Eu não vou tolerar isso na minha casa..." Rodrigo gritou, apontando para os cacos de vidro no chão.

Nana, aflita, tentou acalmar a situação. "Por favor, se acalmem", ela implorou, mas suas palavras caíram em ouvidos surdos. Paulo, ainda furioso, respondeu ao pai: "Não seja por isso... eu saio!". Sem perder um segundo, ele pegou seu celular e saiu da cozinha, deixando para trás um Rodrigo inquieto e xingando.

Nana, com o rosto marcado pela preocupação, se abaixou para começar a recolher os cacos de vidro. Mas Rodrigo a impediu, chamando outro empregado para fazer isso. Apesar de tudo, ele ainda tinha consideração por Nana, que já não era tão jovem para se abaixar e recolher cacos de vidro. Ela havia trabalhado com eles por tantos anos, e ele sabia que ela merecia respeito.

A cozinha, antes cheia de alegria e risos, agora estava tensa e silenciosa, apenas o som dos cacos de vidro sendo recolhidos quebrando o silêncio. Nana, com a mão no rosto, observava a cena, uma mistura de preocupação e tristeza em seus olhos.

Em uma mesa elegantemente posta na casa de Sofia, ela jantava com seus pais, Maurício Sampaio e Eda Sampaio. O som suave de talheres contra os pratos preenchia o ar, intercalado por conversas casuais.

Maurício, com um olhar inquisitivo, quebrou o silêncio: "Até quando vai durar esse tempo que Paulo pediu pra colocar a cabeça no lugar? Rodrigo me ligou e disse que vocês terminaram". A pergunta pegou Sofia de surpresa, e ela engoliu em seco, nervosa.

Sofia havia mentido para seus pais, ocultando o fato de que ela havia traído Paulo e que a separação era definitiva. Agora, ela estava em apuros. Seu pai, que detestava mentiras, certamente ficaria furioso se descobrisse a verdade.

Desde pequena, Sofia foi protegida por Eda, sua mãe. Essa proteção, no entanto, acabou estragando Sofia. Eda sempre acobertava os erros de Sofia e, como resultado, Sofia nunca enfrentou as consequências de suas ações. Agora, ela estava presa entre a verdade e a mentira, sem saber o que dizer.

Ela olhou para seus pais, uma expressão nervosa em seu rosto. As palavras pareciam presas em sua garganta. Enquanto isso, seus pais a observavam, esperando por uma resposta.

Em um dia como qualquer outro, Paulo estava navegando casualmente pelo seu celular quando uma mensagem inesperada chegou. Era uma foto, enviada por um número desconhecido. Na foto, Sofia e Josh, seu melhor amigo, estavam juntos, em uma situação que claramente não era de simples amizade. A imagem era como um soco no estômago para Paulo.

Ele olhou para a foto repetidamente, tentando encontrar alguma explicação, algum ângulo que pudesse distorcer a realidade que a imagem apresentava. Mas não havia como negar. Sofia, a mulher que ele amava, e Josh, seu melhor amigo, tinham traído sua confiança.

A traição caiu sobre Paulo como um peso, esmagando o chão sob seus pés. Ele sentiu uma mistura de raiva, tristeza e confusão. Como isso pôde acontecer? Como as duas pessoas que ele mais confiava poderiam fazer isso com ele?

Paulo sentou-se, atordoado. Ele olhou para a foto uma última vez antes de jogar o telefone na mesa, como se o aparelho queimasse suas mãos. Ele se sentiu traído, não apenas por Sofia, mas também por Josh. A dor da traição era quase insuportável, e Paulo se perguntava como ele poderia superar isso.

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