capítulo 11.

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Rodrigo Carter



Maratona 1/?



Olhei para os lados tentando lembrar onde eu estava, mas eu não conhecia esse lugar. Estava tudo tão escuro e frio, dava medo.

___ Rodrigo, cadê você _ escutei a voz da Gabriela me chamando.

Novamente olhei em volta, mas não consegui achar ela. Comecei a andar por uma trilha de areia seguindo sua voz.

A trilha de areia me levou até uma praia, ela estava vazia, não tinha ninguém. A água estava clara cristalina.

___ hey!  amor, até que enfim eu te achei. Rodei tudo te procurando _ Gabriela se jogou em cima de mim ___ estava com tantas saudades suas _ passou o nariz no meu pescoço.

___ mais eu estava o tempo todo aqui, gatinha _ passei o braço pela sua cintura e puxei ela mais para mim.

___ não estava não, que bom que você não me deixou. Fiquei com tanto medo de ter perder _ ela segurou meu rosto e me deu um selinho.

Olhei para ela confuso, me perder? Como assim eu nunca sai de perto dela.

___ você nunca vai me perder, nem acredito que vamos nos casar daqui a uns meses _ disse sorrindo para ela.

Ela soltou uma gargalhada estranha, se afastou de mim.

___ nós não vamos nos casar, eu não te amo. Eu me arrependo todos os dias de ter conhecido você, Rodrigo _ ela sorriu se afastando mais ___ eu te odeio, você merecia ter morrido.

___ o que você está falando? _ começou a sair sangue da sua boca, alguns pontos da sua roupas também começaram a mandar de sangue.

___ você está me matando aos poucos, eu te odeio Rodrigo _  ela caiu de joelhos na areia.

Corri até ela, peguei a peguei no colo.

___ amor, olha para mim _ passei a mão no seu rosto ___ Gabriela, por favor amor, olha para mim.

Comecei a me desesperar, sacudia seu corpo. Sua boca começou a ficar roxa e seu corpo frio.

___ GABRIELA _ gritei a sacudindo.



Abri os olhos assustado, olhei em volta, eu estava em um quarto todo branco e com e com muita claridade. Tentei mexer meu braço direito, mas não consegui, ele estava com gesso.

Senti algo na minha boca, com a mão esquerda passei a mão pelo meu rosto, senti várias casquinhas de machucados, meu coração acelerou quando eu senti o tudo na minha boca, tentei puxar mas não estava conseguindo. Tinha vários fios ligados a mim, por que eu estou num hospital com vários aparelhos ligados em mim?

Apertei um botão vermelho, que estava do lado da minha cama, demorou uns segundos e apareceram uns 3 enfermeiros no meu quarto.

___ o paciente acordou, chame o médico _ uma enfermeira falou para os outros ___ calma, deixa eu tirar o tubo, olhe nos meus olhos, não se desespere, puxe o ar pelo o nariz _ ela foi falando enquanto fazia a remoção ___ isso, pronto, viu foi rapidinho.

Tentei falar, mas só conseguia emitir sons, minha garganta estava seca, coloquei a mão na garganta e ela logo entendeu.

___ um segundo _ ela saiu me deixando sozinho, mas não durou muito ela estava com um copo pequeno de água __ você ainda não pode beber muita água, deixa eu te ajudar.

Ela me ajudou a beber água, jogou o copo no lixo. Um homem alto branco entrou no quarto com uma prancheta em mãos.

___ que bom que acordou Rodrigo, sou o doutor Marcos. Como se sente? _ ele sorriu pra mim.

___ como se um trator tivesse passado por cima de mim, mas é estranho eu só sinto dor da cintura para cima _ falei olhando para ele, seu sorriso diminuiu um pouco.

___ é normal, seu acidente foi muito grave _ ele disse verificando o monitor.

Eu me acidentei? Mas eu não me lembro de ter sofrido nenhum acidente.

___ eu sofri um acidente? _ olhei para ele preocupado.

___ você não lembra? _ neguei com a cabeça ___ qual é a sua última lembrança?

___ a minha namorada, a Gabriela. Eu preciso ver ela _ disse olhando para ele.

___ Rodrigo, qual a sua última lembrança? _ ele perguntou novamente.

Fechei os olhos tentando lembrar.

___ eu… eu, e a Gabriela discutindo por ciúmes. A gente estava em frente a faculdade _ disse abrindo os olhos.

___ em que ano nós estamos? _ que pergunta idiota.

___ em 2003 _ ele me olhou sério.

Ele anotou algumas coisas na sua prancheta.

___ vamos fazer uns exames em você, e logo você vai ser transferido para um quarto _ ele disse para mim.

___ e a Gabriela? _ segurei seu braço antes que ele saísse do quarto.

___ quando você for para o quarto iremos informá-la que o senhor quer ver ela _ ele disse eu confirmei com a cabeça e soltei ele.

[°°°]

Eu não estava mais aguentando fazer exames, acho que mais de 2 horas fazendo exames. Tinha uns que eu nem sabia que existia, meu corpo estava cansado eu só queria dormir, mas não iria enquanto eu não visse a Gabriela.

A enfermeira que estava comigo mais cedo, me levou pro quarto que eu iria ficar até ter alta.

___ meu filho, nunca mais faça isso comigo. Você não sabe como eu sofri _ minha mãe entrou no quarto chorando.

Ela me abraçou, doeu um pouco mas não falei nada.

___ graças a Deus você acordou _ ela falou fazendo carinho no meu rosto ___ nunca mais você faça isso comigo Rodrigo, por favor meu filho, eu só tenho você meu filho _ as suas lágrimas iam caindo pelo seu rosto.

Senti um aperto no coração, sequei seu rosto.

___ desculpa mãe. Mas eu não sei como eu vim parar aqui _ falei olhando nos olhos dela.

___ você não se lembra de nada mesmo filho? _ neguei com a cabeça, ela suspirou me olhando com pena ___ mês passado nós tivemos uma discussão muito séria, falamos coisas muito forte um para o outro. Que eu não vou e nem quero mencionar neste momento. Você estava alterado pela discussão e pela bebida, você pegou o carro e saiu que nem um maluco da minha casa. Você já pode imaginar o que aconteceu né?

Eu tenho carro?

Mas eu não tenho condições de comprar um carro, será que foi o carro da Gabriela?

Será que ela também estava dentro do carro?

É por isso que o doutor não queria me falar onde estava a Gabriela.

Agarrei o braço da minha mãe, olhei para ela desesperada.

___ mãe, cadê a Gabriela? Ela está bem? Por que ninguém fala comigo? _ perguntei para minha mãe desesperado.

___ a Gabriela está bem, ela está em casa com as … _ ela parou de falar ___ eu vou ligar para ela, e vou perguntar se ela pode vir hoje.

Confirmei com a cabeça um pouco mais calmo. Mas por que ela não concluiu a sua fala?


Meu Ex Marido.Onde histórias criam vida. Descubra agora