.capitulo nove - plano

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A manhã começou agitada, Akaza havia acordado bem cedo e estava tentando acalmar alguém que falava extremamente raro. Tentava compreender o que o outro falava, mas ainda tentava processar o que estava acontecendo. A visão embaçada desfigurava a visão da silhueta de três pessoas que estavam de pé perto da porta. Curiosidade venceu o sono, sentou-se na cama chamando a atenção.

–Douma, fudeu - foi a primeira coisa que o rosado disse, era uma ótima maneira de começar o dia.

Rengoku havia aparecido, quase num rasante, após uma reunião que durou horas de debate sobre o que seria feito com Tomioka. Explicou que teriam que acelerar o processo para achá-lo, pois não sabia o que poderiam fazer de ruim. Falava sobre a tal reunião e sobre o que poderia ser falado sem que se prejudicasse e colocasse a sua na reta.

–Pera, deixa eu ver se entendi, estão querendo matar um aluno? Não sei se eles sabem, mas uma hora ou outra os pais vão perceber - disse o rapaz de cabelos loiros – Isso é... loucura.

–Bicha, você não tem noção do que eles podem fazer! - o encantou firmemente – Vamos ir atrás dele, mas você tem que manter-se firme na sua palavra.

–Pode deixar - fez uma joinha. Estava nem um pouco afim de pensar nisso, estava muito cedo, não tinha uma noite que dormia bem.

–Tem que levar isso mais a sério, se você morrer vou ter que ir no seu funeral ver sua cara de bosta - aquela voz lhe despertou, inexplicável a magia desse garoto.

–Se você morrer, pode ter certeza, vou gargalhar no meio da cerimônia - Akaza entrou na brincadeira – Vou para aula de jiu-jitsu, tchau - retirou-se do dormitório arrastando o melhor amigo junto, deixando os dois para trás.

–Douma, porque isso te interessa tanto? - perguntou quebrando o silêncio.

–Eu costumava ser um ser humano insignificante, porém, uma pessoa viu algo em mim e pôs uma expectativa bem alta em mim. Essa pessoa sonha em ter um aprendiz que chame atenção e se torne alguém melhor. Quero mostrar para ele que eu consigo sim ser o melhor, e se tem pessoas que podem me barrar de chegar a onde eu quero, vou ter que dar um jeito.

–Entendi... acho nada mais justo do que eu ajudar meu mais novo melhor amigo - de um leve soco no ombro do loiro – Ridículo!

–Babaca! - devolver o soquinho.

...

Durante o dia, a dupla passou um bom tempo perguntando para as pessoas do colégio sobre o número quatro. Quase não obtiveram respostas relevantes, apenas uma, que era o número de telefone dos pais e onde morava. Após o término das aulas, fizeram o registro de saída na portaria e foram até o lugar anotado no papel.
Não era muito longe do colégio, a casa ficava numa área mais nobre da cidade, bem próximo de onde estudavam. As casas eram lindas, grandes, sendo mais exato, exageradamente grandes. Todas as garagens com carros de luxo, deixando ainda mais explícito o nível de quem morava naquela área. Ficaram de frente para uma enorme porta branca com detalhes dourados.

–Acho que é aqui... - apertou a companhia com um certo receio de não ser a casa certa.

Um homem alto usando um terno extremamente bonito e uma máscara de raposa atendeu.

–Como posso ajudá-los? - perguntou. Pela voz, não aparentava ser alguém velho, deveria ter por volta dos vinte anos.

–Oi, tudo bem? Precisamos conversar com o Tomioka - Michikatsu tomou a iniciativa.

–Desculpe, mas o Sr Tomioka não pode atendê-los. Sinto muito - ia fechar a porta, mas foi impedido pelo loiro.

–Olha senhor, se a gente não contar para ele o que está acontecendo... vai acabar acontecendo algo muito pior.

i'm not a angelOnde histórias criam vida. Descubra agora