.capitulo dez - risco;

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Uma manhã calma e abafada, como sempre, foi o primeiro a se levantar. O colega de quarto que dormia na cama de baixo se revirava na cama e resmungava, não quis acordar para ver se estava tudo bem, apenas deixou, poderia estar tendo um sono.
No espelho do banheiro, arrumava seu cabelo tingido de rosa, notou que as raízes já estava começando a escurecer, mas não pretendia pintar o cabelo novamente pois dava muito trabalho. Já pronto, com sua roupa de treino, uma camiseta preta colada e uma calça branca mais larga, e sem cara de sono.
Akaza costumava chegar bem cedo para conversar com o professor, era incrível como era disposto ter uma rotina tão movimentada. Tinha treino de manhã, depois se arrumava para as aulas - aquelas cujo não prestava atenção-, depois das aulas ia jogar vôlei com Kyoujuro, entre outras coisas que deixava sua rotina bem mais complexa.
Andava despreocupado em direção ao prédio onde ficava a sala, era um pouco longe de seu dormitório, mas gostava dessa curta caminhada para agitar o corpo. Com seus fones de ouvido no som máximo, aproveitava a sensação de se sentir em um filme onde o protagonista vive uma vida despreocupada... Até um certo momento, pois sempre tem um conflito para animar os telespectadores do filme. Por estar de fone, não escutou a aproximação do grupo de rapazes que já foi logo lhe abordando. Ao perceber de quem se tratava, revirou os olhos.
Sanemi e seus amiguinhos; Era incrível o fato que depois da briga que tiveram ele nunca mais veio sozinho lhe peitar, sempre chamava os amiguinhos subornados do terceiro ano. Cruzou os braços e ficou encarando esperando que falasse algo.

–Vou ser direto, Akaza - proferiu. A voz rouca do rapaz era estranhamente perturbadora, qualquer um que não se sinta confortável com sua presença se incomoda com esse detalhe – Me contaram que você anda colado com um dos Hashiras... O pessoal do concelho está se irritando com isso, afinal, ninguém gosta de você- Debochou e os amigos começaram a rir.

Fechou a cara imediatamente. Olhou para o relógio em seu pulso e viu que chegaria atrasado para o treino, e detestava atrasar em seus compromissos.
Quando menos esperava, sentiu o rapaz de cabelos brancos agarrar o colarinho de sua blusa e puxar em sua direção.

–É o seguinte, você é aquele nojento vão parar de se ver, ou vou ter que pedir para Shinobu dar um "chá". Não queremos nossos membros perto de inúteis como você! - empurrou fazendo-o desequilibrar, mas não chegou a cair no chão. Encarava seriamente o membro número dois com um certo desgosto.

–Se você fizer algo com ele, vou te esfaquear na frente de todo mundo. Não vou ser bonzinho como fui ano passado - Foi a única coisa que disse antes de se retirar, não estava afim de lidar com o grisalho.

O rapaz ria de si com seus amigos, mas fez pouco caso. Não queria se meter em confusão de novo, sabia que era isso que eles querem, que responda às provocações com agressões e assim ser expulso.

...

Estava de pé na janela fumando um cigarro, havia acordado mais cedo que o normal e percebeu que Akaza já havia saído para treinar. Aproveitava aquele calorzinho gostoso, deixando seus devaneios ir embora com o vento. Era viciante o sabor que ficava na boca após tragar aquela fumaça, mais sabido ainda saber que morreria pouco a pouco.
A porta abriu abruptamente anunciando o rapaz de fio rosados irritado, passou o treino todo nervoso por conta da situação que ocorreu mais cedo. Era incrível como Shinazugawa consegue ser irritante, babaca, e todos os xingamentos do mundo.

–Akazaaa! como foi o treino? - perguntou com um sorriso no rosto, mas logo em seguida o sorriso desmanchou-se.

–Eu vou matar alguém! - disse irritado largando suas coisas no chão mesmo, nem parecia o Akaza de sempre, deixar tudo organizado e arrumado, nem pela morte deixaria sua mochila no chão.

–Eita, o que aconteceu? - ficou assustado com a reação inesperada do colega de quarto.

–Não é da sua conta. - após largar as coisas no chão, saiu batendo a porta.

Não entendeu o que aconteceu, mas não julgaria o colega. Para ele estar tão irritado, é porque algo aconteceu, algo sério. As coisas estavam estressantes em menos de uma semana de aula, as coisas iriam ficar ainda piores de acordo com o passar dos dias.
Hoje seria mais um dia o qual iria ir para aula apenas por presença, pois pouco se importava com o que aconteceria ao decorrer do da semana, só conseguia pensar naqueles segundos de proximidade que quase resultaram num beijo. Ambos corpos molhados desesperados pela proximidade em busca de calor, a troca de olhares que valiam mais que mil palavras. Estava ficando louco com tudo aquilo, não conhecia o garoto, agiu como um carente implorando pelo mínimo de atenção. Era ridículo. Michikatsu com todo aquele mistério, conseguiu alugar um duplex na sua mente, era impossível ficar sem pensar naqueles olhos escuros, aquela expressão pacosa que raramente se transformava em um sorriso. Tentou ignorar por hora e passou a se arrumar para aula

...

Foi o primeiro a chegar na sala de aula, estranhou o fato de ninguém estar em sala de aula. Não tinha muito o que se fazer, passou a rodar suas redes sociais vendo que sua caixa de mensagens do grupo estava cheia. Kaigaku alertou que estava rolando uma briga entre um garoto do primeiro ano e um do segundo, uma briga sobre um ter olhado para a garota do outro. Já as outras mensagens era de Daki preocupada com o repentino sumiço de Douma. Desligou o celular e aguardou a chegada dos outros alunos, ou do professor.
Passou-se cerca de vinte minutos e nenhum sinal de seus colegas de classe. Decidiu que não iria ficar mais tempo ali esperando. Os corredores estavam vazios, não tinha ninguém, parecia até que haviam evacuado o colégio e deixado somente a si, sozinho. Olhava dentro de todas as outras salas de aulas, e assim como a sua, não tinha nenhum sinal de vida.
Sem aguentar mais aquele mistério, foi verificar a sala de música esperando encontrar Michikatsu. Por mais que não quisesse bater de frente com o moreno e ter que se justificar pelo ocorrido, não queria ficar sozinho.
Sabia mais ou menos onde ficava, demorou um pouco para chegar no local desejado. Aproximando-se da sala, era possível escutar alguns gemidos abafados. Engoliu seco, sem ao menos ter entrado, já sentia um forte aperto no coração. Olhou de canto pela porta e viu o que menos desejava, Michikatsu beijava aquela mesma garota que a uns dias estava fugindo por ser chata, a mesma estava sem a parte de cima das roupas e tinha seus peitos cobertos pelas mãos do rapaz.
Apertava fortemente a beirada da porta, desejava a todo custo que aquilo seja apenas uma alucinação, ou paranóia. Deu alguns passos para trás e se encostou na parede. A respiração passou a ficar pesada, começou a suar muito, inconsequentemente começou a rir. Puxava os fios de cabelos numa tentativa de acordar daquele sonho ruim. Quando se deu conta que era a mais pura realidade, desmanchou-se, sentou no chão gelado e abraçou as pernas. Agarrava fortemente os fios de cabelo e ria baixinho, se controlava para não gritar ou fazer qualquer outro tipo de atitude que fizesse com que fosse descoberto.
Em meio sua crise, sentiu um cheiro forte de perfume, extremamente adocicado e uma risada delicada. Olhou para o lado e se deparou com uma garota de estatura baixa, possuía o cabelo preso em um coque alto preso em uma presilha de borboleta, em seu rosto somente com a franja; possuía uma maquiagem leve, deixando sua aparência ainda mais juvenil e delicada. Em seu rosto o semblante sádico ao ver uma pessoa em um estado deplorável e vergonhoso. Era extremamente satisfatório assistir o loiro a beira da loucura por ter visto seu suposto amado com outra, havia de interessado por ele.

–Está tudo bem? Que tal tomarmos um chá juntos?

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⏰ Última atualização: Nov 20, 2023 ⏰

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