Capítulo 10

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Capítulo 10 - Nada

Marília Mendonça, Point Of View

Eu poderia dizer que tinha acordado pelos raios de sol que entravam no quarto, mas era mentira estava absolutamente escuro ali dentro. Eu poderia dizer que já estava bem descansada, só que repor todas as noites de sono perdidas é difícil. Mas a verdade é que, desde a primeira vez que ficamos juntos, eu venho pensando em como foi bom, simplesmente estar sobre o peito do Ricelly, vendo ele respirar calmamente e dormir... e ele é tão lindo dormindo.

E mesmo que eu quisesse continuar, já estava de manhã e era melhor que a gente não gastasse mais tempo longe de casa, por mais que não fosse isso que eu queria.

Dei beijos lentos por todo seu peito desnudo, já que eu ainda usava sua blusa e eu não tava muito afim de ter que devolver pra ele.

Ele acordou devagar, mas seu pensamento foi um tanto rápido, já que ele abraçou meu corpo com um dos braços e segurou meu rosto me puxando pra um selinho... Quer dizer, começou com um selinho, mas depois se aprofundou. Sua língua pediu espaço e eu concedi, não seria louca de negar. E ele sempre sabe me tirar o fôlego facilmente e agora não foi diferente.

— Bom dia, loira. — sua voz ainda estava um tanto rouca por causa do sono e os olhinhos apertados, mas tava tão lindo...

— Bom dia, Rique. — não me impedi de beijar seus lábios novamente e encerrar com uns selinhos. É idiota, clichê, brega, agir assim, mas eu tô agindo porque eu sei que pode ser errado, mas não posso evitar o sentimento e por mais que eu lute contra, agora sei que ele também sente muito mais que desejo e atração. — Bom dia!

— Hum... Tá tão feliz que até me contagiou. Qual o motivo disso? — você. Eu poderia dizer isso, mas já seria exagero e desespero demais.

— Só tô feliz. E não acordei com uma ressaca danada, graças a alguém que pediu remédio pra mim, né?

— Fiz o mínimo... — ele segurou a lateral do meu rosto, como se tentasse deixar nossos olhares conectados. — e por você eu faria de tudo. — eu devo acreditar cegamente nisso?

— Tá entrando num terreno perigoso, Ricelly Henrique. — ele riu e deu de ombros, desviando os olhos dos meus e acariciando meu rosto.

— Não disse nada demais. Só fiz o que tinha que fazer, porque eu te conheço bem, sei o que você precisa e sei ser o que você precisa.

— Você é convencido, né? — ele escorregou a mão da minha cintura subindo pelas minhas costas por baixo da blusa.

— Você que deixa eu ser assim.

— Agora a culpa é minha?

— É claro que é. Eu sempre fui seu preferido e agora eu tô com a mulher mais linda do mundo comigo, é culpa sua sim eu ser convencido assim. — mordi meus lábios, balançando a cabeça negativamente, me segurando pra não beijar ele mais uma vez. Mesmo querendo mais disso, não posso me jogar tanto em algo com alguém que ainda tem outra pessoa.

— Eu vou ficar quieta...

— Ou cê pode ir lá pro banheiro, tomar um banho comigo e não ficar nada quieta, hein?

— A gente tem que ir embora logo e eu quero tomar banho na minha casa.

— Tá certo. Eu vou ser rápido, tá? — assenti com a cabeça enquanto ele ia pro banheiro tomar banho.

É incrível como tem coisas que a gente não pode evitar, eu queria fingir que não era errado, que sentimento não dá pra controlar e não somos culpados disso. Só que, mais uma vez, o celular dele tocou e eu vi quem era. O contato amor na barra de notificações fazia meu peito doer e minha mente sentir um peso gigantesco.

Sentimento LoucoOnde histórias criam vida. Descubra agora