Capítulo 4

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Por dois meses eu acordava limpava a maior parte da casa, cozinha, sala, sala de estar, lavanderia, saímos para faculdade, depois aí para o serviço, às 21h chegava e limpo os quartos e banheiro e tem sido assim esses meses. Não poderia ser melhor do que já é. Marcus apesar de eu tentar impedi-lo, ele insiste em me ajudar, ele não entende que esse é meu pagamento. nesse pouco tempo criamos uma amizade "improvável" jamais esperada, e pude descobrir que ele é melhor do que eu imaginava. Ele tem a vida dele e eu a minha, porém tem sido uma convivência fácil e tranquila. E eu sou grata por isso, mas ele sabe que é apenas até eu terminar meu curso, o qual falta mais dois meses e assim sairei da sua vida. Marcus ainda me ajuda, até demais com os estudos. Minha maior dificuldade na faculdade não é a mais difícil agora. Algumas noites estudamos, outras vemos filmes e comemos besteiras. tem sido bom ter alguém para considerar um amigo. Essa noite é minha folga. uma sexta, pois sábado e domingo eu tenho bico de garçom em eventos. aproveito para estudar mais um pouco, coisa que agora posso dizer que tenho tempo, tenho até mesmo um professor particular.

-não era sua folga?.

Marcus me assusta. estava concentrada em um livro no sofá.

-e é. -respondo rindo.

-não deveria sair? Desde que você mudou para cá nunca a vi sair, além de trabalho e estudo. -Senta na ponta onde estão meus pés.

-eu estou quase terminando, não posso desviar minha atenção.

-você precisa relaxar. -ele pega um dos meus pés e faz massagem. e nossa eu precisava disso. -Você está tensa, vai explodir um dia.

O olho pensativa, apreciado sua amigável massagem. Em algum momento nesses meses talvez tenha me passado na cabeça como ele é lindo e bem afeiçoado, com um corpo forte(ele corre fim de semana) seu cabelo cheirando coco, e seu corpo tem um cheiro refrescante, os seus olhos intensos e fortes como o oceano, sem dono sem medo, rei tudo. Mas me contenho ao máximo, eu jamais poderia me aproveitar dele dessa forma, ou alimentar algo assim, ter esperanças e confundir as coisas. Ele é apenas gentil e bondoso e meu amigo, apenas isso. repito isso até entender de vez que é apenas amigo. Muito bonito, mas amigo.

-que acha? -me tira de meus devaneios. -você não estava me ouvindo?.

arrumo meus óculos e me afundo no livro escondendo minha vergonha.

-Perdão, não prestei atenção.

-O que acha de sairmos amanhã?. soube que tem um parque bem legal aqui perto. -apoiou seu queixo em meus joelhos pra cima.

-amanhã não posso. -Estalo meu pescoço já cansada pelo fim de semana. -vou trabalhar.

-você não acha que trabalha demais? Uma noite só não faz diferença. vamos? -Seu olhar me lembrou um cachorrinho caído da mudança, o qual eu não consigo resistir. -hum?

-tá bom. -sorri. -vou cancelar com a barbara.

Na manhã seguinte vou para lanchonete, já que aos sábados e domingos trabalho meio período e durante a noite com eventos pequenos. Faço o que tenho que fazer, ansiosa pela noite. Faz anos que não saio para me divertir. Eu me lembro a ultima vez e não foi agradável. bruno tinha me levado para uma balada, apesar de eu ter que estudar, mas eu fui mesmo assim com promessa de que seria ótimo. lá ele encheu a cara, eu tbm, mas depois que voltei do banheiro tendo vomitado tudo que tinha no estômago, o vejo no corredor com uma outra garota. Não era a primeira vez, mas doía como se fosse. Foi ali que decidi não ficar mais com ele, porém demorou para ele me deixar em paz. Engulo a seco com as lembranças, acredito que essa noite vai ser boa.

visto uma roupa simples, afinal vamos a um parque, do que mais precisa? Mais uma vez no carro de Marcus, temos uma pequena conversa sobre que música colocar. Apesar de nossos gostos serem parecidos, ainda assim, ele sempre queria uma banda e eu a outra, eu não devia ser tão exigente no carro de outra pessoa, mas depois que ele deixou eu escolher, não parei mais. Decidimos então por na rádio, passamos o caminho tirando sarro de algumas boy bands que tocavam.

A noite foi mais agradável do que esperava. Fomos em vários brinquedos divertidos, comemos um cachorro quente bem recheados, algodão doce e eu pude esquecer o desastre que era minha vida por algumas horas.

-não, foi você quem roubou. -eu dizia a Marcus sobre o jogo de arminha de umas das barraquinhas, com meu grande urso nos braços.

-como ousa? - se faz ofendido colocando a mão no peito me olhando enquanto caminhamos. -eu não seria baixo a esse niv.. -ele congela.

Marcus estaca como uma pedra.

-Marcus? - olho-o confusa. -está tudo bem? para de brincadeira. -bato em seu braço.

-Marcus. -para um casal à nossa frente. -Como vai?.

mas ele não responde e por segundos muito longo ficamos todos em silêncio. Eu passo meu braço pelo seu que estava no bolso da calça meio curvado.

-oi, sou natasha.

-sim, essa é natasha. -ele recupera seus movimentos. Aperto seu braço para que ele continue. -esses são angélica e Renato.

nos cumprimentamos devidamente.

-como tem passado amigo? -pergunta o cara. vejo Marcus contrair sua mandíbula.

-Muito bem. -sorri falsamente.

-e você é o que dele? -pergunto a mulher loira alta e bonita. -se não se importa eu pergunta.

sinto que tem algo de errado. sei que Marcus está desconfortável e aparentemente sem cérebro por algum motivo.

-namorada. -disse ele apertando minha mão, não consigo retribuir.

-ooh, fico.. -ela fica muito surpresa. -feliz. -sorri docemente e olha para seu acompanhante que julgo ser seu namorado.

-Nós queríamos falar com você... -disse Renato. -Bom, eu na verdade. que sorte que nos encontramos.

-Pode falar. -disse pelo Marcus.

-Nós vamos nos casar. -Ele aperta fortemente minha mão. e engole a seco. -e eu gostaria que.. -se aproxima de Marcus coloca a mão em seu ombro. -meu melhor amigo fosse meu padrinho.

Apesar de eu estar por fora de tudo, acredito que pelo clima, eles são tudo menos amigos.

-O que me diz? posso ver que ele segurou a respiração.

-claro. -Marcus demorou, mas respondeu o que ele queria ouvir. -sim.

apesar de concordar, não demonstrou felicidade alguma. o olho preocupada.

-Bom, isso é tão bom. - Angélica sorri e abraça Marcus, depois eu. -Ai fico feliz, mas agora não vamos atrapalhar o casal. e assim eles se vão.

Mesmo depois de terem partido, Marcus continua da mesma forma, apertando minha mão parado no lugar.

-Marcus..

isso o fez acordar, soltou minha mão e saiu. O segui até o carro. Não tinha direito para perguntar nada, mas estava louca para saber. O caminho foi em silêncio roía todas as minhas unhas.

entramos no ap, porém ele ainda sem dizer nada foi para seu quarto. me deixando ainda mais preocupada e curiosa.

"não vai lá, não vai lã, não vai lá" dizia a mim mesma, mas nada adiantou. Estava batendo em sua porta.

-Marcus?Marcus?. -quando eu ia desistir ele abre a porta. nos encaramos por um breve tempo.

-desculpa. -dissemos ao mesmo tempo.

-fala você. -disse pra Marcus

-Desculpa por eu ter dito que éramos namorados, mas.. -ele se sentou na cama, me dando liberdade de entrar em seu quarto. -eu só.. -suspira!

-tudo bem. acredito que... -me sentei ao seu lado. -tem um bom motivo para isso.

Seja o que for, deve ser algo muito serio.

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vish, oque será que aconteceu com ele.

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