Capítulo 8

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—Cadê o perdedor do seu namorado? -pergunta caio depositando um vaso de flor no chão.

—Não faço ideia.

—Ele deve estar fazendo algum favor para minha mãe. -diz desconcertado.

Mas ele não estava, eu sei que ele deve estar fazendo um belo favor para outra pessoa isso sim. Antes mesmo de terminarmos de descarregar, Marcus chega com cara de poucos amigos.

–Chegou o perdedor. -brinca Caio, mas Marcus o ignora e passa reto. —pelo jeito está nervoso.

Caio continua descendo tudo, eu penso se vou atrás ou continuo aqui, mas ele me libera com um balançar de cabeça, entendo que é para ver o que está acontecendo. Tento entrar no quarto, mas a porta está trancada, o chamo, mas se ele me ouviu fingiu que não. Logo ouço o som do chuveiro e decido dar tempo a ele. Não volto para as flores, provavelmente eles me perguntariam o que era e eu não gostaria de falar que nem pude entrar no quarto. Suspiro e ando pela casa. Ouço mais uma vez o piano, fico vendo o avô de Marcus tocando, me escoro no batente apreciando.

—Está gostando? -pergunta me deixando surpresa.

—Desculpa, eu não queria espiar eu só..

—Tudo bem, chegue mais perto. -pede. —Eu não mordo.

Dou risada da sua piada.

—Vejo que fazer piadas é de família. -ele apenas me olha sorrindo, sem parar de tocar.

—Você sabe tocar?-digo que não com a cabeça. —Bom, é mais fácil do que parece. faça o que eu fizer.

Então ele me mostra qual dedo deve por onde.

—Isso. de novo. -toco. —viu? -sorrio. —Continue tocando.

Ele começa a parte dele, enquanto eu continuo tocando no mesmo lugar com apenas uma mão.

—Esta indo muito bem.- eu não aguento e rio bastante. —O que ouve?

—O senhor dizendo que eu estou indo bem enquanto me humilha.

—Me chame de João, senhor está no céu. -me lembro do que Marcus disse. —E não, você está ótima. precisa ver Caio tentando fazer o que você fez, é um desastre.

Ele ri e eu o acompanho.

Fico feliz que meu neto tenha encontrado alguém tão bem humorada, ele precisava disso.

Apenas mostro meu sorriso, não gostaria de mentir para um idoso.

—A tempos eu não o via sorrir assim, como quando ele está em sua presença. -pensa —Ele parece o mesmo de antes. se você o conhecesse antes, amaria ele, tão leve e sereno, mas a vida às vezes nos dá lições duras.

Concordo com menear de cabeça.

—Ele era tão brincalhão, como seu irmão. Espero que você o ajude a retornar a superfície, pois o lugar que ele se esconde é de escuridão e destruição.

Sinto a dor em cada palavra, sei que ele está certo, mas sinto muito mais por não poder ser essa pessoa de quem eles tanto precisam.

—Não precisa ficar assim. -coloca sua mão sobre a minha. —Eu sei que você não merece toda essa responsabilidade, mas acredito que ao seu lado ele se libertará.

—Espero que sim. -conto uma mentira e me sinto muito mal por isso.

—mas... -vejo que se lembra de algo —eu peço apenas uma coisa.

Me sinto apreensiva.

—Não o machuque, ele já sofreu demais por uma vida. -respira. —então se não o ama, não o engane.

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