Capitulo 8 - A dor de um irmão.

93 9 30
                                    


Delilah, 2016.

Woojin saiu do quarto faz uns 20 minutos, então tenho umas 3 horas até ele voltar para a próxima rodada. Hoje ele está irritado, isso não é novidade, mas dessa vez ele não está me batendo, isso sim é uma novidade.

Ele nunca me fala sobre nada do seu grupo, apenas chega aqui e reclama dizendo que os meninos estão deixando ele maluco, ou como é difícil ser chefe, mas nunca passa disso. Eu não sei quantos são, suas idades ou nomes, fora aqueles dois que entraram aqui escondidos aquele dia, nem sei se ainda estão vivos.

Foram poucas as vezes em que ele soltou os meus braços nesse tempo em que sou refém dele, ou para me dar um banho, ou para me estuprar em uma posição diferente.

Hoje foi dia de banho.

Ele chega cedo, nas horas mais frias da madrugada, com um balde, sabonete, shampoo e uma bucha para me esfregar. A água sempre está gelada, nunca quente ou morna, até no frio de deixar os dentes batendo a água está congelando.

Mas pelo menos eu tomo banho, não é?

Eu gosto da sensação pós- banho, mesmo estando com muito frio, é um dos poucos momentos em que eu me sinto limpa, sem ter o cheiro ou a porra dele em meu corpo. Não dura muito, algumas horas depois ele já está com as mãos em cima de mim de novo.

Antes de sair ele jogou um pente para mim e uma caixinha com curativos. Woojin odeia quando eu mancho o lençol novo com meu sangue.

Sangue.

Isso me faz lembrar deles....

Você não precisa ser nenhum médico ou craque em biologia para saber que, ser estuprada todos os dias por meses sem anticoncepcional ou sem camisinha resultaria em gravidez.

Bom, quantas vezes isso aconteceu até hoje?

Quatro.

Eu estive grávida quatro vezes, e nenhuma conseguiu chegar aos 3 meses de gestação. Porque?

Woojin.

Ele sempre falava sobre ter filhos, sobre querer um menino para assumir o lugar dele de líder no futuro, ou uma menina para dar para um dos seus melhores homens, assim eles poderem fazer mais crianças, aumentando o grupo.

Isso me deixava tão apavorada.

Nunca pensei muito sobre ser mãe, quer dizer, isso só aconteceria em um futuro distante, daqui uns 10 ou 12 anos, com um marido amoroso e companheiro, com o apoio dos meus pais e do Vernon.

Depois de alguns anos casada, quando eu me sentisse pronta.

Não em um porão, sendo estuprada todos os dias por um sociopata.

Eu sei que os bebês não tem culpa, sei que são criaturas doces e inocentes. Mas eu fico feliz por te-los perdido, não queria ter um mini projetinho de Hitler igual o Woojin, sendo líder de um grupo tão problemático. Ou uma mini eu, patética, que seria estuprada por esses filhos da puta sabe-se lá com quantos anos, gerando mais bebês para terem o mesmo destino.

Eu sou um monstro por ter chorado de alivio quando acordei com o colchão cheio de sangue?

Por ter agradecido assim que descobri que não estava mais gravida?

Por ter aceitado todos os socos, chutes e tapas que o ele me deu, de bom grado, sabendo que eu não estava cumprindo a vontade dele?

Eu sou um monstro?

Tenho certeza que a morte é algo muito melhor para elas do que ter o sangue desse verme correndo pelas suas pequenas veias. Melhor morrer do que ter esse sociopata enchendo suas cabeças com absurdos, ou sendo espancadas como eu.

Brave! | BangChanOnde histórias criam vida. Descubra agora