Capítulo 41 - Por essa ninguém esperava - Parte 2

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O General Kraus se aproxima dela e fincando a espada no chão, diz com os olhos fixos.
- Acima de qualquer coisa, de qualquer um que seja... Meu juramento perante ao Rei permanecerá. Levem a princesa de volta ao castelo, as Fadas curandeiras farão o que tiverem que fazer para evitar um escândalo! - Kraus ordena aos seus subordinados.
- Não! Eu não vou! Lukhin!

Lelianah consegue usar seus poderes e se solta deles. Corre até ele e fica de joelhos para o abraçá-lo. Os soldados se movem para pegá-la, mas são impedidos pelo General que ergue o braço para que parassem.
- Meu amor... - Ela o beija nos lábios.
- Vá com eles Lelianah, não se preocupe comigo.
- Não vou a lugar nenhum sem você! Nem ouse repetir isso!
- Me perdoe por causar a sua vergonha, não queria que terminasse desse jeito.
- Eu sabia dos riscos desde o início. Então, também não sou inocente. Seja qual for a punição que você receber, eu receberei. - Lelianah olha para o General Kraus com fúria. - Entendeu General? Quero receber a mesma punição dele, seu filho e eu somos culpados!

O General de cabeça baixa, manda os outros soldados se afastarem, deixando apenas os três naquela parte da floresta.
- Entendo que vocês se amem, mas há leis para serem seguidas e sem estas leis, o caos governará. Conseguem ver a posição que vocês me colocaram? Se faço vista grossa e os deixo ir, não só eu estarei sendo acusado de traição, todos aqueles soldados também estarão condenados! As suas famílias serão vistas com desprezo e serão expulsas! Filho... A sua mãe e sua irmã, consegue imaginar o que serão delas? Porque todos da nossa casa também sofrerão as consequências deste crime se eu não cumprir as ordens. Não deveria ser assim, mas é a realidade, o amor de vocês precisa acabar aqui.
- Está bem pai... Faça o que tem que ser feito.
- Lukhin, o que está dizendo?
- Nossa vida juntos não será feliz plenamente se o custo dela for tantas vidas prejudicadas, sei que sabe disso quanto eu.
- Mas... Não quero te perder, não vou conseguir viver sem você!
- Quem sabe as nossas almas um dia se encontrem e assim poderemos continuar de onde paramos? Amor como o nosso, sempre descobre um meio de renascer... Então não fique triste por muito tempo, vamos nos reencontrar.

Os dois choram silenciosamente ao se abraçarem.
- Eu te amo tanto...
- Eu também te amo. - Diz ele ao acariciar os longos cabelos dela. - Agora vá, não olhe para trás. - Os dois dão o seu último beijo.

Sem dizerem mais nenhuma palavra, Lelianah se põe de pé, e com as lágrimas escorrendo pelo seu rosto, fica de costas pra ele e dá seus primeiros passos para se distanciar. Ao ouvir o som da lâmina da espada do General Kraus o decapitando, YunHo ainda consegue lembrar da última coisa que viu antes de sua visão escurecer, sua amada correndo e sumindo entre às árvores da floresta escura.

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Vendo a agitação de YunHo, Marilak começa o processo para trazê-lo de volta.
- Respira fundo YunHo, devagar... Vou contar novamente de 1 a 7, você vai voltar para o de começou e dessa vez vai visualizar a montanha diminuir até o tamanho normal. 1... 2... 3... 4... 5... 6... 7. - Pausa - Agora, respire profundamente algumas vezes e se movimente delicadamente para voltar ao estado de alerta normal. Abra os olhos meu jovem, está tudo bem, já acabou.

YunHo abre os olhos, puxa ar e se senta bruscamente.
- Controle sua respiração, vai passar. - Diz Jimin ao massagear suas costas.
- Que loucura foi essa? Jesus amado! - Exclama ainda assustado.

Marilak pega o colar e põe em seu pescoço.
- Fique com ele, vai te ajudar nos momentos de ansiedade e quando estiver precisando de mais serenidade.
- Obrigado Ma, vou precisar mesmo. Vou contar uma coisa pra vocês, se a intenção era só abrir uma porta... Na verdade foi derrubado um muro inteiro!
- Lembrou de muita coisa em apenas uma sessão? - Jimin pergunta.
- Sim, mais do que esperava.
- Você nos narrou até um certo ponto. Está se sentindo bem à respeito do que se lembrou? - Marilak pergunta.
- Bem, tive algumas lembranças muito íntimas.
- Devia amá-la de verdade, pois mesmo em transe foi capaz de ser discreto para preserva-la. - Comenta Jimin.
- Eu jamais a iria expôr. E respondendo a sua pergunta Ma, estou bem. Apesar de ter lembrado que eu era Fada e que fui morto pelo meu próprio pai, o que mais me marcou foi lembrar da minha história com Lelianah. Ela e eu tivemos um romance, estávamos muito apaixonados e mesmo contra as leis do reino, nos entregamos ao que sentíamos e depois de diversos encontros às escondidas, numa certa noite fugimos. Mas fomos deletados por alguém e fomos pegos e meu pai como Capitão, mesmo não querendo, teve que cumprir a ordem de me executar e levar Lelianah de volta para o castelo. Muitas pessoas sofreriam se meu pai não cumprisse as ordens.

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