Para sempre nós

Capítulo 1 - Lírio azul

1.246 anos antes...

Montado em seu cavalo branco, o jovem nobre se apressa ao atravessar o grande bosque. Correndo contra o tempo, sente seu coração aflito por imaginar o pior.

Guardado em sua sacola de couro, está um recipiente de vidro com um belo lírio azul. Nele, habita a sua última esperança, pois não se trata de uma flor comum. O jovem guerreiro Lee Jong-suk enfrentou seres místicos e pagou o preço alto para consegui-la.

Seus cabelos longos e negros ao vento não afastam os seus medos, porém sua determinação em fazer o que for preciso por sua amada o conduz em seguir em frente.

" Espere por mim Seori, estou chegando... Não me deixe, ainda não."

Ao avistar o castelo de pedras, Lee Jong-suk faz seu fiel companheiro Asus, correr além do seu limite.

Repousando a palma da sua mão direita na lateral do pescoço do animal, ele sente a exaustão de Asus.

- Me perdoe por isso, aguente um pouco mais. Estamos tão perto...

"Não se preocupe comigo mestre, assim como o senhor... Também continuarei dando tudo de mim para salvar a senhora."

Com os olhos marejados, Lee Jong-suk sorri ao ouvir os pensamentos dele.

O guerreiro reconhece e é grato pelo sacrifício de Asus, que em nome de sua lealdade e amizade, sacrificou seus poderes ao permitir que seu chifre fosse removido de sua fronte pelos Elfos. Essa atitude transformou o belo unicórnio num cavalo comum. Em sua crina e rabo, os tons de roxo, lilás e rosa estão desbotados, até os pêlos prateados de seu corpo estão aos poucos se tornando totalmente brancos.

Com o tempo, muitas lendas sobre os unicórnios foram criadas. Como por exemplo; que seus chifres tinham poderes mágicos. Muitos acreditam que eles podiam ferver a água, que se eles forem adicionados a uma bebida ou comida envenenadas, eles podem desintoxicá-las. Isso explica por que eles tiveram apelo entre governantes paranoicos em toda a Europa.

Os Elfos fizeram um acordo, como acreditam que o chifre do unicórnio pode purificar as suas águas, em troca do lírio azul, pediram o chifre de Asus.

Apressadamente, Lee Jong-suk desce de Asus, que exausto deita diante das escadarias da entrada principal do castelo.

- Descanse meu amigo, eu já venho para cuidar de você!

"Vá depressa mestre!"

"Te esperarei com boas novas..."

Asus, muito enfraquecido, deita sua cabeça sobre as suas pernas dianteiras. Ao piscar seus olhos, vê um ser mágico se aproximar rapidamente dele.

"O quê faz aqui Elfo? Pagamos à vocês o que nos foi cobrado."

O jovem Elfo, com madeixas douradas e rosto angelical, se agacha e passa carinhosamente a mão em sua cabeça.

- Perdão, em nome do meu povo. Espero que eu consiga reparar o erro de meus irmãos.

O Elfo tira de sua bolsa o chifre de Asus e o segurando como uma taça, o enche com às águas que trouxe numa garrafa.

- Beba, se sentirá melhor. - Ele pede com a sua voz grave e suave.

"Não, leve para a minha senhora. Eu consigo aguentar, ela não."

O Elfo sorri gentilmente e diz.

- Tudo bem então, espere um pouco mais.

Ele se levanta e em segundos está de pé na entrada do quarto da princesa.

Lee Jong-suk percebe sua presença e com a voz embargada diz ríspido.