Na 73ª Edição dos Jogos Vorazes, os distritos de Panem se preparam para mais uma brutal batalha pela sobrevivência. Enquanto a Capital comemora o evento com espetáculos grandiosos, nos bastidores, uma história de amor improvável está prestes a flore...
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ABRA A PORTA
Eu quero saber o que é o amor
Eu quero que você me mostre
Eu quero sentir o que é o amor
Eu sei que você pode me mostrar
I Want To Know What Love Is - Foreigner
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Os Jogos haviam começado no dia anterior, e Thalassa seguia trancada em seu quarto. Sua pele já estava voltando à tonalidade normal após o ataque do estilista, mas, o que estava errado agora era sua mente.
Ela não conseguia organizar seus pensamentos, lembranças reais e implantadas vinham como uma avalanche, a deixando desnorteada.
Ela estava sozinha no andar, já que os outros vitoriosos estavam na sala reservada aos mentores assistindo aos jogos. Ela não conseguia dormir, descansar ou algo do gênero, e fazia quinze minutos que ela estava andando de um lado para o outro tentando controlar um ataque de pânico.
Sem sucesso.
Finnick estava entrando no apartamento nesse momento, já que os dois tributos que estava mentorando haviam morrido do Banho de Sangue, que havia sido relativamente tranquilo em comparação aos anos em que crianças dos Distritos haviam participado. Apenas quatro tributos haviam morrido, os dois dele, a garota de Sirena e o garoto de Beetee, os quatro mais novos.
Ele foi em direção ao sofá, mas um som o fez parar. Era o som de passos frenéticos, como se alguém estivesse andando rapidamente de um lado para o outro.
Ele caminhou em direção ao corredor dos quartos, seguindo o som, e vendo que ele vinha do quarto de Thalassa. Ele tentou abrir a porta, mas estava trancada. Então, ele decidiu bater na porta.
-Thalassa? - ele a chamou - Está tudo bem?
-Não - foi a resposta abafada que ele ouviu.
-Sou eu, Finnick - ele avisou - Abra a porta - pediu e Thalassa hesitou por alguns minutos, antes de destrancar a porta.
Quando ele entrou no quarto, ela ainda caminhava de um lado para o outro, sem parar, e murmurava algo pra si mesma.
-Thalassa - ele a chamou - O que está acontecendo?
-Nada parece real - ela respondeu exasperada - Minha mente não desliga, meus pensamentos não param e eu não sei mais o que é real ou não.
-Você pode perguntar, Thalassa - Finnick respondeu - Funcionou quando você fez com Katniss.
-Eu fiz parecer que funcionou - Thalassa retrucou e Finnick a encarou sem entender - Eu não quero trazer problemas - ela explicou - Fingir que tudo fazia sentido pareceu o mais prático pra mim.
-Thalassa... - Finnick se aproximou dela - Por que nunca disse nada?
-Porque vocês estavam felizes com a minha aparente melhora - Thalassa confessou - A minha vontade agora é correr pra longe de você, mas eu me lembro exatamente do seu olhar quando eu faço isso. Tudo o que eu venho fazendo é para não assustar mais ninguém.
-Você não assustaria ninguém, Thalassa - Finnick afirmou - Nós amamos você.
-E onde está? - ela perguntou e Finnick franziu o cenho.
-O que? - perguntou confuso.
-E onde está o amor? - Thalassa indagou - Eu não consigo vê-lo, não consigo tocá-lo... Não consigo sentí-lo. Só escuto, e tudo isso parece muito irreal pra mim.
-O amor está nas lembranças que você tem do relacionamento dos seus pais, e em tudo que eles fizeram por você. Nas lembranças da sua infância com eles - Finnick começou - No que você fez por Mira na sua colheita, ou no que fez por Sirena, Mags e Annie na colheita do Terceiro Massacre Quaternário. Você protegendo Katniss do ataque de Peeta - Thalassa o encarou - No que você fez por cada um do Esquadrão quando estávamos no subterrâneo da Capital... Em todos esses momentos você desmontou e teve contato com o amor, mesmo que não percebesse. Você sabe o que é o amor, e sabe onde ele está, só que você foi quebrada tantas vezes que você acha que perdeu isso, mas não perdeu - ele se aproximou cautelosamente dela, temendo uma reação de esquiva, mas Thalassa continuou parada, o encarando - Amor é o que eu sinto por você desde a primeira vez que eu te vi - Finnick confessou, pegando delicadamente a mão de Thalassa e colocado em seu peito, sobre o coração - Desde de sempre, sempre foi você - ele afirmou e Thalassa o encarou com os olhos marejados, antes de se aproximar lentamente e beijá-lo.
Finnick soltou a mão dela, e a abraçou pela cintura, puxando-a contra si e Thalassa o abraçou pelo pescoço. Quando o ar faltou, ele encostou sua testa na dela, que estava de olhos fechados.
-Eu te amo - ele sussurrou - E vou te esperar até que se sinta pronta para me amar também - ele prometeu, e a beijou novamente.
Aos poucos, Thalassa estava voltando pra ele.
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Capítulo relativamente menor que os outros, mas, em compensão, temos um passo para o retorno do nosso casal.
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