CAPITULO 4

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POLINA IVANOV

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POLINA IVANOV

Meu Deus! O que foi aquilo naquele porão, meu coração está acelerado até agora, e nem terminei de arrumar lá, não consegui me concentrar, o modo como ele me olhou me deixou inquieta e com sensações estranhas. Por que só de lembrar dele meu corpo vibra? Estou pecando só de pensar isso, não posso deixar os desejos da carne me levar desse jeito. Amanhã, antes de ir para o orfanato, vou me confessar, tirar essas coisas ruins. Sei que a oração é, e sempre será meu melhor amuleto e que Deus é o único que pode me libertar de qualquer pensamento obscuro.

Ajoelho-me, beijo minha cruz, me benzo e cruzo minhas mãos na beirada da cama, abaixo minha cabeça e fecho meus olhos.

— Esconde o teu rosto dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniquidades. Cria em mim, ó, Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito estável. Não me deixe cair na tentação.

🍎

Um sonho me desperta cedo demais, não consegui dormir direito, esse sentimento de culpa por tal coisa me deixa aflita por minha alma impura, estive na luz há tanto tempo e agora não posso cair nessa escuridão. Levanto-me, arrumo-me, e saiu de mansinho para o Confessionário, continua escuro e o silêncio é meu único companheiro no momento, quando estou pronta para abrir a porta me lembro que o Padre não estará aqui a essa hora, então decido ir à Capela, ajoelho-me e começo minha oração.

Deus, estou mais uma vez diante de ti, e te imploro, me livra de qualquer pensamento, sentimento, que não seja do teu agrado. Liberta-me ó, Deus. Agradeço a ti por simplesmente existir, por me manter em tua graça, entrego a ti minha vida, e sei que teus planos são melhores que os meus. Faça a tua vontade, ó, Deus, pai de todos.

Estou tão concentrada na oração que não percebo que as irmãs já estão se reunindo, apenas sinto que já não sou a única aqui. Após interceder por minha alma, peço por todos. Sinto-me até mais leve e mais calma. Hoje farei jejum, não será nada fácil, mas qualquer sacrifício valerá a pena.

Assim que termino e levanto, meus joelhos doem, e a cabeça gira, me seguro no banco antes que minhas pernas cedessem, e disfarço para que ninguém venha perguntar algo. Quando estou saindo ouço alguém me chamar:

— Poli?

— Sim. — Viro-me e encontro com Violeta e Tânia.

— Por que já estava aqui tão cedo? — perguntou Tânia.

— Não consegui dormir e vim pedir a Deus... sabedoria.

— E para que está precisando assim tão urgente?

— Hã! Bem, nada... eu só...

Começo a sentir meu coração acelerar, minhas mãos suam frio, e sinto minhas bochechas ficarem quentes.

— Está ficando nervosa.

— Está suando.

Elas dizem ao mesmo tempo, e se entreolharam, eu desvio o olhar, olhando para o chão. Deus está tão na cara assim?

LNDM - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora