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  Parte 2: Eu sou um semideus?

  Ao acordar de um sono reparador, ouço meu pai me chamando. Levanto-me e me encaminho ao banheiro, observando meu reflexo no espelho. Meus cabelos são avermelhados, e meus olhos exibem um tom carmesim puro. Embora muitos pensem que uso lentes de contato, nunca dei importância aos comentários sobre minha aparência. Após me arrumar, desço as escadas e encontro meu pai, Lucas, um homem simpático que me adotou e esteve sempre ao meu lado nos momentos mais desafiadores da vida. Desde os meus 6 ou 7 anos, meu pai costumava contar histórias sobre deuses. Ele é pesquisador e arqueólogo, mas sempre encontrava tempo para mim. Colocava-me em primeiro lugar desde que comecei a morar com ele. Aos 11 anos, ele parecia ainda mais presente em minha vida. Mudando de assunto, hoje passarei o dia em um acampamento de verão com meu pai. Sento-me à mesa, e ele logo me pergunta.

- Ta pronto para ir para o acampamento Noah? - Ele pergunta com aquele sorriso de sempre, gentil e tão bom.

- Sim, estou louco para ir pai, mas será que preciso ficar sem.... as lentes de contato - Pergunto de uma forma que ele percebe que eu estava com medo.

- Filho, seus olhos são lindos do jeito que são, é inveja ok - Ele responde, mas logo percebo que ele estava preocupado com algo - Bem... termina de comer e vamos nos arrumar - Ele diz com aquele mesmo sorriso e vai para o quarto.

Sempre sinto vontade de perguntar a ele o motivo de ficar estranho e preocupado toda vez que comento sobre meus olhos. Termino de comer, levo o prato até a pia e o lavo para não deixar nada sujo. Após arrumar as malas, vamos para o carro e organizamos nossas coisas no porta-malas. Entro no carro, coloco o cinto, e meu pai faz o mesmo, começando a dirigir. À medida que deixamos a cidade para trás, chegamos a uma área deslumbrante, repleta de árvores e um túnel de vegetação que se estendia diante de nós. A paisagem era verdadeiramente encantadora.

Ao sairmos do túnel, chegamos a um acampamento deslumbrante, repleto de encantadoras cabanas de madeira e muitas pessoas animadas

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Ao sairmos do túnel, chegamos a um acampamento deslumbrante, repleto de encantadoras cabanas de madeira e muitas pessoas animadas. Notei também a presença de um lago na área. Ao descermos do veículo, pegamos nossas malas e nos dirigimos diretamente para a nossa cabana, que era bastante atraente. Meu pai entrou e pediu para que eu explorasse mais o acampamento. Concordando, saí da cabana e comecei a explorar cada cantinho do lugar.

Caminhando pelo acampamento, cumprimento algumas pessoas ocupadas com suas atividades

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Caminhando pelo acampamento, cumprimento algumas pessoas ocupadas com suas atividades. Chego perto do lago e observo as pessoas nadando e se divertindo. Percebo também a presença de vários seguranças, o que me tranquiliza quanto à segurança do acampamento. Continuo explorando, maravilhado com a beleza do lugar, mas sou interrompido por um barulho vindo do mato. Fico curioso, mas decido não entrar, pois meu pai me chama. Ele está com uma garrafa de refrigerante, pego a minha e me sento ao seu lado. Opto por não mencionar o barulho no mato, mantendo-me em silêncio. Sabia que, se decidisse contar, ele poderia não acreditar. Passamos o dia conversando e meu pai anuncia que amanhã faremos uma caminhada só nós dois. Sorrio, animado com a ideia de caminhar com ele, mas também com uma pergunta que decido adiar para o dia seguinte. À medida que o dia avança, nos esticamos e nos dirigimos a uma área do acampamento que possui uma venda de brinquedos e roupas. Algo chama minha atenção: um colar com uma rosa dentro. Fico encantado, e meu pai, sempre generoso, decide comprá-lo para mim. Ele sempre gostou de me presentear com coisas assim.

- Obrigado pai - Eu digo agradecendo a ele.

- A de nada, sempre querendo deixar o meu filho feliz - Ele diz com um sorriso - Ainda mais a rosa combina com os seus olhos - Ele diz o que me faz ter mais coragem de não usar as lentes de contato.

Ele gentilmente me pega nas costas e nos dirigimos para a fogueira, onde nos juntamos a algumas pessoas. Conheço algumas pessoas legais ao redor do fogo, mas a noite se aproxima. Depois de ouvir os adultos cantando de uma maneira um tanto desafinada, decidimos voltar para a cabana. Entramos, e meu pai deita-se em sua cama, enquanto eu fico sentado. Ele adormece rapidamente, já que sempre tem o hábito de dormir cedo, mas eu não consigo pegar no sono devido ao barulho persistente. Quando olho pela janela, percebo algo passando rapidamente, mas não tenho coragem de sair da cabana para investigar. Opto por deitar-me na minha cama e fechar os olhos, adormecendo rapidamente. No dia seguinte, acordo com meu pai já arrumando as coisas para nossa partida à tarde. Levanto-me e vou até ele.

- Bom dia pai - Digo o fazendo olhar para mim.

- Bom dia filho, estou preparando as coisas para você e eu irmos caminha de tarde, vamos almoçar primeiro - Ele diz com uma voz animada, então logo ele pede para me arrumar - Se arrume o mais rápido possível, vou guarda o seu lugar lá - Ele diz e sai.

Pego uma roupa nova e limpa e vou para o banheiro realizar minha higiene pessoal. Assim que termino, dirijo-me à área do refeitório, onde encontro meu pai acompanhado de algumas pessoas, entre amigos e companheiros do acampamento. Ao sentar, percebo alguns olhares voltados para mim. Não posso culpá-los; afinal, ver alguém com olhos avermelhados é incomum. No entanto, logo começam a elogiar meus olhos e meus cabelos vermelhos. No meu prato, temos macarrão com carne moída e suco de laranja. Após a refeição, nos levantamos e partimos para nossa caminhada, enquanto continuamos conversando.

- E a escola meu filho, como você é lá? - Ele pergunta com um tom curioso.

- A é bem... normal, mas sempre falam de meus olhos por conta da cor - Respondo com um pouco de desconforto - Algumas pessoas elogiam e outras falam coisas maldosas, como se fossem falsos - Digo com um tom mais baixo, mas que der para ouvir.

- Não ligue para essas pessoas, seus olhos são lindos, não ligue - Ele diz com um sorriso - Você sabe que é inveja dessas pessoas, inveja é um pecado dos mais feios - Ele diz me fazendo rir.

- Mas... por que meus olhos são vermelhos? Pai quem me deixou com o senhor? - Eu fiz essa pergunta e meu pai automaticamente travou - Pai por favor responda - Peço com esperança dele querer falar.

- Filho eu... - Ele ia responder, mas é interrompido com um barulho alto.

Olhamos para a direção de onde veio o barulho e, de repente, uma criatura grande surge, atacando nós dois. Meu pai pula em minha direção, fazendo-nos cair no chão. Quando nos levantamos, o monstro tenta atacar novamente com sua cauda de escorpião. Observo mais detalhadamente e percebo o que é. Meu pai pega minha mão e me faz correr com ele em direção a uma caverna, buscando refúgio.

- Aquilo... aquilo era... era... uma manticora? - Pergunto - Pai o que ta acontecendo, por que aquela manticora... Ela não era so apenas um mito? - Pergunto mais uma vez.

- Filho... eu... ta na hora de você saber quem são seus pais - Ele diz me deixando curioso e ansioso - Seus pais são... - Ele trava.

- Pai por favor, fala não me deixa curioso eu imploro - Eu imploro o fazendo chorar e ele responde.

- Seus pais são... são... Hades e Perséfone os reis do submundo - Ele diz olhando para baixo e me deixando paralisado - Por isso seu olhos são vermelhos, seu cabelo são vermelhos por causa deles, você é um semideus - Ele fala mais me deixando em choque.

- E... eu sou um se... semideus? - Eu me pergunto ainda sem acreditar.

Academia para Semideuses - A ampulheta de ChronosOnde histórias criam vida. Descubra agora