CAPÍTULO 5 - Perdi a cabeça?

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[JENNIE]

Que bela merda eu fiz. Depois que a luz voltou e cai em mim do que quase aconteceu, surtei e só pensava em sumir dali, em correr para longe e obviamente, foi isso que fiz. Não posso mais beber, mesmo que pouco.

Entrei no carro, não me despedi de ninguém e apenas sai. Sabia que Lisa pagaria a conta, então só fiz a transferência da minha parte. Não bebi quase nada, mas ainda assim não queria sair dirigindo sem rumo, então fui direto para casa e me tranquei no quarto.

Conhecia minha irmã o suficiente para saber que voltaria para casa preocupada querendo saber o que havia acontecido. Para minha sorte, agora ela tinha o próprio carro e eu não precisaria sair para buscá-la.

Tomei um banho, liguei o ar-condicionado e me joguei embaixo das cobertas, querendo apagar aquele momento. Na manhã seguinte teria de ver Rosé e nem sabia como faria aquilo.

Ouvi batidinhas leves na porta e antes de responder, Jisoo falou baixinho.

— Preciso de você — era quase um sussurro, mas ouvi e abri a porta. Eu fazia de tudo por Jisoo, aceitei o emprego para estar mais perto e a proteger do que fosse necessário.

— O que aconteceu? — Perguntei assim que sentei na cama e ela se aconchegou no meu colo.

— Não sei dizer, estou sentindo um aperto forte no peito.

— Como assim? Não está se sentindo bem? Vamos ao hospital agora — tentei colocar a mão em sua testa para verificar se tinha febre, mas ela me deu um tapa.

— Mandu, como sei que estou gostando de alguém? Ou melhor, que essa pessoa sente algo por mim?

— Você sabe que não sei como responder, não é? — ela deu de ombros — Acho que, a partir do momento que você tem esse tipo de dúvida, já é a resposta que você está procurando.

— Até que faz sentido.

— E quem é sortudo? — perguntei enquanto mexia em seu cabelo, mas ela ficou séria de repente.

— Acho que isso é o que me pegou desprevenida, sabe? São várias coisas, mas essa é a principal. — Jisoo estava longe enquanto falava, não olhava pra mim.

— Chichu, o que foi? Sabe que pode falar pra mim — disse apertando ela em um abraço.

— Jennie, acho que estou gostando de uma garota — disse sentando na cama, mas ainda assim não olhou pra mim — e não sei se ela sente algo por mim e pior, nem sei se ela gosta de garotas também. — Jisoo se jogou na cama e puxou um travesseiro para o rosto.

— Hey, está tudo bem. — tentei puxar o travesseiro, mas ela não deixou — Jisoo, é sério. Olha pra mim — ela olhou e a confusão em seu olhar me pegou desprevenida. — Deixa eu corrigir minha pergunta, quem é a sortuda?

— Ninguém que você conheça. — respondeu tão rápido que dava pra ver que era mentira.

— Tudo bem, não forçarei você a falar. Mas é um processo, você não terá todas as respostas agora, precisa aprender a respeitar seu tempo e o das outras pessoas, o importante é ser transparente com o que sente.

— Então devo falar pra ela? — ela estava concentrada em tudo que eu falava.

— Calma, primeiro entenda o que você sente e depois tente conversar com ela. Não atropele as coisas, isso só vai te deixar confusa — ela me encarava, apontei para ela — primeiro, entenda o que tem aqui dentro, se encontre e depois escolha o caminho.

— Tá bom — ela ficou em silêncio por um tempo, então me deu um beijo na testa e saiu do quarto.

Assim que a porta se fechou, me joguei embaixo das cobertas de novo, estava feliz por minha irmã, mas, ao mesmo tempo, receosa. Pelo menos ela teria o suporte que não tive quando me assumi.

Para me ajudar, não conseguia esquecer o que aconteceu no bar, não sabia como agir e no dia seguinte teria que ver Rosé no estágio. Estava começando a ficar ansiosa com aquela situação.

Precisava arrumar alguma desculpa para não aparecer por lá durante a manhã, até a poeira abaixar ou, pelo menos, até entender o que tinha feito, quase, na verdade.

Acordei com meu despertador tocando sem parar ao meu lado, mas assim que tentei erguer a cabeça para olhar onde estava meu celular, senti ela pesada e uma dor forte, os espirros vieram na sequência.

Meu corpo parecia que se partiria a cada movimento que eu fazia e assim que me descobri, o frio do ar-condicionado me fez arrepiar. Desliguei ele, me joguei na cama e me cobri novamente.

Jisoo bateu na porta para verificar se eu estava pronta, mas em resposta só consegui espirrar. Quando ela entrou apressada, mau consegui falar, minha voz estava rouca e minha garganta doía. Eu queria uma desculpa para não ir ao escritório, mas não queria ficar doente.

— Dormiu com o ar ligado, né? — ela disse já colocando a mão gelada na minha testa — Está um pouco quente. Pedirei pra Caetana preparar algo pra você, fique na cama e mais tarde vá ao médico. Avisarei ao pessoal que está doente.

— Desde quando virou mandona assim? — minha garganta doía e a voz estava saindo completamente falhada — Eu que tenho que cuidar de você, sou a mais velha.

— Hoje não, descanse. — Ela saiu.

Caetana me trouxe um chá e umas bolachas para comer, depois trouxe um remédio que me deu muito sono. Aproveitei para descansar, no último ano fiquei tão focada no trabalho que não tinha tempo para nada.

Depois de passar a manhã toda dormindo por conta do remédio, acordei com Caetana me trazendo uma canja para o almoço. Ela trabalhava em casa desde que eu tinha 6 anos, então na ausência dos meus pais, era sempre ela que estava comigo e com Jisoo.

— Você está bem? — perguntou já se sentando na cama ao meu lado — Parece um pouco pálida, é melhor ir ao médico.

— Estou melhor, obrigada — minha voz ainda estava rouca — Acho que irei ao médico, talvez precise de um tempo para repousar.

— Aconteceu algo? — ela me olhou desconfiada — Você nunca pede para se ausentar do trabalho.

— Não aconteceu nada, só preciso me cuidar um pouco. Faz tanto tempo que não tiro um dia que seja para descansar.

— Te conheço melhor do que sua mãe, você sabe disso, Mandu, não precisa esconder nada de mim.

— Eu sei, Cae, mas não é nada que deva se preocupar, está bem? — fiz um carinho em seu braço — Você sabe que sempre resolvo.

— Mas não precisa resolver tudo sozinha, pode pedir ajuda de vez em quando. — ela me lançou um sorriso acolhedor.

— Sabe que te amo, não sabe?

— Eu sei e se precisar, fale comigo, está bem? — disse me abraçando — Da última vez que tentou esconder o que sentia se machucou muito, não quero te ver passando por aquilo de novo.

— Não vai acontecer de novo. — fiquei parada um tempo, apenas sentindo o abraço quente dela.

Depois que Caetana saiu do meu quarto, resolvi tomar um banho e ir ao médico.

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Nossa querida Jennie meio surtadinha, talvez? hahaha O que vocês acham que acontecem com ela antes?

Vou tentar postar pelo menos 2 vezes na semana, pra não ficar tanto tempo sem atualização, mas como é final de ano, a rotina tá corrida.

💋💋💋 da Sue, bora votar!

Como ficar longe? - ChaennieOnde histórias criam vida. Descubra agora