001

713 76 19
                                    

—Deixa de papo e vai se arrumar, moleque, 15 minutos só. - Diniz passou por mim e Filipe, deixando um tapa na minha cabeça.

—Vovó tá nervoso hoje? - Ri e concordei a com a cabeça.

—Vou 'ralar, Filipe. Te encontro no final do jogo e com uma classificação. - Sorri confiante, batendo na mão deles antes de caminhar até o vestiário.

Era 01/08, semifinal de um título que meu fluzão não tinha, a Copa Libertadores.

A maior zoação que o torcedor do Flu recebia era por ela, mas esse ano seu SPFC na Copa do Brasil, por que não poderia dar Flu?

Diniz estava estressado, eu não conseguia para quieto, cada um lida com o nervosismo do jeito que pode.

Entrei no vestiário de cabeça erguida, e André foi o primeiro a me puxar assim que me viu.

—Cadê a animação da amassar o menguinho meu 7? - Sorri com a fala dele e logo me pronunciei:

—Procura o Gabigol aqui no meu bolso - Eu disse e ele riu negando com a cabeça.

Tinha muitos motivos para estar nervoso, mas o maior com certeza era que ela estaria aqui.

Foram quase um ano sem contato, e agora ela estaria me vendo jogar.

Tinha que amassar o time dela para ela ir pra casa triste igual ela me fez ficar.

Se for pra mentir, não sou vingativo e nem guardo rancor, apenas queria que ela perdesse tudo e casasse com o Bolsonaro.

Mas eu desejo o melhor pra ela acima de tudo, e o que é melhor que eu?

A resenha no vestiário acabou cedo, porque dez minutos depois estava colocando minha camisa de pré-treino, chuteiras, caneleiras, meias e etc.

O capitão do time conduziu o time até o túnel, onde entramos e começamos nossos treinamentos.

Alguns alongamentos, chutes ao gol, e todos os nossos treinos normais, e estávamos de volta ao vestiário.

Mas dessa vez para ir ao 90 minutos de bola rolando.

—Boa noite a todos, nossa oração, peço silêncio e que colaborem para que possamos fazer um bom jogo.

Nino, capitão do time iniciou, após um círculo de oração e algumas palavras do capitão, estávamos prontos para ir a partida.

E quanto mais perto chegávamos daquele túnel, mais meu coração acelerava.

Bati palmas junto com a equipe, e peguei o pequeno garotinho que comigo entraria em campo.

— Oi, S/n - O pequeno disse, me olhando como se eu fosse irreal, sorri para aquilo.

—Oi, pequeno. Qual seu nome? - Estendi a mão para que ele desse um soquinho, coisa que ele fez.

—Gael, meu papai não gosta de você. - Ele disse e eu não pude evitar rir, crianças eram as melhores para mim.

Após mais algumas palavras com Gael, entramos em campo.

Me mantive "posturado" até o final do hino nacional, ate meu olhar bater em Gabriel Barbosa e eu não deixar de mandar um beijo para ele.

Pau no cu do caralho.

[...]

Eram 68 do segundo tempo, o primeiro foi de total posse flamenguista, e eles tiveram ótimas chances, mas com o bagre que eles tem de atacante, perdeu todas.

A bola recomeçava com Fábio, lá da nossa grande área.

O volante André, que estava avacando no meio de campo, aproveitou que o meio de campo do flamengo escorregou para lançar a bola para German Cano.

Corri até o limite do zagueiro do Flamengo, Léo Pereira. Cano dominou, e John Kenedy passava a minha esquerda.

O cruzamento veio, e subindo no primeiro pau, cabecei para baixo, a bola passou por dentro das pernas de Matheus Cunha. E Gol!

Corri para o camarote do Flamengo, onde sabia que ela me veria, cruzei os braços e me aproximei do fotógrafo mais próximo.

—Vamos!! - Gritei e meu companheiros vinheram me abraçar, a torcida do Fluminense gritava a plenos pulmões no Maracanã.

—Gabriel tá onde? No meu bolso. - Fiz um gesto como se procurasse no meu bolso, e gritei para a câmera.

Fluminense 1 X 0 Flamengo 0

Tudo normal no Rio.

[...]

O jogo não teve mais muita emoção além de alguns ataques do Flamengo, Fábio era preciso nas defesas e não deixou nada passar.

Assim que o árbitro apitou o fim de jogo, corri até a torcida, comemorando com ela por um tempo.

Logo sai, indo até o vestiário, tomar um banho o mais rápido possível e ir até meus amigos.

Coloquei uma camisa branca e uma bermuda da mesma cor, uma corrente e um boné preto também e sai.

Indo em direção ao camarote, com um grande sorriso.

Sorriso esse que saiu do meu rosto assim que eu esbarrei alguém no corredor.

—Bruna - Ela disse de forma suave, mas parecia chocada ao me ver.

—S/n.

𝗔𝗠𝗙; bruna marquezine Onde histórias criam vida. Descubra agora