XXII - Limusine

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Passar o Natal longe da família era esquisito, mesmo eles estando na mesma cidade que eu, Roma, nas vésperas do baile de Ano Novo, o Natal é uma época para se passar com a família e meu sobrenome agora é Uzumaki. Lembro-me de como meu pai nunca me deu um presente, e nunca tivemos uma ceia depois que a mamãe morreu, Hizashi é um homem frio e por algum motivo mesmo antes dela morrer não me lembro de ter comemorado um natal com ele que fosse realmente feliz, então era cada um no seu quarto e eu... Bom no quarto da Hanabi, onde depois de juntar dinheiro por fora conseguia comprar presentes pequenos como canetas coloridas e bijuterias.

Desde de a ceia estava me sentindo triste, mesmo tendo ganhado vários presentes de minha nova família, mas eu não conseguia parar de imaginar como Hanabi estava se sentindo sem mim naquela casa, não conseguia sentir a alegria do natal sem saber o que estava acontecendo com ela, e tudo ficou pior no dia do meu aniversário.

Meu aniversário nunca foi nada feliz, lembro de ter sofrido um acidente de carro no dia do meu aniversário quando tinha 8 anos, e não lembro de absolutamente nada da minha infância, fiquei internada por muito tempo, tentaram descobrir o que aconteceu comigo e no final um psicólogo determinou que era por conta do trauma.

Os aniversários passaram e ser melhores conforme me tornei mais velha, era mais fácil suportar a dor com minha irmãzinha ao meu lado, era a única que me apoiava, escrevia uma cartinha de aniversário e deixava de baixo da porta a meia noite quando nosso pai já estava dormindo.

Suspirei olhando para a janela da casa vendo a cidade um pouco distante de mim brilhando com os postes de luz, encostei a testa no vidro pensando se Hanabi estava por aqui também. Fui despertada de meus pensamentos quando a porta foi aberta, nem precisei me virar para saber exatamente quem era.

— Vamos dormir? — ele perguntou e eu me afastei do vidro assentindo com a cabeça.

Eu sabia que ele estava preocupado comigo, a dias ele não desgrudava de mim sempre perguntando se eu estava bem, de Natal ele me deu um relógio Cartier da linha de alta relojoaria, e eu não contei para ele que era meu aniversário hoje, já que a minha família nunca comemorou essa data, ele provavelmente nem deve saber que dia é hoje.

— Vamos...

— Está tudo bem?

— Sim — suspirei e me forcei a dar um sorriso, mesmo sendo mínimo e me deitei na cama ao lado dele que me puxou para me aconchegar em seu peito.

— Que horas são? — estiquei meu pescoço olhando para o relógio digital perto da cabeceira da cama.

— 23:59. Por que?

— Esqueci de pegar uma coisa... — ele se levantou e abriu sua mala de viagem tirando algo de dentro dela, depois deitou de novo e me entregou um envelope.

— O que é isso?

— Bom, agora é meia noite... Feliz aniversário — ele sussurrou e eu arregalei os olhos abrindo o envelope e identificando a letra de minha irmã na carta.

— Na... Naruto... Isso é...

— Minha mãe me contou que era seu aniversário, então fui falar com a sua irmã assim que chegamos em Roma, sei que sente falta dela.

— Mas eu nunca...

— Lembro do dia em que seus irmãos foram até Sicília, sua irmã não queria largar você, imaginei que ela soubesse o que você gostaria de presente — abracei ele quando senti minhas lágrimas pesarem em meus olhos.

— Obrigada... Obrigada de verdade — ele fez carinho nos meus cabelos e ombros enquanto eu chorava.

— Deu um trabalho descobrir o que você queria de aniversário, então considere o presente meu e da Hanabi — eu sorri e concordei com a cabeça.

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