A fera

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O rosto do moreno suava com os movimentos bruscos, seus olhos negros entravam em órbita a cada minuto, cada estocada era motivo para um possível orgasmo perfeito.
Não imaginou que isso seria tão bom assim, ou talvez fosse o Alfa que fizesse tão bem que não sentiu um pingo de dor sequer.

A saliva pingava de seus lábios, enquanto sentia o mastro grosso do Alfa movendo em seu interior, que os deuses o perdoassem, mas estava gostando muito disso tudo.
Seus dedos tremiam, assim como suas coxas pareciam amolecer a cada aperto forte que sentia em suas coxas.
Um gemido abafado soou, enquanto o membro grande era enfiado cada vez mais profundamente em si.

Pelos céus, estava enlouquecendo.

A língua do alfa passeou por sua nuca, em sequência de que uma mordida profunda era feita, arrancando um grito desesperado do Ômega.
Havia sido marcado. Aquilo era doloroso, era desesperador, mas naquele momento, pareceu ser tão certo.

– Você é somente meu... – sussurrou o Alfa, com sua voz grave melodiosa no ouvido do Ômega molinho, que gemeu manhoso com a voz agradável. Poderia gozar só com isso, era maravilhoso – Eu espero que nosso bebê nasça bem... Quero te levar comigo com urgência.

O Ômega suspirou, o Alfa o queria de verdade, o queria para sempre... Mas... E se isso fosse só uma armadilha?
Deveria aproveitar, sua mordida foi recente, então demoraria para começar os lados negativos, aonde em breve o Alfa saberia sobre seus pensamentos mais profundos, nesse momento, deveria tomar todo cuidado do muito, afinal, pensar em coisas ruins de seu Alfa era desrespeito, poderia ser morto por isso.

– Estarei retornando no próximo ano, então... Cuide bem do meu filhote. – o Alfa disse baixo.

Assim como prometeu, ele o fez.

Um ano de desespero, aonde o Ômega não conseguia manter a gravidez.
No quinto mês, seu útero parecia expulsar seu bebê, sangue escorria entre suas pernas e a dor era insuportável.
O Luphus da vila tentou o máximo ajuda-lo e por pouco não havia sido duas perdas.

Quando o Alfa o visitou, a tristeza era impossível de se esconder, assim como o medo do Ômega, que tremeu quando o Alfa tocou em sua cabeça, em um carinho suave.
O Ômega estava trêmulo, ele estava com medo de seu Alfa e isso doía a alma de Felix.

Infelizmente, ele sentiu a dor da perda do bebê, fez de tudo para chegar a tempo, mas não conseguiu. Teve de respeitar o período, um ano para retornar, vendo o Ômega tão belo, estando tão abatido.

Beijos suaves foram deixados nas bochechas pálidas do Ômega, enquanto mais uma vez, consumia o corpo do Recessivo.
Ômegas deveriam aguentar, sabia que foi um tiro no escuro engravidar um Ômega Recessivo, que a qualquer momento poderia morrer pela menor das doenças.
Era arriscado, mas tinha que tentar.

Mais uma tentativa, mais outra, outra e outra.
Hyunjin já havia desisto de si mesmo, não conseguia prestar nem para aguentar um filho em seu corpo.
As lágrimas grossas escorriam enquanto acariciava a própria barriga, estava uma bolinha gorda devido a décima quinta tentativa de gravidez.
Aos seus trinta e dois (32) anos, estava se sentindo fraco, em breve seu alfa viria, ou deveria, já que mais alguns meses iria completar um ano.

Isso o fez suspirar, oito meses de gravidez e até agora o bebê parecia forte, lutando contra o frio da neve e a fome devido a falta de alimento na vila, tempo frio era sinal de escassez.
Aguentava firme, comendo apenas o suficiente para seu bebê ficar forte.

Muitas das vezes o Luphus da vila dividia sua comida consigo, pois entendia a situação delicada do Recessivo, era um milagre ele aguentar oito meses.

Aquela barriga estava enorme, mas Hyunjin estava tão fraco que sequer conseguia levantar, aquela barrigona era linda, afinal, carregava uma vida, mas pelos deuses... Aquilo era desconfortável.
Além de ter momentos que o bebê parecia querer nascer mais cedo, teve momentos que jurou ver o pé ou a mão do seu bebê empurrando a pele fina de sua barriga devido a dilatação da gravidez.
Era agoniante.

Hyunjin suspirou, um sorriso fraco se fez presente em seus lábios, sentia seu Alfa, ele parecia perto.
Acreditava que ele viria depois mas... Ele estava ali, sentia isso.
Esperou, Hyunjin esperou completamente impaciente, estava ansioso para ver Yongbok e contar que o bebê estava bem, forte e saudável em sua barriguinha.

Ele aguardou, ele esperou, mas... Ele não entrava na vila, o sentia, mas ele em momento algum entrou.
Olhando pela janela, notou a vila apagada, parecia deserta.
Mas sentia ele, seu Alfa estava perto.

Com um pingo de coragem, se levantou trêmulo, fazendo um esforço necessário, saindo da casebre que morava, a neve pingava em seu corpo, agradecia aos deuses por pegar um casaco bem frio, mas deveria vestir um par de sapatos para evitar um resfriado.

O Ômega suspirou, dando passos de "pinguim" em direção do portão da vila, parecia escuro, não parecia... Estava escuro.
Não conseguia enxergar um palmo na sua frente, mas sabia, seu Alfa estava ali.

– Yongbok? – a voz suave chamou, se esforçando para localizar o amado.

Um par de olhos azuis estavam presentes, não estavam longe, também não estava perto, estava além dos portões da vila.
Hyunjin franziu as sobrancelhas, se esforçando para enxergar mais do que as orbes vibrantes.

– Deveria entrar... – Hyunjin murmurou baixinho, abraçando a própria barriga, um frio na espinha o implorava para correr – Faz mal para o nosso bebê ficar nesse frio.

Aquelas orbes pareceram se aproximar mais, pois quando olhou para frente, um ar pesado se bateu em sua face.
Seus olhos se arregalaram, aquilo... Era seu Alfa?
Aquela criatura enorme que parecia o dobro de sua altura, era seu Alfa?

A sensação de desespero nunca foi tão grande, dando passos desajeitados para trás, porém o Alfa não entrou na vila, ele sequer passou do portão.
Com a iluminação mal colocada naquele portão de grades, pôde enxergar a criatura.

Aquele claramente era Yongbok, porém parecia crescer além de dois metros, suas unhas cresceram e agora tocavam o chão, sua boca estava esticada para frente, imitando a boca de um lobo, com dentes extremamente grandes e afiados expostos.
Sua pele coberta por uma pelagem leve albina, porém sabia, aquilo... Aquela coisa era seu Alfa.

– Y-Yong... bok? – Hyunjin sussurrou trêmulo, seus olhos transbordaram, enquanto sentia sua pressão cair como um passe de mágica.

Havia desmaiado sem chances de se proteger, justamente quando a criatura saltou em sua direção com desespero.

A obra, O Filho Da Besta ( Hwang Hyunjin Centric )Onde histórias criam vida. Descubra agora