Capítulo II - Harmful

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Tendo em vista o ambiente fechado, o bar o qual encontrávamos estava quente, muito quente, resultando em minha pele totalmente encharcada pelo suor, me atormentando dado o melado que se espalhava entre minhas articulações

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Tendo em vista o ambiente fechado, o bar o qual encontrávamos estava quente, muito quente, resultando em minha pele totalmente encharcada pelo suor, me atormentando dado o melado que se espalhava entre minhas articulações. Todavia, aquele infortúnio sequer me fez ter vontade de deixar o lugar, muito menos desacompanhada de Luffy, que persistia em conversar intimamente com uma garota da vila que aportamos. Já vivi esse cenário previamente, portanto; contive com força hercúlea o anseio de o arrastar dali, ao fim e ao cabo, os anos navegando me ensinaram a mascarar meus verdadeiros sentimentos para com meu capitão.

Porém, apesar de reprimir ao máximo, não tive o poder de esconder meu semblante insatisfeito mediante aos toques que a desconhecida dava à Luffy e como este não notava as intenções maliciosas da mulher. Às vezes sua inocência poderia ser uma dádiva, bem como uma maldição, para mim. De qualquer forma, por qual razão a deixa se aproximar tanto? Esse contato não me faz bem. O ciúme é, indubitavelmente, uma maneira de tortura, principalmente para aqueles que não conseguem lidar com ele. Aborrecida e irritada, mordi o lábio inferior para conter um grito de raiva à medida que apertava a alça da caneca vazia de saquê, fuzilando-os com o olhar.

Minha atenção estava voltada para cada movimento de ambos desde que iniciaram um diálogo amistoso sobre nossas aventuras em alto-mar, consequentemente, nenhuma ação passou despercebida por mim e quando a desconhecida pegou o chapéu de palha de Luffy, despretensiosamente, uma ira me consumiu e dominou. Como ele pode permitir que ela pegasse seu tesouro? Estava cega e fora de mim, então não me incomodei em os atrapalhar. A passos confiantes e expressão séria, fiz meu trajeto até o outro lado do salão, parando assim que minha sombra os cobriu. A pose adotada por mim atraiu a atenção deles, que ergueram a cabeça para me encararem, confusos.

— Huh? Nami, aconteceu alguma coisa? — Perguntou Luffy.

Não o respondi e limitei-me a apanhar fortemente a gola de sua camisa, trazendo seu rosto rente ao meu, em um beijo curto e possessivo. Quando o soltei, sem resquícios de delicadeza, dirigi um olhar gélido à mulher que analisava a cena assustada, espero que tenha entendido, pensei, saindo do bar com pressa.

Ao sentir a brisa fria da noite do lado de fora daquele cubículo, senti meus músculos tensionados relaxaram com o suave abraço do vento, me aliviando brevemente. Como pude agir de maneira tão imatura novamente?, questionei em pensamentos ao mesmo tempo que meus pés me guiavam de volta para o Thousand Sunny. Minha atitude foi infantil, revelando não só para mim, como para Luffy, uma vulnerabilidade que constantemente tento ocultar, não queria que soubessem sobre minhas inseguranças e temores. Sou a navegadora do futuro rei dos piratas, esses sentimentos não deveriam me possuir.

Talvez isso me mostre certa falta de resistência emocional, contudo, quem teria manuseio de algo que é desgovernado? Me é ilógico controlar o ciúme. Para cessar minhas crises, deveria, por fim, contar a Luffy como me sinto? Não, sem dúvidas, meu capitão é leigo em assuntos do coração, dificilmente saberia que o amor que sinto não se trata de algo fraternal, à vista disso... Seria rejeitada. Ele é direto e objetivo, certamente me machucaria sem pretensão e não quero isso.

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