Capitulo 14

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- Tem certeza disso? Preciso que tenha certeza do que diz. - Morpheus disse para Lucienne


Depois que voltou do reino de Desejo, e de Desespero ter recolocado Johanna de volta no Sonhar com seu irmão, os dois se encontraram com a bibliotecária, que saberia melhor que ninguém sobre os habitantes do Sonhar. Ela carregava um grande livro, onde tinha catalogado os nomes de cada sonho ou pesadelo, e estava relatando pra seu rei uma situação perigosa, que se relacionava com a possível crise iminente.


- Eu não brincaria com o senhor, meu Lorde. Nem mesmo daria uma informação dessa sem conferir duas ou mais vezes. Essa é a realidade. - Ela entrega o pesado livro de registro nas mãos de Morpheus, que passa o olho preocupado pelas páginas - O livro de registros está se auto editando, riscando nomes de si mesmo, fazendo isso com velocidade assustadora.


- Ele tá fazendo isso agora, aparentemente. - Johanna comentou, olhando as páginas do livro por cima do ombro do namorado, o que estava sendo difícil com a altura dele - Acha que ele tá aqui agora?


- Seria inocência pensar que não, mas olha só pra isso. - Sonho virou algumas páginas pra trás, mostrando alguns nomes se apagando sozinhos, depois voltou pra página onde estava lendo, mostrando que outros nomes lá, também estavam fazendo isso - Não é um sonho por vez que está sumindo ou sendo corrompido, são vários por vez. Em regiões diferentes do reino, mas ao mesmo tempo.


- E como ele pode tá fazendo isso? E sem você perceber ainda por cima? - Anna pergunta


- Ele alega não estar mais ligado a mim, deve explicar porque não posso senti-lo invadir. - Sonho não parava de folhar o livro, a cada nome que ele via se apagando, fazia ele virar as páginas mais rapidamente - E o reino dos sonhos, como você pode imaginar, não é exatamente tangível, nem tudo são linhas retas e caminhos óbvios. Tem brechas, atalhos, caminhos cruzados, jeitos de estar em vários lugares tão rapidamente que, se souber viajar, se pode realmente estar em vários pontos ao mesmo tempo. Mas esses acessos são confusos, imprevisíveis, nem eu saberia fazer grandes viagens dessa forma, por isso eu uso minha areia ou portais próprios. - Com isso, tendo terminado o livro, e cansado de ver aquilo, Morpheus devolveu para Lucienne


- Talvez possamos encontrar um padrão, uma rota que ele esteja tomando, possíveis pontos que ele esteja a caminho. - Lucienne faz sugestões, mas Sonho a interrompe


- Lucienne, encontra-lo é o menor dos problemas, devido ao fato que eu ainda não sei como detê-lo. Ele já provou que, qualquer método convencional de se lidar com os pesadelos não o afeta mais, não consigo nem bani-lo pra escuridão e... - Ele para de falar e Johanna percebe que alguma coisa surgir em sua mente


- Ei, que foi? - Johanna olhou no fundo de seus olhos. Ele tinha se sentado em seu trono, o que fez Johanna se sentar em seu colo pra ficar mais perto e passando a mão pelos cabelos pretos dele - O que tá passando por essa cabecinha, amor?


- Uma ideia, uma teoria, chame como quiser, mas é mais do que improvável. - Ele da um beijo rápido nela e faz um gesto como que pra sinalizar que Lucienne entenderia o recado - Lembram a ultima coisa que fiz com o Bicho Papão, ou Breu, como quer que ele seja chamado? Deixei ele na escuridão, por mais de 600 anos. Até onde ele confessou, e Desejo parece ter confirmado, ele saiu por conta própria.


- Mas isso seria impossível. - Lucienne disse assim que entendeu o que Morpheus insinuava - O reino das trevas é isolado de todo o resto. É um lugar onde nada existe, e tudo que é colocado lá, pode muito bem ser considerado nada. Onde tudo que tem, é vazio, esquecimento. Ninguém tem acesso, a não ser o senhor e talvez seus irmãos, uma vez que escuridão é... - Morpheus a interrompeu com um olhar sério e amedrontador, ele sabia o que ela estava pra dizer e não queria que Anna ouvisse, não agora pelo menos ou da boca de outro


Sonhe um Sonho comigo // Morpheus x Johanna ConstantineOnde histórias criam vida. Descubra agora