Dan encarou a porta, fazia algum tempo que Kyungmin estava ali, batendo. Porém, a mente estava confusa sobre o que fazer. Aquele banheiro mal era um lugar seguro naquele instante, ainda estava em um apartamento repleto de câmeras. A partir do momento em que entrou no apartamento foi como condenar a si mesmo. Morava há três anos com alguém que se aproveitou da solidão, de toda a dor que sentiu. Ainda ali, no chão e com as mãos trêmulas. Não tinha a menor ideia do que fazer, tinha de ir embora, mas como? Era doentio, como se todo momento de felicidade e cumplicidade fosse agora sujo. "Como eu não percebi?" pensava. Todo o cuidado e carinho parecia falso agora. Sentia-se estúpido por ter entrado naquele carro no meio da chuva como se o mundo fosse bom e um estranho poderia se tornar um lar de conforto para si. Mas agora pensava em como, em todos aqueles anos, foi ingênuo. Todos os medicamentos, toda a maneira em que Kyungmin o rodeava com palavras dóceis. Por anos, Dan se culpava falando para si mesmo que deveria amá-lo, que era vergonhoso sequer pensar em Jaekyung quando Kyungmin era tão perfeito.
Acontecia que Kyungmin era mesmo o homem perfeito. E essa perfeição era boa demais para ser verdade.
Precisa ir embora, mas para onde? As contas eram conjuntas, ele saberia se gastasse mesmo para comprar uma garrafa de água. A ideia de que os remédios nunca ajudaram e só pioraram, e que jamais sairia da vigilância de Kyungmin era o crescimento de mais um medo. Olhou o frasco. Como sairia dali? Precisava de uma desculpa qualquer para isso, mas era tarde. Apareceu nas câmeras, descobriu sobre elas e logo Kyungmin estaria mais do que ciente disso. Em um ato impensado, Dan pegou o frasco e tentou guardar no mesmo lugar, fechando o armário de remédios. Tinha de ser inteligente se quisesse uma saída, mas as câmeras eram algo que não escaparia. O medo ainda fazia os dedos tremerem, encarou a porta, franzindo o cenho ao que escutou o barulho na fechadura. Claro que Kyungmin tinha alguma chave extra de todo cômodo do apartamento e assim que a porta abriu, foi impossível não se sentir acuado com a presença do namorado. Nunca teve tanto medo assim, nem mesmo com Jaekyung.
— Não tranque a porta, e se você tivesse passado mal? — Sorriu gentilmente, mesmo vendo o estado pálido. O olhar analisava o menor, quase como uma leitura fácil que fazia diariamente. — Você não parece nada bem, huh? É melhor se deitar, vou fazer o seu chá predileto. — Aproximou-se, mas Dan recuou quase automaticamente. Aquilo não passou despercebido por Kyungmin, que afundou as mãos aos bolsos da calça, inclinando-se como se analisasse melhor o rosto pálido de Kim Dan — É a ansiedade de novo? Vou cuidar de você, não se preocupe. As coisas estão ficando em seu devido lugar, hoje eu consegui transferir sua avó, então tudo ficará bem.
— Transferir? — Dan o olhou, sem saber como reagir — Mas por quê? Para onde?
— Concordamos em acabar com todo seu laço com seu antigo chefe, agora sua avó está em um lugar melhor. Será bem tratada, conheço os médicos de lá. — Não dissera um nome, poderia ser em Seoul, ou em qualquer outro lugar. — Venha, se não quer descansar, ao menos pode assistir um pouco de televisão enquanto faço o jantar.
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The darkness between You and Me
Fanfic"Você me deve um pedido de desculpas". Dan procura recomeçar sua vida depois de três anos desde que fugiu do domínio de Jaekyung. Porém, ao voltar e exigir um pedido de desculpas por tudo o que o lutador lhe fez no passado, verá que alguns traumas s...