Olhando para trás, agora, Harry tinha a certeza alucinante de que tudo o que conquistou com sua arrogância implacável talvez fosse algo que o fizesse tremer. Não era como se nos dias de hoje ele fosse um anjo ou que tivesse deixado aqueles costumes de lado, não é bem assim. Mas agora sentado de frente para seu psicólogo, ele apertava os joelhos e sentia aquela velha sensação de esgotamento, pois falar sobre sua vida e seu passado está longe de ser agradável para si.
Mas ele precisava.
— Podemos falar sobre o Louis, tudo bem pra você? Dá pra notar que num todo você foge de falar de si mesmo e o assunto sempre acaba nele, então se quiser fale sobre o seu relacionamento. — Ele tinha um meio sorriso e Styles percebeu que o mesmo tentava passar confiança.
— Comece pela parte que você citou em uma das sessões, mas não fomos a fundo. Harry, você me disse que no início não conseguia manter ele por perto porque os dois não se suportavam, qual era a razão?
O homem cerrou os olhos e se mexeu no puff meio pensativo. Ele não sabia como iria colocar em palavras como foram de inimigos para maridos. Ou o porquê das brigas, xingamentos e insultos a todo momento. Talvez fosse sua ignorância e a teimosia de Louis, talvez só fossem dois idiotas ou como Niall costumava dizer; criancice. Ele soltou um risinho e encarou o homem de cachos e sorriso pequeno, então decidiu que não era tão difícil falar de Louis, realmente.
Harry fez uma viagem no tempo para que pudesse juntar tudo e enquanto falava ele lembrou dos próprios sentimentos naquela época, pois eram confusos e reprimidos. Ele contou como se sentiu no dia em que Tomlinson o tocou de forma íntima no dia em que ficaram bêbados, ainda que pareça uma vida inteira desde aquele ocorrido, Styles se lembra com clareza de cada segundo. Nem mesmo a bebida fora o suficiente para fazê-lo esquecer, pois ainda que odiasse o outro naquele tempo, aquela foi a primeira vez que sentiu algo estranho.
Ele estava com uma pessoa durante 5 anos e mesmo sendo o pior tipo de relacionamento, nunca tinha pensado em outro alguém. Ainda que terminassem constantemente e ambos ficassem com outras pessoas, Harry só era ocupado e desapegado demais para sequer pensar em seguir em frente e tentar encontrar outra pessoa. Num certo momento, talvez no primeiro ano de namoro, ele percebeu que Stanley era ciumento e meio obsessivo. Ele não media esforços em fazer escândalo com qualquer coisinha, seja porque Harry chegou mais tarde que o habitual em casa ou porque simplesmente foi almoçar sem ele.
Stan nunca chegou a partir para a agressão física, porém hoje em dia Harry percebe que quando ele fazia toda aquela chantagem emocional, era ainda pior pois ele se via preso. Stanley dizia que sem ele Styles certamente ficaria sozinho para sempre por causa de sua personalidade e mesmo se mostrando alguém tão foda-se para o que dizem sobre si, ele levou aquelas palavras consigo por muito tempo. Então seriam para sempre aquele casal de homens desprezíveis porque apenas eles se entendiam. Era o que ele dizia.
Harry percebeu que agia como alguém superior, mas era o ser mais inseguro do mundo.
Lembrou-se da vez em que Tomlinson teve aquele pesadelo no hotel e logo depois um ataque de pânico. Ele claramente não queria ser tocado e tinha medo até do vento, porém ao ser abraçado – abraçado por Harry –, apenas se encolheu em seus braços e chorou toda sua dor como uma criança indefesa. Enquanto sentia os ombros do menino tremendo e o som de seus fungados em seu peito, Styles sentia a garganta doer com aquele sentimento de que Louis realmente confiava em si, mesmo com todos os xingamentos e insultos.
Naquele instante Harry percebeu que mesmo após terminar com Stan antes da viagem, mesmo estando longe, outro alguém não estava se importando com o seu jeito, pelo contrário. Tomlinson estava depositando o pouco que restou de esperança nele.
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Fake Flowers, People Too | L.S (Bottom Louis)
Fanfiction[CONCLUÍDA] Encontrá-lo talvez tenha sido o pico para maiores problemas, ele não era apenas um vendedor de flores ambulante. Louis tinha cicatrizes que nunca poderiam sarar, estavam em seu corpo, em sua cabeça, enterradas em sua carne e em seus osso...